A Ilha do Dia Antes: Alegre, Soares e Sócrates

20-01-2011
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Uma perspectiva (válida?) do Diário de Notícias:"10 MaioO DN titula em manchete "Alegre quase certo como candidato a Belém". (...) Sem poder contar com António Guterres e António Vitorino, Sócrates "aceita" o nome de Alegre, apesar da oposição de alguns altos dirigentes do PS (...) Alegre declara que não quer ser o candidato da "resignação" (...) O líder do PS, que não se pode dar ao luxo de ficar com mais uma carta fora do baralho, envia uma mensagem clara ao poeta: não se coloque fora da corrida, pois é uma hipótese em consideração para Belém. Nesta altura, os dois protagonistas comunicam através de mediadores, quase sempre gente que apoiou Alegre no congresso e que mantinha um bom relacionamento com Sócrates. O principal, apurou o DN, terá sido o líder parlamentar Alberto Martins, que está em contacto permanente com o primeiro-ministro. (...)24 de MaioGuterres é nomeado alto-comissário da ONU. Sócrates ainda insiste com Vitorino, mas o ex-comissário europeu recusa ser candidato. "Não encontrei o meu impulso pessoal", diria depois na RTP. A hipótese Alegre impõe-se.18 de JunhoSócrates e os deputados socialistas estão em Faro para as jornadas parlamentares. (...) O "namoro" com Sócrates prolongava-se pelo menos desde as eleições legislativas, nas quais quase todo o estado-maior "alegrista" se manteve no Parlamento, ascendendo depois a posições de destaque (..)Após o encerramento das jornadas, Sócrates, o seu chefe de gabinete e alguns "alegristas" vão almoçar - estão à mesa o próprio Alegre, Martins, Jorge Strecht e João Cravinho, entre outros. Sobre o que se passou ao almoço, há duas versões. Numa, "ficou claro" que Alegre seria o candidato, embora não tenha havido qualquer compromisso. Noutra versão, apesar do "óptimo" relacionamento entre Sócrates e Alegre, as presidenciais foram um tema secundário. Ambas confirmam que os dois ficaram de falar "em breve" sobre a corrida a Belém.6 de JulhoAlegre admite ao Jornal de Letras ser candidato, (...)Poucos dias depois da entrevista ao JL, Alegre e Sócrates aparecem juntos no lançamento da edição comemorativa do livro Praça da Canção (...) é possível que, nesta altura, Alegre ainda não soubesse que Mário Soares já tinha entrado no jogo. Desde pelo menos finais de Junho que a direcção do PS sabia que o fundador do partido estaria disponível para ser candidato. (...) Enquanto Soares saboreia a ideia, vai dizendo que apoiará Alegre caso este tenha o apoio do partido.A conversa definitiva entre Sócrates e Alegre deve acontecer depois do encerramento do ano parlamentar, em finais de Julho. Essa seria a conversa definitiva, mas nunca aconteceu. O deputado é entretanto avisado pelo dirigente de outro partido (as fontes do DN garantem que foi Jerónimo de Sousa) que vai ser Soares o candidato do PS, uma informação que mais tarde lhe será confirmada por um membro do Governo que mantinha boas relações com Alegre.20 de JulhoFreitas do Amaral, em entrevista ao DN, abre a porta a uma candidatura presidencial. (...) Mas a máquina socialista, que torcia o nariz a Alegre, faz o mesmo perante Freitas. (...) Em simultâneo, o nome de Soares circula insistentemente. (...) 21 de JulhoA famosa conversa telefónica entre José Sócrates e Manuel Alegre, que ambos confirmam que existiu e que reconhecem que foi sobre presidenciais. Segundo Sócrates relatou (...) é essa a única vez que aborda o assunto com Alegre, para lhe informar que o PS vai apoiar Soares, pedindo ao poeta que faça o mesmo. (...)23 de JulhoO DN e o Expresso dão conta dos preparativos para o lançamento da candidatura de Soares, e Alegre diz ao Público que está pronto para avançar. (...)" in Diário de NotícasConclui-se daqui uma coisa: Sócrates poderia saber algo que o levava a atrasar a candidatura de Alegre. Uma melhor opção? Soares. Estaria, portanto, Soares e/ou os seus colaboradores a preparar uma candidatura há vários meses? Muitos dados indicam que sim. E isso põe em causa Soares.Pedro


