Aviscosidades com Foral: 'Morrer' politicamente

21-01-2011
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Que a política é um mundo de hipócritas não é novidade para ninguém. Matam-se, esfolam-se, abocanham-se e insultam-se, mas, no final das contendas, tal como fazem os artistas do futebol, vão sempre tomar um copo todos juntos. Ou, em alternativa, inaugurar um chafariz.Vem isto a propósito da cessação de funções do ex-deputado nacional Afonso Candal. Na ressaca do seu discurso de despedida da Assembleia da República, as várias bancadas partidárias foram invadidas por uma súbita comoção que culminou num chorrilho de emoções em forma de 'baba-e-ranho'. Foram esquecidos os tempos em que quase andaram ao soco e todos, mas mesmo todos - até os Verdes - 'choraram' a retirada parlamentar de Afonso Candal. Consta que José Eduardo Martins - grande 'amigo' de Afonso Candal - cumpriu aquilo que prometeu em tempos e efectuou-lhe uma "espera lá fora". Certamente, para lhe dar um 'forte' abraço.Na política é sempre assim. É preciso 'morrer' politicamente para conseguir reunir unanimidade em torno de si. Reparem no Santana, quando avisou que "ia andar por aí". Toda a gente, inclusive a Manuela, lhe desejou "boa sorte" e "cumprimentos lá para casa".
Com o Sá Carneiro passa-se a mesma coisa, com a particularidade de esse ter mesmo falecido. 30 anos depois, Sá continua a ser colocado nas 'nuvens', mitificado, glorificado e apontado como aquele que realmente poderia ter conduzido este país por caminhos mais prósperos. É normal que assim seja. O sujeito já 'partiu', logo, não teve tempo de fazer asneiras, ao contrário dos restantes. O próprio José Sócrates, se tivesse falecido num atentado bombista ainda no decorrer do seu 1º Mandato, a esta hora seria considerado um mártir que se sacrificou estoicamente pelo seu país.
Portanto, não vão na cantiga.
'Morrer' politicamente é um 'truque'.
Estes gajos acabam sempre por regressar, para nos infernizar a vida.
Excepto aqueles que morrem mesmo.


Que a política é um mundo de hipócritas não é novidade para ninguém. Matam-se, esfolam-se, abocanham-se e insultam-se, mas, no final das contendas, tal como fazem os artistas do futebol, vão sempre tomar um copo todos juntos. Ou, em alternativa, inaugurar um chafariz.Vem isto a propósito da cessação de funções do ex-deputado nacional Afonso Candal. Na ressaca do seu discurso de despedida da Assembleia da República, as várias bancadas partidárias foram invadidas por uma súbita comoção que culminou num chorrilho de emoções em forma de 'baba-e-ranho'. Foram esquecidos os tempos em que quase andaram ao soco e todos, mas mesmo todos - até os Verdes - 'choraram' a retirada parlamentar de Afonso Candal. Consta que José Eduardo Martins - grande 'amigo' de Afonso Candal - cumpriu aquilo que prometeu em tempos e efectuou-lhe uma "espera lá fora". Certamente, para lhe dar um 'forte' abraço.Na política é sempre assim. É preciso 'morrer' politicamente para conseguir reunir unanimidade em torno de si. Reparem no Santana, quando avisou que "ia andar por aí". Toda a gente, inclusive a Manuela, lhe desejou "boa sorte" e "cumprimentos lá para casa".
Com o Sá Carneiro passa-se a mesma coisa, com a particularidade de esse ter mesmo falecido. 30 anos depois, Sá continua a ser colocado nas 'nuvens', mitificado, glorificado e apontado como aquele que realmente poderia ter conduzido este país por caminhos mais prósperos. É normal que assim seja. O sujeito já 'partiu', logo, não teve tempo de fazer asneiras, ao contrário dos restantes. O próprio José Sócrates, se tivesse falecido num atentado bombista ainda no decorrer do seu 1º Mandato, a esta hora seria considerado um mártir que se sacrificou estoicamente pelo seu país.
Portanto, não vão na cantiga.
'Morrer' politicamente é um 'truque'.
Estes gajos acabam sempre por regressar, para nos infernizar a vida.
Excepto aqueles que morrem mesmo.

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