Trix-Nitrix: O que nos está a acontecer – a Situação Política

28-05-2010
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Não quero deixar de começar este meu novo post sem referir um outro que encontrei no blog António Garcia Pereira, pela mão de Joana Lopes, do Entre as Brumas da Memória.Aquele dirigente do MRRP, primeiro, levanta-se indignado contra a divulgação das escutas e o incumprimento da providência cautelar e depois termina dizendo: “É óbvio que Sócrates deve ser derrubado do poder, e merece-o por inteiro devido não apenas à política anti-popular e anti-patriótica do seu Governo como também à sua insuportável e ditatorial arrogância. Mas deve sê-lo pelos métodos políticos democráticos, abertos e claros e não por manobras executadas como meios ínvios, ilegais e democraticamente incontroláveis. Mas a verdade é que agora, e fruto dessa mesma sua postura de altivez, a saída de Sócrates do poder é já e cada vez mais, inclusive dentro do próprio PS, uma mera questão de calendário…”Apesar de Garcia Pereira ser professor de direito e, por isso, respeitar intransigentemente a lei, isso não lhe deve toldar o raciocínio político. Enquanto Sócrates, com o apoio da direita, praticava aquela política "anti-popular e anti-patriótica" tinha índices de popularidade elevada e o PS garantia a maioria absoluta. Quando se começou a falar da sua licenciatura e depois do Freeport essa popularidade começou a baixar e o PS ficou-se pela maioria relativa. Bem pode agora Garcia Pereira dizer que é “uma mera questão de calendário” a “saída de Sócrates”, não fossem os casos que o Primeiro-Ministro foi criando, por culpa dele, evidentemente, ainda hoje o teríamos vitorioso à frente de uma nova maioria. Isto não quer dizer que valha tudo na luta política, apesar de não estarmos muito longe disso, mas as informações que obtivemos do que ele andava a tramar e sobre o seu carácter foram indispensáveis para o país perceber quem o governa.Dito isto, eu compreendo o que atormenta Garcia Pereira e toda esquerda. No PCP por exemplo, quase que não se fala das escutas. Num blog, como o Castendo, de António Vilarigues não há uma única referência a este caso. É que quem está a comandar as operações ou a usufruir vantagens dela é a direita. São os seus homens de mão os principais actores deste melodrama. Garcia Pereira cita os exemplos de José Eduardo Moniz, que é fresco, ou das atitudes passadas do Arquitecto Saraiva, do SOL. Ninguém vê neles, excepto Pacheco Pereira (último Ponto, Contraponto), paladinos da liberdade. Mas, como diz o povo, “zangam-se as comadres sabem-se as verdades”. Por isso, considero esta situação de desgaste do Sócrates importante. Porque, lamento informar, ela dificilmente se alcançaria unicamente pela luta popular, conseguiram os professores em circunstâncias muito particulares e com uma Ministra que era um desastre.Pelo que atrás se disse a esquerda teme que o apodrecimento da situação política traga a vitória da direita e de tudo aquilo que ela tem vindo a ameaçar fazer. Por isso trata este assunto com pinças. Só os meninos rabinos do 5 Dias (sem links específicos) é que resolveram, com grande ardor revolucionário, misturara-se, numa manifestação fracassada, com a gente da direita que defendia a liberdade de expressão.Mas não podemos adiar por muito mais tempo o esclarecimento da situação política. Temos que nos preparar para novas eleições, para descermos à rua ou para exigirmos um novo Governo do PS, que dê um novo ânimo à esquerda e ao país. Não podemos deixar a situação arrastar-se e depois esperar, por milagre, que alguns votos da desagregação do PS nos caiam no regaço.Pode ser que tudo passe e só depois das eleições presidenciais esta situação se resolva. É este o timing do Professor Marcelo. Mas quanto a mim pode ser que o assunto se resolva mais cedo. Mas tudo isto tem que ser discutido e pensado, mas acima de tudo temos que nos organizar para a luta, que os tempos que aí vêm não vão ser fáceis.


