Entre as brumas da memória: Quando os exemplos vêm (muito) de cima

05-08-2010
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«Geração em saldo», uma longa reportagem e tema de capa da Visão de ontem, fez-me pensar numa conversa muito recente com um grupo de amigos do meu filho, exemplos mais ou menos típicos da dita geração.Precariedade? É já lei tão geral que nem a põem em causa, mesmo quando ganham relativamente bem. A «sorte» é ter um contrato, «não estar a recibos verdes». Retive um caso.O Museu da Presidência da República foi inaugurado, com toda a pompa e dignidade, em 5 de Outubro de 2004 e precisou, naturalmente, de admitir empregados.A jovem concreta, de carne e osso, que conheço bem e a quem telefonei hoje para confirmar os factos, foi um deles. Esteve dois anos com contrato a prazo e passou depois a... recibos verdes. Ela e outros, numa função que é tudo menos provisória (a não ser que alguém pense vir a fechar as portas do Museu) e no trabalho mais dependente que se possa imaginar.Continuam à espera, nem sabem exactamente de quê. No Palácio de Belém, muito perto de Cavaco Silva, protegidos pela bandeira verde que assinala a presença do presidente no seu local de trabalho – que é também o deles, de 2ª a 6ª feira, a tempo inteiro, há mais de três anos.


«Geração em saldo», uma longa reportagem e tema de capa da Visão de ontem, fez-me pensar numa conversa muito recente com um grupo de amigos do meu filho, exemplos mais ou menos típicos da dita geração.Precariedade? É já lei tão geral que nem a põem em causa, mesmo quando ganham relativamente bem. A «sorte» é ter um contrato, «não estar a recibos verdes». Retive um caso.O Museu da Presidência da República foi inaugurado, com toda a pompa e dignidade, em 5 de Outubro de 2004 e precisou, naturalmente, de admitir empregados.A jovem concreta, de carne e osso, que conheço bem e a quem telefonei hoje para confirmar os factos, foi um deles. Esteve dois anos com contrato a prazo e passou depois a... recibos verdes. Ela e outros, numa função que é tudo menos provisória (a não ser que alguém pense vir a fechar as portas do Museu) e no trabalho mais dependente que se possa imaginar.Continuam à espera, nem sabem exactamente de quê. No Palácio de Belém, muito perto de Cavaco Silva, protegidos pela bandeira verde que assinala a presença do presidente no seu local de trabalho – que é também o deles, de 2ª a 6ª feira, a tempo inteiro, há mais de três anos.

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