Entre as brumas da memória: As Marchas Populares de Lourenço Marques

03-08-2010
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ACTUALIZADO (*)Quando vi, no último episódio de A Guerra, de Joaquim Furtado, os bailaricos dos colonos portugueses, importados para Moçambique, lembrei-me que devia ter cá por casa, num pequeníssimo espólio deixado pela minha mãe, estas «Marchas Populares» – com letras e partituras. Ela trauteava-as e eu ainda tenho algumas no ouvido (bem gostaria de saber porquê...).Resistiram a mais de sessenta anos de andanças por gavetas, casas, cidades e continentes.Em 1945, quando o mundo punha termo à Segunda Guerra, os portugueses de Lourenço Marques (os brancos, evidentemente) desfilavam pelas ruas em representação dos «seus» sete bairros (*)Mas atenção: no cortejo, havia também «uma marcha sobre um motivo indígena». Trocado por miúdos, uma marcha de «pretos» e para «pretos», na língua nativa (shironga).Tudo isto na paz do Senhor.Outros desfiles viriam, duas décadas mais tarde. Para grande espanto dos que pensavam que tinham a História na mão e que continuaraiam a resolver tudo com arquinhos e com balões.-----------------------------------------------(*) Para os laurentinos tresmalhados, como eu, aqui fica a lista dos bairros: Alto Maé, Baixa, Carreira do Tiro, Malhangalene, Maxaquene, S. José de Lhanguene e Polana. (*) Este post deu origem a um pedido de Machado da Graça: que oferecesse estas Marchas ao Museu da Rádio de Moçambique, que está em organização. Para lá seguirão imdediatamente.


ACTUALIZADO (*)Quando vi, no último episódio de A Guerra, de Joaquim Furtado, os bailaricos dos colonos portugueses, importados para Moçambique, lembrei-me que devia ter cá por casa, num pequeníssimo espólio deixado pela minha mãe, estas «Marchas Populares» – com letras e partituras. Ela trauteava-as e eu ainda tenho algumas no ouvido (bem gostaria de saber porquê...).Resistiram a mais de sessenta anos de andanças por gavetas, casas, cidades e continentes.Em 1945, quando o mundo punha termo à Segunda Guerra, os portugueses de Lourenço Marques (os brancos, evidentemente) desfilavam pelas ruas em representação dos «seus» sete bairros (*)Mas atenção: no cortejo, havia também «uma marcha sobre um motivo indígena». Trocado por miúdos, uma marcha de «pretos» e para «pretos», na língua nativa (shironga).Tudo isto na paz do Senhor.Outros desfiles viriam, duas décadas mais tarde. Para grande espanto dos que pensavam que tinham a História na mão e que continuaraiam a resolver tudo com arquinhos e com balões.-----------------------------------------------(*) Para os laurentinos tresmalhados, como eu, aqui fica a lista dos bairros: Alto Maé, Baixa, Carreira do Tiro, Malhangalene, Maxaquene, S. José de Lhanguene e Polana. (*) Este post deu origem a um pedido de Machado da Graça: que oferecesse estas Marchas ao Museu da Rádio de Moçambique, que está em organização. Para lá seguirão imdediatamente.

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