Quanto vale o apoio do líder de uma distrital numas eleições directas?

26-03-2010
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Nas eleições directas do PSD, cada militante vale um voto, mas a influência do líder e da estrutura ainda contam. É certo que não é factor único, mas conta. Até porque a distrital, expressão do chamado "aparelho", está a meio caminho entre as bases e o poder nacional, na sede da Rua de São Caetano à Lapa, em Lisboa.

Numa leitura cruzada dos apoios - sempre a título pessoal - dos presidentes das distritais com os resultados das directas de 31 de Maio de 2008, conclui-se que, em dez das 19 distritais, os resultados nas urnas coincidiram com os apoios dos seus líderes. Os factores de vitória são múltiplos, além do apoio dos dirigentes das distritais. Também contam os autarcas e presidentes de câmara que os candidatos conseguem atrair. Além, claro, da capacidade de liderança ou de dinâmica de vitória que cada um consegue.

Nas distritais mais pequenas, a influência pode ser maior. Um exemplo: o "santanista" José Raul dos Santos, então líder do PSD em Beja, esteve com Pedro Santana Lopes e, nas urnas, o voto foi seguido.

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Mas a mesma dinâmica - embora explicada por outros motivos - aplicou-se a uma grande distrital, como a do Porto. Há dois anos, o líder, Marco António Costa, esteve com Pedro Passos Coelho, Filipe Menezes, líder demissionário, homem-forte do PSD no Norte, esteve a seu lado num jantar. Passos ganhou, ainda que por pouco, à candidata vencedora, Manuela Ferreira Leite, que hoje deixa o cargo. Aí, em estruturas com mais militantes, na expressão ao PÚBLICO de um ex-secretário-geral do partido, "há mais voto livre"...

Um caso diferente aconteceu na distrital de Viseu. José Cesário foi um apoiante de Ferreira Leite, mas a vitória foi para Passos Coelho. Afinal, o ex-líder da JSD tinha a seu lado o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, hoje de novo a seu lado.

Açores e Madeira são casos diferentes. Há dois anos, a comissão política regional de Alberto João Jardim ficou neutra na disputa entre Ferreira Leite, Passos Coelho e Santana Lopes, mas os dirigentes espalharam-se pelas candidaturas, mas estiveram em maior número com Lopes. Resultado: o ex-primeiro-ministro teve perto de 60 por cento dos votos, quase tanto quanto numa grande distrital como Braga.

Nas eleições directas do PSD, cada militante vale um voto, mas a influência do líder e da estrutura ainda contam. É certo que não é factor único, mas conta. Até porque a distrital, expressão do chamado "aparelho", está a meio caminho entre as bases e o poder nacional, na sede da Rua de São Caetano à Lapa, em Lisboa.

Numa leitura cruzada dos apoios - sempre a título pessoal - dos presidentes das distritais com os resultados das directas de 31 de Maio de 2008, conclui-se que, em dez das 19 distritais, os resultados nas urnas coincidiram com os apoios dos seus líderes. Os factores de vitória são múltiplos, além do apoio dos dirigentes das distritais. Também contam os autarcas e presidentes de câmara que os candidatos conseguem atrair. Além, claro, da capacidade de liderança ou de dinâmica de vitória que cada um consegue.

Nas distritais mais pequenas, a influência pode ser maior. Um exemplo: o "santanista" José Raul dos Santos, então líder do PSD em Beja, esteve com Pedro Santana Lopes e, nas urnas, o voto foi seguido.

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Mas a mesma dinâmica - embora explicada por outros motivos - aplicou-se a uma grande distrital, como a do Porto. Há dois anos, o líder, Marco António Costa, esteve com Pedro Passos Coelho, Filipe Menezes, líder demissionário, homem-forte do PSD no Norte, esteve a seu lado num jantar. Passos ganhou, ainda que por pouco, à candidata vencedora, Manuela Ferreira Leite, que hoje deixa o cargo. Aí, em estruturas com mais militantes, na expressão ao PÚBLICO de um ex-secretário-geral do partido, "há mais voto livre"...

Um caso diferente aconteceu na distrital de Viseu. José Cesário foi um apoiante de Ferreira Leite, mas a vitória foi para Passos Coelho. Afinal, o ex-líder da JSD tinha a seu lado o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, hoje de novo a seu lado.

Açores e Madeira são casos diferentes. Há dois anos, a comissão política regional de Alberto João Jardim ficou neutra na disputa entre Ferreira Leite, Passos Coelho e Santana Lopes, mas os dirigentes espalharam-se pelas candidaturas, mas estiveram em maior número com Lopes. Resultado: o ex-primeiro-ministro teve perto de 60 por cento dos votos, quase tanto quanto numa grande distrital como Braga.

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