Aprovado casamento entre pessoas do mesmo sexo

23-01-2011
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Proposta do governo é aprovada pela

esquerda parlamentar. Projectos do Bloco de Esquerda e dos Verdes,

que permitiam a adopção, foram rejeitados mas tiveram os votos

favoráveis de 8 deputados do PS e um do PSD.

O casamento civil entre pessoas do

mesmo sexo foi aprovado esta sexta-feira pela Assembleia da

República. A proposta de lei do governo, que exclui a possibilidade

de adopção por casais homossexuais, teve os votos favoráveis de

PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes. As deputadas do Movimento

Humanismo e Democracia (independentes nas listas do PS), Maria do

Rosário Carneiro e Teresa Venda, foram as únicas da bancada do PS

que votaram contra. Na bancada do PSD, que teve liberdade de voto,

sete deputados abstiveram-se.

Os projectos de lei do Bloco de

Esquerda e dos Verdes, que permitem a adopção por parte de casais

de pessoas do mesmo sexo, foram rejeitados com os votos contra da

maioria da bancada do PS, do PSD e CDS-PP, e a abstenção do PCP e a

do deputado social-democrata Pedro Duarte. Além dos votos a favor do

Bloco e dos Verdes, contaram também com os votos de oito deputados

socialistas (os independentes Miguel Vale de Almeida, João Galamba e

Inês de Medeiros, o líder da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro,

e ainda Sérgio Sousa Pinto, Jamila Madeira e João Soares) e do

deputado do PSD José Eduardo Martins.

O projecto do PSD, que criava a figura

da união civil registada, foi rejeitada com os votos contra do PS,

Bloco, PCP, PEV, alguns deputados do CDS-PP e o social-democrata José

Pacheco Pereira; abstiveram-se oito deputados do CDS-PP e três do

PSD. Votaram favoravelmente PSD, o CDS-PP e as duas deputadas do PS

do Movimento Humanismo e Democracia.

O projecto de resolução que instituia

um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi

igualmente rejeitado com os votos contra das bancadas do PS, PCP,

Bloco e PEV, os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e das duas deputadas

do Movimento Humanismo e Democracia; três deputados do PSD

abstiveram-se.

Dezenas de deputados de todas as

bancadas do PS, PSD e CDS anunciaram no final das votações que irão

entregar declarações de voto.

Ao apresentar a proposta do governo, o

primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu que a aprovação do

diploma é "um passo decisivo contra uma discriminação" e

resultará numa lei "que se destina a unir, não a dividir a

sociedade portuguesa", considerando que se trata de um diploma "de

concórdia e harmonia social". O primeiro-ministro justificou a

proibição da adopção por casais homossexuais pelo escrúpulo

democrático no tratamento do casamento civil: "Este é o mandato

que temos, este é o mandato que cumprimos. Nem mais nem menos. Por

isso, a proposta de lei do governo é absolutamente clara e taxativa

ao afastar expressamente qualquer implicação em matéria de

adopção", disse.

A esta posição contrapôs-se, em

sucessivas intervenções, o Bloco de Esquerda. A deputada Helena

Pinto acusou o governo de criar um "imbróglio jurídico" com a

sua proposta, considerando que o artigo 13.º da Constituição é

"grosseiramente violado" ao impedir-se a adopção por casais

homossexuais. "O Governo preferiu associar o fim da descriminação

do casamento à criação de uma outra descriminação através de um

imbróglio jurídico, impondo a proibição de os casais homossexuais

se candidatarem à adopção", afirmou.

Para a deputada bloquista, "este

imbróglio é obviamente o resultado de uma inconstitucionalidade"

que advém do artigo 13.º da Constituição, que "garante o

princípio da igualdade e, em consequência, que ninguém pode ser

descriminado por razão da sua orientação sexual".

O deputado Francisco Louçã acusou o

primeiro-ministro de sectarismo por se dirigir à bancada do Bloco,

"cujos votos são fundamentais para a aprovação da lei", como

se representasse um voto contrário à proposta do governo. Louçã

acusou Sócrates de manter uma "reserva mental" sobre a adopção

e rejeitou o argumento segundo o qual o governo não tem mandato para

permitir a adopção de crianças por homossexuais: "O governo

também não tem mandato para introduzir outra discriminação",

disse, argumentando que "o programa só diz que o PS se compromete

a combater todas as discriminações. Está aqui que vai impor a

proibição dos casais homossexuais de adoptarem? Não diz",

sublinhou, acrescentando que o que está em causa é "o direito a

um casal homossexual a candidatar-se a adopção" e que todos os

países citados ao longo do debate como exemplos do acesso ao

casamento civil consagraram o direito à adopção.

O deputado João Oliveira, do PCP,

justificou a abstenção do seu partido em relação aos projectos do

Bloco e dos Verdes argumentando que o PCP prefere ver a questão da

adopção analisada "no âmbito de uma reflexão mais profunda

sobre a necessária resposta às insuficiências que o instituto da

adopção continua a revelar".

Algumas dezenas de pessoas reuniram-se

em frente à Assembleia da República, no final da votação, para

celebrar com um brinde o alargamento do casamento a pessoas do mesmo

sexo.

