Entre as brumas da memória: Le 21 Juillet

03-08-2010
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Porque depois de Portugal, de Moçambique e da língua portuguesa (sem a Guiné Equatorial), a Bélgica é também um pouco a minha pátria, assinalo a seu «10 de Junho», não vá dar-se o caso de ser um dos últimos…
Não terá faltado pompa e circunstância, ontem à noite, numa festa em que bailaram 15.000 pessoas, nem o discurso do rei (a alegria em pessoa, como se sabe…), nem a família real em peso, na tribuna de honra, durante desfiles civis e militares.

Logo pela manhã, os reis e comitiva assistiram ao tradicional Te-Deum na catedral de Saint-Michel et Gudule, em Bruxelas (apesar de falhadas tentativas laicizantes), estiveram presentes os representantes do governo federal demissionário, o pré-formador daquele que se seguirá, aquele senhor que preside ao Conselho Europeu (pronto, hoje faço copy/paste: Herman Van Rompuy) e, claro, «notre Barrosô». O hino europeu foi cantado antes da Brabançonne e as festas continuarão pela noite fora. Tudo como deve ser, portanto.

A Bélgica preside à União Europeia durante este semestre, parece feliz embora vá ter de novo eleições (está mais do que habituada…) e, mesmo sabendo que a sua dívida pública é superior a 100% do PIB, a crise parece adiada. Flamengos e valões sabem que nunca se entenderão apesar de terem em comum o lema «A união faz a força», o Verão tem estado muito quente, a Grand Place deve continuar lindíssima, jamais desaparecerá o cheiro paradisíaco das boulangeries / patisseries e haverá sempre moules aux frites «Chez Léon».(Ou seja: estou cheia de vontade de ir a Bruxelas.)

E claro que nunca, mas nunca, haverá um 21 de Julho sem que se pense em Jacques Brel.

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Porque depois de Portugal, de Moçambique e da língua portuguesa (sem a Guiné Equatorial), a Bélgica é também um pouco a minha pátria, assinalo a seu «10 de Junho», não vá dar-se o caso de ser um dos últimos…
Não terá faltado pompa e circunstância, ontem à noite, numa festa em que bailaram 15.000 pessoas, nem o discurso do rei (a alegria em pessoa, como se sabe…), nem a família real em peso, na tribuna de honra, durante desfiles civis e militares.

Logo pela manhã, os reis e comitiva assistiram ao tradicional Te-Deum na catedral de Saint-Michel et Gudule, em Bruxelas (apesar de falhadas tentativas laicizantes), estiveram presentes os representantes do governo federal demissionário, o pré-formador daquele que se seguirá, aquele senhor que preside ao Conselho Europeu (pronto, hoje faço copy/paste: Herman Van Rompuy) e, claro, «notre Barrosô». O hino europeu foi cantado antes da Brabançonne e as festas continuarão pela noite fora. Tudo como deve ser, portanto.

A Bélgica preside à União Europeia durante este semestre, parece feliz embora vá ter de novo eleições (está mais do que habituada…) e, mesmo sabendo que a sua dívida pública é superior a 100% do PIB, a crise parece adiada. Flamengos e valões sabem que nunca se entenderão apesar de terem em comum o lema «A união faz a força», o Verão tem estado muito quente, a Grand Place deve continuar lindíssima, jamais desaparecerá o cheiro paradisíaco das boulangeries / patisseries e haverá sempre moules aux frites «Chez Léon».(Ou seja: estou cheia de vontade de ir a Bruxelas.)

E claro que nunca, mas nunca, haverá um 21 de Julho sem que se pense em Jacques Brel.

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