Entre as brumas da memória: Esquerdas unidas?

03-08-2010
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Bem tentei não escrever sobre o «Apelo à Convergência da Esquerda nas eleições por Lisboa», mas lá terá de ser. Circula há cerca de um mês uma petição online para recolha de assinaturas num texto em que se apela «a todas as organizações de esquerda – partidos, movimentos, associações – a uma convergência de esforços e de programa que permita a eleição de uma equipa que dê garantias de rigor, transparência, responsabilidade e empenho no desenvolvimento equilibrado da cidade». Leia-se: que impeça que a Câmara Municipal de Lisboa volte a ter «executivos liderados por forças de direita».Não sei exactamente quantos mails recebi em que era pedida a minha adesão, certamente mais de dez (incluindo um em que se dizia mais ou menos o seguinte: «Se concordar, assine. Se não concordar, envie aos seus amigos»!...). Não concordo, e por isso, não assinei, e claro que não enviei a nenhum amigo...Porque quero que Santana Lopes ganhe as autárquicas em Lisboa? Claro que não, há umas décadas até teria rezado para que tal não acontecesse! Mas daí a pedirem-me que ensine o padre-nosso ao vigário vai uma grande distância. Não se supõe que os líderes dos partidos e movimentos que estão no terreno tenham feito e continuem a fazer o seu papel, não foi para isso que votámos neles? Será porque mil e uns tantos cidadãos formulam um voto piedoso e vaguíssimo que eles vão mudar de ideias?Por outro lado e pondo nomes nos factos: está-se a pedir aos eleitores do movimento de Helena Roseta, aos do Bloco e aos da CDU que se juntem ao PS para que António Costa seja reeleito. Com base numa etiqueta «de esquerda»? Esquecendo o país e tudo o resto que os divide? Há ainda quem acredite que uma simples convergência CONTRA qualquer coisa pode funcionar, mesmo que seja contra Santana Lopes?


Bem tentei não escrever sobre o «Apelo à Convergência da Esquerda nas eleições por Lisboa», mas lá terá de ser. Circula há cerca de um mês uma petição online para recolha de assinaturas num texto em que se apela «a todas as organizações de esquerda – partidos, movimentos, associações – a uma convergência de esforços e de programa que permita a eleição de uma equipa que dê garantias de rigor, transparência, responsabilidade e empenho no desenvolvimento equilibrado da cidade». Leia-se: que impeça que a Câmara Municipal de Lisboa volte a ter «executivos liderados por forças de direita».Não sei exactamente quantos mails recebi em que era pedida a minha adesão, certamente mais de dez (incluindo um em que se dizia mais ou menos o seguinte: «Se concordar, assine. Se não concordar, envie aos seus amigos»!...). Não concordo, e por isso, não assinei, e claro que não enviei a nenhum amigo...Porque quero que Santana Lopes ganhe as autárquicas em Lisboa? Claro que não, há umas décadas até teria rezado para que tal não acontecesse! Mas daí a pedirem-me que ensine o padre-nosso ao vigário vai uma grande distância. Não se supõe que os líderes dos partidos e movimentos que estão no terreno tenham feito e continuem a fazer o seu papel, não foi para isso que votámos neles? Será porque mil e uns tantos cidadãos formulam um voto piedoso e vaguíssimo que eles vão mudar de ideias?Por outro lado e pondo nomes nos factos: está-se a pedir aos eleitores do movimento de Helena Roseta, aos do Bloco e aos da CDU que se juntem ao PS para que António Costa seja reeleito. Com base numa etiqueta «de esquerda»? Esquecendo o país e tudo o resto que os divide? Há ainda quem acredite que uma simples convergência CONTRA qualquer coisa pode funcionar, mesmo que seja contra Santana Lopes?

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