Entre as brumas da memória: Amar a pátria até ao sacrifício

03-08-2010
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Volto ao livro sobre a Mocidade Portuguesa Feminina.Andam por aí muitas tentativas de branqueamento do passado e frequentes declarações de inocência de pessoas e de instituições. É por isso bom trazer à luz do dia textos que falam por si.A MPF, definia-se como apolítica e é evidente que nunca o foi. Basta ler os seus Objectivos da Formação Nacionalista, definidos em 1942 (*):• Dar a conhecer o passado de Portugal e a riqueza do “património lusitano, latino e cristão”;• Preparar as gerações futuras para amarem a pátria “até ao sacrifício”;• Transmitir os “princípios morais e patrióticos” que enformavam o “equilibrado nacionalismo do Estado Novo”;• Apontar Salazar como o “realizador da Restauração económica e política do país, mas também, e sobretudo, da Reforma Moral tão necessária na nossa Pátria e que é base de toda a reconstrução nacional”;• E dar como exemplo os “valores femininos da nossa História”, para formar raparigas “conscientes dos seus deveres de Cristãs e Portuguesas e convictas da necessidade de cooperarem, pelas suas virtudes, pelo seu aperfeiçoamento moral, na conquista dum Portugal Maior”.Foram várias as gerações onde tudo isto ficou gravado, mesmo que mais ou menos inconscientemente. Os comportamentos foram condicionados, o medo assimilado, um orgulho nacional bacoco (que talvez ainda hoje condicone muitas coisas) imprimiu carácter.Reavivar a memória afasta fantasmas. Liberta para o futuro - pelo menos assim o espero.------------------------------------------------(*) Fonte: Irene Pimentel, Mocidade Portuguesa Feminina, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2007, 240 p.Foto: p.15. Texto: pp.88-89.


Volto ao livro sobre a Mocidade Portuguesa Feminina.Andam por aí muitas tentativas de branqueamento do passado e frequentes declarações de inocência de pessoas e de instituições. É por isso bom trazer à luz do dia textos que falam por si.A MPF, definia-se como apolítica e é evidente que nunca o foi. Basta ler os seus Objectivos da Formação Nacionalista, definidos em 1942 (*):• Dar a conhecer o passado de Portugal e a riqueza do “património lusitano, latino e cristão”;• Preparar as gerações futuras para amarem a pátria “até ao sacrifício”;• Transmitir os “princípios morais e patrióticos” que enformavam o “equilibrado nacionalismo do Estado Novo”;• Apontar Salazar como o “realizador da Restauração económica e política do país, mas também, e sobretudo, da Reforma Moral tão necessária na nossa Pátria e que é base de toda a reconstrução nacional”;• E dar como exemplo os “valores femininos da nossa História”, para formar raparigas “conscientes dos seus deveres de Cristãs e Portuguesas e convictas da necessidade de cooperarem, pelas suas virtudes, pelo seu aperfeiçoamento moral, na conquista dum Portugal Maior”.Foram várias as gerações onde tudo isto ficou gravado, mesmo que mais ou menos inconscientemente. Os comportamentos foram condicionados, o medo assimilado, um orgulho nacional bacoco (que talvez ainda hoje condicone muitas coisas) imprimiu carácter.Reavivar a memória afasta fantasmas. Liberta para o futuro - pelo menos assim o espero.------------------------------------------------(*) Fonte: Irene Pimentel, Mocidade Portuguesa Feminina, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2007, 240 p.Foto: p.15. Texto: pp.88-89.

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