Entre as brumas da memória: Reciclagens fáceis

03-08-2010
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João César das Neves deve ter umas luzes sobre teoria dos conjuntos e sabe muito bem que aquele que inclui quem defendeu planos quinquenais e ditadura do proletariado apenas intersecta o dos defensores de «aborto, eutanásia, divórcio e homossexualidade». Mas diz o contrário. É fácil baralhar para querer confundir, mas nós não somos todos completamente parvos. Nem reciclados. Nem achamos que «o futuro a Deus pertence» – por muito que ele assim o deseje.«Na guerra civilizacional de hoje, também os que atacam a vida e a família se acham donos do futuro, menosprezando os opositores como fósseis. Também agora o progresso e a liberdade só se imaginam com aborto, eutanásia, divórcio e homossexualidade, como antes com plano quinquenal, ditadura do proletariado e cooperativas forçadas. Aliás, não só a retórica é semelhante, mas reencontramos nas batalhas os veteranos derrotados do dirigismo económico, reciclados em defensores da liberdade de costumes (...). Empresa e mercado eram instituições que, embora naturais, tinham e têm traços particulares controversos, que podiam e podem ser contestáveis. Mas vida e morte, família e casamento, sexo e amor não são elementos volúveis e discutíveis, ao sabor da opinião momentânea. Os novos progressistas escolheram para alvo de contestação traços fundamentais da natureza humana. Esquecem que o futuro a Deus pertence.»


João César das Neves deve ter umas luzes sobre teoria dos conjuntos e sabe muito bem que aquele que inclui quem defendeu planos quinquenais e ditadura do proletariado apenas intersecta o dos defensores de «aborto, eutanásia, divórcio e homossexualidade». Mas diz o contrário. É fácil baralhar para querer confundir, mas nós não somos todos completamente parvos. Nem reciclados. Nem achamos que «o futuro a Deus pertence» – por muito que ele assim o deseje.«Na guerra civilizacional de hoje, também os que atacam a vida e a família se acham donos do futuro, menosprezando os opositores como fósseis. Também agora o progresso e a liberdade só se imaginam com aborto, eutanásia, divórcio e homossexualidade, como antes com plano quinquenal, ditadura do proletariado e cooperativas forçadas. Aliás, não só a retórica é semelhante, mas reencontramos nas batalhas os veteranos derrotados do dirigismo económico, reciclados em defensores da liberdade de costumes (...). Empresa e mercado eram instituições que, embora naturais, tinham e têm traços particulares controversos, que podiam e podem ser contestáveis. Mas vida e morte, família e casamento, sexo e amor não são elementos volúveis e discutíveis, ao sabor da opinião momentânea. Os novos progressistas escolheram para alvo de contestação traços fundamentais da natureza humana. Esquecem que o futuro a Deus pertence.»

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