Entre as brumas da memória: A Europa e o pessimismo de George Steiner

03-08-2010
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Numa sessão de perguntas e respostas que se seguiu a uma conferência proferida ontem na Fundação Gulbenkian, George Steiner mostrou-se especialmente pessimista quanto ao futuro da Europa.Declarou que esta «está muito, muito cansada», que «tivemos uns óptimos dois mil anos, agora devemos dar a vez a outro».Esse outro é o Oriente, nomeadamente a Índia – de lá virão, segundo Steiner, os novos «Platões, Mozarts ou Bachs».Não posso estar mais de acordo. Sempre que me acontece sair da Europa e pensá-la de «fora», tenho a sensação de que ainda se considera o centro do mundo, que já não é.Há três anos, «vi», literalmente esta realidade. Depois de alguns dias em Pequim (que nunca dorme e onde circulam sempre milhões de pessoas), aterrei em Frankurt e passeei-me pela cidade, num Sábado à tarde de Novembro. Não havia rigorosamente ninguém nas ruas – uma cidade fantasma, impecavelmente engalanada para o Natal, mas rigorosamente morta. O futuro não passava por ali.


Numa sessão de perguntas e respostas que se seguiu a uma conferência proferida ontem na Fundação Gulbenkian, George Steiner mostrou-se especialmente pessimista quanto ao futuro da Europa.Declarou que esta «está muito, muito cansada», que «tivemos uns óptimos dois mil anos, agora devemos dar a vez a outro».Esse outro é o Oriente, nomeadamente a Índia – de lá virão, segundo Steiner, os novos «Platões, Mozarts ou Bachs».Não posso estar mais de acordo. Sempre que me acontece sair da Europa e pensá-la de «fora», tenho a sensação de que ainda se considera o centro do mundo, que já não é.Há três anos, «vi», literalmente esta realidade. Depois de alguns dias em Pequim (que nunca dorme e onde circulam sempre milhões de pessoas), aterrei em Frankurt e passeei-me pela cidade, num Sábado à tarde de Novembro. Não havia rigorosamente ninguém nas ruas – uma cidade fantasma, impecavelmente engalanada para o Natal, mas rigorosamente morta. O futuro não passava por ali.

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