Entre as brumas da memória: «Ufanosos do nosso ideal»

03-08-2010
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Sempre tive um fascínio por hinos. Não chega para que me dedique à hinologia, mas a verdade é que me intrigam. Guardo na memória uns tantos – sabe-se lá como e porquê –, que sei de cor há muitos anos. (Será por isso que escolhi para título do meu livro um verso do hino nacional? É bem possível...)

Antigamente, ensinavam-nos muitos. Já nem falo dos religiosos propriamente ditos, mas dos da pátria, das escolas, das organizações.

O que me impressiona é que os hinos se entranham de tal maneira em quem os interpreta que conseguem fazer esquecer o conteúdo. Quem canta um fado, pensa no que está a dizer – não quem canta um hino. Os hinos desempenham um papel puramente simbólico que oculta todos os possíveis despautérios escondidos na letra. Dizem-se, convictamente, palavras estranhas e absolutamente desconhecidas. Quando oiço os garbosos jogadores da selecção nacional de futebol, perfilados antes dos jogos internacionais, pergunto-me se algum deles já parou para tentar saber o que são «egrégios avós»...

Vem tudo isto a propósito de um mail que o Abílio Tavares Cardoso me enviou ontem, com a pérola abaixo transcrita. Parece que isto foi cantado, pelo menos, até 1960...

Hino do Seminário de Santarém

Mocidade a vibrar generosa
Nós a vimos a Cristo ofertar
E seremos a luz radiosa
Para a senda do bem apontar

Prometemos p’la nossa bandeira
Evitar o que ao mundo seduz
E espalhar pela Pátria inteira
A doutrina pregada na Cruz

Refrão

Ufanosos do nosso ideal
Eia avante por Deus com ardor
E faremos surgir Portugal
P’ra uma aurora de paz e de amor


Sempre tive um fascínio por hinos. Não chega para que me dedique à hinologia, mas a verdade é que me intrigam. Guardo na memória uns tantos – sabe-se lá como e porquê –, que sei de cor há muitos anos. (Será por isso que escolhi para título do meu livro um verso do hino nacional? É bem possível...)

Antigamente, ensinavam-nos muitos. Já nem falo dos religiosos propriamente ditos, mas dos da pátria, das escolas, das organizações.

O que me impressiona é que os hinos se entranham de tal maneira em quem os interpreta que conseguem fazer esquecer o conteúdo. Quem canta um fado, pensa no que está a dizer – não quem canta um hino. Os hinos desempenham um papel puramente simbólico que oculta todos os possíveis despautérios escondidos na letra. Dizem-se, convictamente, palavras estranhas e absolutamente desconhecidas. Quando oiço os garbosos jogadores da selecção nacional de futebol, perfilados antes dos jogos internacionais, pergunto-me se algum deles já parou para tentar saber o que são «egrégios avós»...

Vem tudo isto a propósito de um mail que o Abílio Tavares Cardoso me enviou ontem, com a pérola abaixo transcrita. Parece que isto foi cantado, pelo menos, até 1960...

Hino do Seminário de Santarém

Mocidade a vibrar generosa
Nós a vimos a Cristo ofertar
E seremos a luz radiosa
Para a senda do bem apontar

Prometemos p’la nossa bandeira
Evitar o que ao mundo seduz
E espalhar pela Pátria inteira
A doutrina pregada na Cruz

Refrão

Ufanosos do nosso ideal
Eia avante por Deus com ardor
E faremos surgir Portugal
P’ra uma aurora de paz e de amor

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