Entre as brumas da memória: Cinco minutos de sado-masoquismo

03-08-2010
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À 5ª feira, quando dou uma vista de olhos pelo «Avante» on line.Para ler coisas como esta:«Reagindo à eleição de Raúl Castro para a presidência de Cuba, o secretário-geral do PCP enviou uma saudação na qual expressa ao novo chefe de Estado “a confiança dos comunistas portugueses no prosseguimento dessa fascinante obra de construção colectiva do povo cubano – a sua revolução socialista – que continua a inspirar e a servir de exemplo a todos aqueles que no Mundo prosseguem a luta pela paz, o progresso, a democracia e o socialismo"».Absolutamente expectável, certamente. Mas o autismo e a desonestidade têm limites.Eu nem escrevi nada sobre a substituição de Fidel porque ainda me dói que Cuba tenha falhado tão redondamente a sua aventura. Porque sofri das duas vezes em que lá fui.Os «heróis barbudos» tiveram muita importância para a minha geração (e para algumas outras), alimentaram, durante largos anos, o nosso imaginário, pertenciam, de certo modo, à nossa família – muito mais do que os gélidos soviéticos pelos quais, pessoalmente, nunca senti qualquer espécie de empatia nem, mais tarde, de complacência. Algures nos anos 60, só não fui para uma apanha de cana do açúcar em Cuba, com um grupo de estudantes belgas, porque não tinha dinheiro para o bilhete de avião.Depois, durante muito tempo, Fidel e Che Guevara passaram a ser uma espécie de tios que se portaram mal e dos quais se evita falar entre parentes.Mas estamos em 2008. É inadmissível que alguém continue a escrever barbaridades como as acima transcritas. É um ataque à inteligência e, sobretudo, à ética.Este país vai mal e não é só por causa de Sócrates e da direita. É também por «esta coisa» que ainda é incluída na esquerda.


À 5ª feira, quando dou uma vista de olhos pelo «Avante» on line.Para ler coisas como esta:«Reagindo à eleição de Raúl Castro para a presidência de Cuba, o secretário-geral do PCP enviou uma saudação na qual expressa ao novo chefe de Estado “a confiança dos comunistas portugueses no prosseguimento dessa fascinante obra de construção colectiva do povo cubano – a sua revolução socialista – que continua a inspirar e a servir de exemplo a todos aqueles que no Mundo prosseguem a luta pela paz, o progresso, a democracia e o socialismo"».Absolutamente expectável, certamente. Mas o autismo e a desonestidade têm limites.Eu nem escrevi nada sobre a substituição de Fidel porque ainda me dói que Cuba tenha falhado tão redondamente a sua aventura. Porque sofri das duas vezes em que lá fui.Os «heróis barbudos» tiveram muita importância para a minha geração (e para algumas outras), alimentaram, durante largos anos, o nosso imaginário, pertenciam, de certo modo, à nossa família – muito mais do que os gélidos soviéticos pelos quais, pessoalmente, nunca senti qualquer espécie de empatia nem, mais tarde, de complacência. Algures nos anos 60, só não fui para uma apanha de cana do açúcar em Cuba, com um grupo de estudantes belgas, porque não tinha dinheiro para o bilhete de avião.Depois, durante muito tempo, Fidel e Che Guevara passaram a ser uma espécie de tios que se portaram mal e dos quais se evita falar entre parentes.Mas estamos em 2008. É inadmissível que alguém continue a escrever barbaridades como as acima transcritas. É um ataque à inteligência e, sobretudo, à ética.Este país vai mal e não é só por causa de Sócrates e da direita. É também por «esta coisa» que ainda é incluída na esquerda.

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