Proposta do governo é aprovada pela

esquerda parlamentar. Projectos do Bloco de Esquerda e dos Verdes,

que permitiam a adopção, foram rejeitados mas tiveram os votos

favoráveis de 8 deputados do PS e um do PSD.

O casamento civil entre pessoas do

mesmo sexo foi aprovado esta sexta-feira pela Assembleia da

República. A proposta de lei do governo, que exclui a possibilidade

de adopção por casais homossexuais, teve os votos favoráveis de

PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes. As deputadas do Movimento

Humanismo e Democracia (independentes nas listas do PS), Maria do

Rosário Carneiro e Teresa Venda, foram as únicas da bancada do PS

que votaram contra. Na bancada do PSD, que teve liberdade de voto,

sete deputados abstiveram-se.

Os projectos de lei do Bloco de

Esquerda e dos Verdes, que permitem a adopção por parte de casais

de pessoas do mesmo sexo, foram rejeitados com os votos contra da

maioria da bancada do PS, do PSD e CDS-PP, e a abstenção do PCP e a

do deputado social-democrata Pedro Duarte. Além dos votos a favor do

Bloco e dos Verdes, contaram também com os votos de oito deputados

socialistas (os independentes Miguel Vale de Almeida, João Galamba e

Inês de Medeiros, o líder da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro,

e ainda Sérgio Sousa Pinto, Jamila Madeira e João Soares) e do

deputado do PSD José Eduardo Martins.

O projecto do PSD, que criava a figura

da união civil registada, foi rejeitada com os votos contra do PS,

Bloco, PCP, PEV, alguns deputados do CDS-PP e o social-democrata José

Pacheco Pereira; abstiveram-se oito deputados do CDS-PP e três do

PSD. Votaram favoravelmente PSD, o CDS-PP e as duas deputadas do PS

do Movimento Humanismo e Democracia.

O projecto de resolução que instituia

um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi

igualmente rejeitado com os votos contra das bancadas do PS, PCP,

Bloco e PEV, os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e das duas deputadas

do Movimento Humanismo e Democracia; três deputados do PSD

abstiveram-se.

Dezenas de deputados de todas as

bancadas do PS, PSD e CDS anunciaram no final das votações que irão

entregar declarações de voto.

Ao apresentar a proposta do governo, o

primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu que a aprovação do

diploma é "um passo decisivo contra uma discriminação" e

resultará numa lei "que se destina a unir, não a dividir a

sociedade portuguesa", considerando que se trata de um diploma "de

concórdia e harmonia social". O primeiro-ministro justificou a

proibição da adopção por casais homossexuais pelo escrúpulo

democrático no tratamento do casamento civil: "Este é o mandato

que temos, este é o mandato que cumprimos. Nem mais nem menos. Por

isso, a proposta de lei do governo é absolutamente clara e taxativa

ao afastar expressamente qualquer implicação em matéria de

adopção", disse.

A esta posição contrapôs-se, em

sucessivas intervenções, o Bloco de Esquerda. A deputada Helena

Pinto acusou o governo de criar um "imbróglio jurídico" com a

sua proposta, considerando que o artigo 13.º da Constituição é

"grosseiramente violado" ao impedir-se a adopção por casais

homossexuais. "O Governo preferiu associar o fim da descriminação

do casamento à criação de uma outra descriminação através de um

imbróglio jurídico, impondo a proibição de os casais homossexuais

se candidatarem à adopção", afirmou.

Para a deputada bloquista, "este

imbróglio é obviamente o resultado de uma inconstitucionalidade"

que advém do artigo 13.º da Constituição, que "garante o

princípio da igualdade e, em consequência, que ninguém pode ser

descriminado por razão da sua orientação sexual".

O deputado Francisco Louçã acusou o

primeiro-ministro de sectarismo por se dirigir à bancada do Bloco,

"cujos votos são fundamentais para a aprovação da lei", como

se representasse um voto contrário à proposta do governo. Louçã

acusou Sócrates de manter uma "reserva mental" sobre a adopção

e rejeitou o argumento segundo o qual o governo não tem mandato para

permitir a adopção de crianças por homossexuais: "O governo

também não tem mandato para introduzir outra discriminação",

disse, argumentando que "o programa só diz que o PS se compromete

a combater todas as discriminações. Está aqui que vai impor a

proibição dos casais homossexuais de adoptarem? Não diz",

sublinhou, acrescentando que o que está em causa é "o direito a

um casal homossexual a candidatar-se a adopção" e que todos os

países citados ao longo do debate como exemplos do acesso ao

casamento civil consagraram o direito à adopção.

O deputado João Oliveira, do PCP,

justificou a abstenção do seu partido em relação aos projectos do

Bloco e dos Verdes argumentando que o PCP prefere ver a questão da

adopção analisada "no âmbito de uma reflexão mais profunda

sobre a necessária resposta às insuficiências que o instituto da

adopção continua a revelar".

Algumas dezenas de pessoas reuniram-se

em frente à Assembleia da República, no final da votação, para

celebrar com um brinde o alargamento do casamento a pessoas do mesmo

sexo.

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