Helder Ferreira

26-01-2011
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Notas soltas do meu amigo Pedro Quadros sobre a tertúlia de 26 de Janeiro no Gémio Literário em Lisboa, com a Maria de Fátima Bonifácio e o Rui Ramos.

Meus apontamentos e ideias sobre a Tertúlia “A Dádiva da Dívida” realizada a 26.01.2018 no Grêmio Literário, Lisboa. Conferencistas : Maria de Fátima Bonifácio e Rui Ramos. Já no Século XIX registávamos a propensão para o endividamento excessivo do Estado. Défice crónico das contas do Estado. Contas públicas sem rigor nem credibilidade. 1874 – Bancarrota parcial, assumindo-se que parte da dívida não poderia ser amortizada. Essa “folga fiscal” permitiu o “Fontismo” com os investimento em caminhos de ferro e estradas.

1892/3 – Bancarrota total do Estado. Tinha sido antecedida por um período de prosperidade, graças ás exportações e remessas de emigrantes. Mas sem convergência com a Europa – esta, mais industrializada, crescia mais rapidamente. Balança comercial deficitária. A adesão ao Padrão-Ouro facilitava o crédito externo. A 2ª dívida pública per capita mais alta da Europa, a seguir à Grécia.

A revolução republicana no Brasil interrompe as remessas de emigrantes. Simultaneamente, a Argentina entra em bancarrota. Descrédito afeta Portugal. Corrida aos bancos. As grandes empresas portuguesas entram em falência e são compradas por estrangeiros. Rotura com os credores para alimentar chauvinismo populista. Orientação para o mercado interno, fortemente regulado. Os aforradores nacionais aplicam as suas poupanças no estrangeiro, comprando dívida pública britânica. A economia nacional mantem-se como uma das mais isoladas e pobres da Europa.

Que fazer ? Só a introdução da economia nacional na economia global permite o desenvolvimento. Mas esta exige flexibilidade e recursos que Portugal não tem. Consegue-se sobreviver mas não crescer.

Intervenções do público : Em 2011 só não repetimos os erros de 1892 porque as instituições europeias não nos deixaram. Não aprendemos nada. Com a bancarrota de 1892, Portugal ficou sem acesso a capitais estrangeiros até aos anos 1960. Custou-nos 70 anos de desenvolvimento. As elites políticas não aceitavam perdas de soberania : “Vamos crescer com o mercado interno. Vamos bater o pé aos credores externos”. Porque é que nos endividamos tanto e isso não tem repercussões nas nossas capacidades produtivas internas ? Houve investimentos mas não houve retorno económico. Como é possível ter-se gasto tanto dinheiro com tão pouco retorno ?

Notas soltas do meu amigo Pedro Quadros sobre a tertúlia de 26 de Janeiro no Gémio Literário em Lisboa, com a Maria de Fátima Bonifácio e o Rui Ramos.

Meus apontamentos e ideias sobre a Tertúlia “A Dádiva da Dívida” realizada a 26.01.2018 no Grêmio Literário, Lisboa. Conferencistas : Maria de Fátima Bonifácio e Rui Ramos. Já no Século XIX registávamos a propensão para o endividamento excessivo do Estado. Défice crónico das contas do Estado. Contas públicas sem rigor nem credibilidade. 1874 – Bancarrota parcial, assumindo-se que parte da dívida não poderia ser amortizada. Essa “folga fiscal” permitiu o “Fontismo” com os investimento em caminhos de ferro e estradas.

1892/3 – Bancarrota total do Estado. Tinha sido antecedida por um período de prosperidade, graças ás exportações e remessas de emigrantes. Mas sem convergência com a Europa – esta, mais industrializada, crescia mais rapidamente. Balança comercial deficitária. A adesão ao Padrão-Ouro facilitava o crédito externo. A 2ª dívida pública per capita mais alta da Europa, a seguir à Grécia.

A revolução republicana no Brasil interrompe as remessas de emigrantes. Simultaneamente, a Argentina entra em bancarrota. Descrédito afeta Portugal. Corrida aos bancos. As grandes empresas portuguesas entram em falência e são compradas por estrangeiros. Rotura com os credores para alimentar chauvinismo populista. Orientação para o mercado interno, fortemente regulado. Os aforradores nacionais aplicam as suas poupanças no estrangeiro, comprando dívida pública britânica. A economia nacional mantem-se como uma das mais isoladas e pobres da Europa.

Que fazer ? Só a introdução da economia nacional na economia global permite o desenvolvimento. Mas esta exige flexibilidade e recursos que Portugal não tem. Consegue-se sobreviver mas não crescer.

Intervenções do público : Em 2011 só não repetimos os erros de 1892 porque as instituições europeias não nos deixaram. Não aprendemos nada. Com a bancarrota de 1892, Portugal ficou sem acesso a capitais estrangeiros até aos anos 1960. Custou-nos 70 anos de desenvolvimento. As elites políticas não aceitavam perdas de soberania : “Vamos crescer com o mercado interno. Vamos bater o pé aos credores externos”. Porque é que nos endividamos tanto e isso não tem repercussões nas nossas capacidades produtivas internas ? Houve investimentos mas não houve retorno económico. Como é possível ter-se gasto tanto dinheiro com tão pouco retorno ?

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