Entre as brumas da memória: Carlos Saura e os «Fados»

03-08-2010
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Vi e não gostei. Há fados, muitos fados, muitos fadistas, há belas imagens, mas o resultado é desconjuntado.Parece uma sopa de pedra, tantos foram os ingredientes postos no caldo – nem sempre bem escolhidos ou bem combinados, na minha opinião. É o caso de muitos bailados estilizados com má relação com que é ouvido (especialmente gritante quando canta Marceneiro). Até a longa exibição de imagens do 25 de Abril enquanto Chico Buarque interpreta o seu belíssimo «Fado Tropical» me pareceu metida a martelo – foi a primeira vez que não gostei de as rever.Há ausências estranhas. A mais gritante: a do fado de Coimbra (quando há um fado do Porto).O filme está cheio de interpretações africanas e latino-americanas para mostrar (a quem sabe) as possíveis raízes do fado. Tanta é a mestiçagem exibida que mais parece um filme propagandístico encomendado pela CPLP. Nesse contexto, é capaz de resultar.Diz-se que já foi vendido a mais de vinte países. Saí com a sensação de que os chineses vão gostar – com a mesma estranheza que nos faz admirar alguns dos seus espectáculos com sonoridades exóticas.------------------------P.S. (1) - É bem verdade que gostos já não se discutem. Já tinha escrito ontem este post e só não o publiquei por anomalias da Netcabo. Entretanto li agora o texto do Fernando Redondo. Bem diferente... P.S. (2) - Lida depois de publicação: a opinião de Lauro António. Sinto-me mais acompanhada...


Vi e não gostei. Há fados, muitos fados, muitos fadistas, há belas imagens, mas o resultado é desconjuntado.Parece uma sopa de pedra, tantos foram os ingredientes postos no caldo – nem sempre bem escolhidos ou bem combinados, na minha opinião. É o caso de muitos bailados estilizados com má relação com que é ouvido (especialmente gritante quando canta Marceneiro). Até a longa exibição de imagens do 25 de Abril enquanto Chico Buarque interpreta o seu belíssimo «Fado Tropical» me pareceu metida a martelo – foi a primeira vez que não gostei de as rever.Há ausências estranhas. A mais gritante: a do fado de Coimbra (quando há um fado do Porto).O filme está cheio de interpretações africanas e latino-americanas para mostrar (a quem sabe) as possíveis raízes do fado. Tanta é a mestiçagem exibida que mais parece um filme propagandístico encomendado pela CPLP. Nesse contexto, é capaz de resultar.Diz-se que já foi vendido a mais de vinte países. Saí com a sensação de que os chineses vão gostar – com a mesma estranheza que nos faz admirar alguns dos seus espectáculos com sonoridades exóticas.------------------------P.S. (1) - É bem verdade que gostos já não se discutem. Já tinha escrito ontem este post e só não o publiquei por anomalias da Netcabo. Entretanto li agora o texto do Fernando Redondo. Bem diferente... P.S. (2) - Lida depois de publicação: a opinião de Lauro António. Sinto-me mais acompanhada...

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