Não quero deixar de começar este meu novo post sem referir um outro que encontrei no blog António Garcia Pereira, pela mão de Joana Lopes, do Entre as Brumas da Memória.Aquele dirigente do MRRP, primeiro, levanta-se indignado contra a divulgação das escutas e o incumprimento da providência cautelar e depois termina dizendo: “É óbvio que Sócrates deve ser derrubado do poder, e merece-o por inteiro devido não apenas à política anti-popular e anti-patriótica do seu Governo como também à sua insuportável e ditatorial arrogância. Mas deve sê-lo pelos métodos políticos democráticos, abertos e claros e não por manobras executadas como meios ínvios, ilegais e democraticamente incontroláveis. Mas a verdade é que agora, e fruto dessa mesma sua postura de altivez, a saída de Sócrates do poder é já e cada vez mais, inclusive dentro do próprio PS, uma mera questão de calendário…”Apesar de Garcia Pereira ser professor de direito e, por isso, respeitar intransigentemente a lei, isso não lhe deve toldar o raciocínio político. Enquanto Sócrates, com o apoio da direita, praticava aquela política "anti-popular e anti-patriótica" tinha índices de popularidade elevada e o PS garantia a maioria absoluta. Quando se começou a falar da sua licenciatura e depois do Freeport essa popularidade começou a baixar e o PS ficou-se pela maioria relativa. Bem pode agora Garcia Pereira dizer que é “uma mera questão de calendário” a “saída de Sócrates”, não fossem os casos que o Primeiro-Ministro foi criando, por culpa dele, evidentemente, ainda hoje o teríamos vitorioso à frente de uma nova maioria. Isto não quer dizer que valha tudo na luta política, apesar de não estarmos muito longe disso, mas as informações que obtivemos do que ele andava a tramar e sobre o seu carácter foram indispensáveis para o país perceber quem o governa.Dito isto, eu compreendo o que atormenta Garcia Pereira e toda esquerda. No PCP por exemplo, quase que não se fala das escutas. Num blog, como o Castendo, de António Vilarigues não há uma única referência a este caso. É que quem está a comandar as operações ou a usufruir vantagens dela é a direita. São os seus homens de mão os principais actores deste melodrama. Garcia Pereira cita os exemplos de José Eduardo Moniz, que é fresco, ou das atitudes passadas do Arquitecto Saraiva, do SOL. Ninguém vê neles, excepto Pacheco Pereira (último Ponto, Contraponto), paladinos da liberdade. Mas, como diz o povo, “zangam-se as comadres sabem-se as verdades”. Por isso, considero esta situação de desgaste do Sócrates importante. Porque, lamento informar, ela dificilmente se alcançaria unicamente pela luta popular, conseguiram os professores em circunstâncias muito particulares e com uma Ministra que era um desastre.Pelo que atrás se disse a esquerda teme que o apodrecimento da situação política traga a vitória da direita e de tudo aquilo que ela tem vindo a ameaçar fazer. Por isso trata este assunto com pinças. Só os meninos rabinos do 5 Dias (sem links específicos) é que resolveram, com grande ardor revolucionário, misturara-se, numa manifestação fracassada, com a gente da direita que defendia a liberdade de expressão.Mas não podemos adiar por muito mais tempo o esclarecimento da situação política. Temos que nos preparar para novas eleições, para descermos à rua ou para exigirmos um novo Governo do PS, que dê um novo ânimo à esquerda e ao país. Não podemos deixar a situação arrastar-se e depois esperar, por milagre, que alguns votos da desagregação do PS nos caiam no regaço.Pode ser que tudo passe e só depois das eleições presidenciais esta situação se resolva. É este o timing do Professor Marcelo. Mas quanto a mim pode ser que o assunto se resolva mais cedo. Mas tudo isto tem que ser discutido e pensado, mas acima de tudo temos que nos organizar para a luta, que os tempos que aí vêm não vão ser fáceis.

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