Entre as brumas da memória: Não há Resistência que resista

03-08-2010
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ADENDA (*)Fui ontem a Peniche, com cinquenta alunos de uma escola secundária de Lisboa, em visita à respectiva Fortaleza.Já lá tinha estado em circunstâncias diferentes, mas sem ter visitado aquilo que, escandalosamente, dá pelo nome de «Museu da Resistência». O resultado resume-se em duas palavras: vergonha e indignação.Nada pode justificar o que é mostrado às dezenas de milhares de pessoas que o frequentam por ano, na sua maioria estudantes como os que eu acompanhei - atentos e activamente interessados. Que ninguém venha falar em falta de dinheiro para justificar o miserabilismo escancarado em vitrinas com documentos mal expostos (alguns interessantíssimos), o pavoroso mau gosto da reconstituição dos parlatórios e de uma cela (aquele preso/manequim da rua dos Fanqueiros sentado à mesa e o fato completo, gravata incluída, pendurado à entrada!...) Além disso, em 2008, o audiovisual ainda não passou por ali: nem um slide, um vídeo, um som.Com meia dúzia de tostões, tudo era melhorado num ápice, mesmo que provisoriamente e à espera de um futuro melhor. O que se vê mostra que ninguém está interessado e prefiro abster-me quanto a hipóteses sobre as possíveis razões. Qualquer grupo de jovens, como os que estavam comigo, faria melhor. (Aliás, vi há alguns meses, numa outra escola secundária, uma exposição sobre o Estado Novo preparada por alunos do 10º ano, incomparavelmente mais cuidada do que este «Museu».)Assim vamos deixando passar o tempo e as gerações, queixando-nos do desinteresse dos jovens - que só é real quando o alimentamos ou deixamos que outros o alimentem.(*) A conversa segue também noutros blogues, porque a João (ou a Shyz, como preferirem) foi comigo ontem a Peniche.


ADENDA (*)Fui ontem a Peniche, com cinquenta alunos de uma escola secundária de Lisboa, em visita à respectiva Fortaleza.Já lá tinha estado em circunstâncias diferentes, mas sem ter visitado aquilo que, escandalosamente, dá pelo nome de «Museu da Resistência». O resultado resume-se em duas palavras: vergonha e indignação.Nada pode justificar o que é mostrado às dezenas de milhares de pessoas que o frequentam por ano, na sua maioria estudantes como os que eu acompanhei - atentos e activamente interessados. Que ninguém venha falar em falta de dinheiro para justificar o miserabilismo escancarado em vitrinas com documentos mal expostos (alguns interessantíssimos), o pavoroso mau gosto da reconstituição dos parlatórios e de uma cela (aquele preso/manequim da rua dos Fanqueiros sentado à mesa e o fato completo, gravata incluída, pendurado à entrada!...) Além disso, em 2008, o audiovisual ainda não passou por ali: nem um slide, um vídeo, um som.Com meia dúzia de tostões, tudo era melhorado num ápice, mesmo que provisoriamente e à espera de um futuro melhor. O que se vê mostra que ninguém está interessado e prefiro abster-me quanto a hipóteses sobre as possíveis razões. Qualquer grupo de jovens, como os que estavam comigo, faria melhor. (Aliás, vi há alguns meses, numa outra escola secundária, uma exposição sobre o Estado Novo preparada por alunos do 10º ano, incomparavelmente mais cuidada do que este «Museu».)Assim vamos deixando passar o tempo e as gerações, queixando-nos do desinteresse dos jovens - que só é real quando o alimentamos ou deixamos que outros o alimentem.(*) A conversa segue também noutros blogues, porque a João (ou a Shyz, como preferirem) foi comigo ontem a Peniche.

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