De ascendência alemã pelo lado paternal, foi para terras germânicas que Alfredo Keil foi ainda jovem, com 14 anos, com o intuito de se iniciar nos estudos artísticos. A partir de 1867 estudou pintura em Nuremberga, tendo regressado à pátria em 1870 por motivos de saúde. Por cá prosseguiu os estudos, e a provar que tinha jeito para a coisa vieram os prémios, com óbvio destaque para a medalha de ouro que lhe foi atribuída na Exposição Artística do Rio de Janeiro, corria o ano de 1879.Além da pintura, Keil nutria também um indisfarçável interesse pela música (ou não seria para aqui convidado...), tendo publicado a sua primeira composição quando contava apenas 12 anos. Seguir-se-ia um período em que se dedicou essencialmente à pintura para, nos inícios da década de 1880, apresentar o seu primeiro trabalho lírico, a ópera cómica em 1 acto Suzana, estreada no Teatro da Trindade. Em Março de 1888 estreou a ópera D. Branca, desta vez no Teatro S. Carlos, e com um extraordinário sucesso, como há muito tempo não se via por aquelas bandas. Iria ainda escrever mais algumas óperas, como Irene e Serrana, esta última estreada em 1899 no S. Carlos. Alfredo Keil acabaria por se tornar num importante promotor da produção operática nacional.Mas não só da lírica viveu o nosso amigo. Em 1890, como resposta ao ultimato inglês de Janeiro desse ano que pôs fim ao sonho lusitano de unir as colónias de Angola e Moçambique através, nomeadamente, daquilo que é hoje o Zimbabué, Keil musicou uns versos de Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931), que rezam mais ou menos assim:Heróis do mar, nobre Povo,Nação valente, imortal,Levantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memória,Ó Pátria, sente-se a vozDos teus egrégios avós,Que há-de guiar-te à vitória!Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar,Às armas, às armas!Pela Pátria lutarContra os canhões marchar, marchar!Daqui resultou uma das mais populares canções portuguesas, cantada sempre que a selecção luso-brasileira de futebol vai dar uns pontapés numa bola.Alfredo Keil faleceu há 100 anos, no dia 4 de Outubro de 1907.InternetAlfredo KeilO Portal da História / Alfredo Keil / Wikipédia / José Lúcio Ribeiro de Almeida / O LemeEtiquetas: Henrique Lopes de Mendonça, Keil
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De ascendência alemã pelo lado paternal, foi para terras germânicas que Alfredo Keil foi ainda jovem, com 14 anos, com o intuito de se iniciar nos estudos artísticos. A partir de 1867 estudou pintura em Nuremberga, tendo regressado à pátria em 1870 por motivos de saúde. Por cá prosseguiu os estudos, e a provar que tinha jeito para a coisa vieram os prémios, com óbvio destaque para a medalha de ouro que lhe foi atribuída na Exposição Artística do Rio de Janeiro, corria o ano de 1879.Além da pintura, Keil nutria também um indisfarçável interesse pela música (ou não seria para aqui convidado...), tendo publicado a sua primeira composição quando contava apenas 12 anos. Seguir-se-ia um período em que se dedicou essencialmente à pintura para, nos inícios da década de 1880, apresentar o seu primeiro trabalho lírico, a ópera cómica em 1 acto Suzana, estreada no Teatro da Trindade. Em Março de 1888 estreou a ópera D. Branca, desta vez no Teatro S. Carlos, e com um extraordinário sucesso, como há muito tempo não se via por aquelas bandas. Iria ainda escrever mais algumas óperas, como Irene e Serrana, esta última estreada em 1899 no S. Carlos. Alfredo Keil acabaria por se tornar num importante promotor da produção operática nacional.Mas não só da lírica viveu o nosso amigo. Em 1890, como resposta ao ultimato inglês de Janeiro desse ano que pôs fim ao sonho lusitano de unir as colónias de Angola e Moçambique através, nomeadamente, daquilo que é hoje o Zimbabué, Keil musicou uns versos de Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931), que rezam mais ou menos assim:Heróis do mar, nobre Povo,Nação valente, imortal,Levantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memória,Ó Pátria, sente-se a vozDos teus egrégios avós,Que há-de guiar-te à vitória!Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar,Às armas, às armas!Pela Pátria lutarContra os canhões marchar, marchar!Daqui resultou uma das mais populares canções portuguesas, cantada sempre que a selecção luso-brasileira de futebol vai dar uns pontapés numa bola.Alfredo Keil faleceu há 100 anos, no dia 4 de Outubro de 1907.InternetAlfredo KeilO Portal da História / Alfredo Keil / Wikipédia / José Lúcio Ribeiro de Almeida / O LemeEtiquetas: Henrique Lopes de Mendonça, Keil