Uma perspectiva (válida?) do Diário de Notícias:"10 MaioO DN titula em manchete "Alegre quase certo como candidato a Belém". (...) Sem poder contar com António Guterres e António Vitorino, Sócrates "aceita" o nome de Alegre, apesar da oposição de alguns altos dirigentes do PS (...) Alegre declara que não quer ser o candidato da "resignação" (...) O líder do PS, que não se pode dar ao luxo de ficar com mais uma carta fora do baralho, envia uma mensagem clara ao poeta: não se coloque fora da corrida, pois é uma hipótese em consideração para Belém. Nesta altura, os dois protagonistas comunicam através de mediadores, quase sempre gente que apoiou Alegre no congresso e que mantinha um bom relacionamento com Sócrates. O principal, apurou o DN, terá sido o líder parlamentar Alberto Martins, que está em contacto permanente com o primeiro-ministro. (...)24 de MaioGuterres é nomeado alto-comissário da ONU. Sócrates ainda insiste com Vitorino, mas o ex-comissário europeu recusa ser candidato. "Não encontrei o meu impulso pessoal", diria depois na RTP. A hipótese Alegre impõe-se.18 de JunhoSócrates e os deputados socialistas estão em Faro para as jornadas parlamentares. (...) O "namoro" com Sócrates prolongava-se pelo menos desde as eleições legislativas, nas quais quase todo o estado-maior "alegrista" se manteve no Parlamento, ascendendo depois a posições de destaque (..)Após o encerramento das jornadas, Sócrates, o seu chefe de gabinete e alguns "alegristas" vão almoçar - estão à mesa o próprio Alegre, Martins, Jorge Strecht e João Cravinho, entre outros. Sobre o que se passou ao almoço, há duas versões. Numa, "ficou claro" que Alegre seria o candidato, embora não tenha havido qualquer compromisso. Noutra versão, apesar do "óptimo" relacionamento entre Sócrates e Alegre, as presidenciais foram um tema secundário. Ambas confirmam que os dois ficaram de falar "em breve" sobre a corrida a Belém.6 de JulhoAlegre admite ao Jornal de Letras ser candidato, (...)Poucos dias depois da entrevista ao JL, Alegre e Sócrates aparecem juntos no lançamento da edição comemorativa do livro Praça da Canção (...) é possível que, nesta altura, Alegre ainda não soubesse que Mário Soares já tinha entrado no jogo. Desde pelo menos finais de Junho que a direcção do PS sabia que o fundador do partido estaria disponível para ser candidato. (...) Enquanto Soares saboreia a ideia, vai dizendo que apoiará Alegre caso este tenha o apoio do partido.A conversa definitiva entre Sócrates e Alegre deve acontecer depois do encerramento do ano parlamentar, em finais de Julho. Essa seria a conversa definitiva, mas nunca aconteceu. O deputado é entretanto avisado pelo dirigente de outro partido (as fontes do DN garantem que foi Jerónimo de Sousa) que vai ser Soares o candidato do PS, uma informação que mais tarde lhe será confirmada por um membro do Governo que mantinha boas relações com Alegre.20 de JulhoFreitas do Amaral, em entrevista ao DN, abre a porta a uma candidatura presidencial. (...) Mas a máquina socialista, que torcia o nariz a Alegre, faz o mesmo perante Freitas. (...) Em simultâneo, o nome de Soares circula insistentemente. (...) 21 de JulhoA famosa conversa telefónica entre José Sócrates e Manuel Alegre, que ambos confirmam que existiu e que reconhecem que foi sobre presidenciais. Segundo Sócrates relatou (...) é essa a única vez que aborda o assunto com Alegre, para lhe informar que o PS vai apoiar Soares, pedindo ao poeta que faça o mesmo. (...)23 de JulhoO DN e o Expresso dão conta dos preparativos para o lançamento da candidatura de Soares, e Alegre diz ao Público que está pronto para avançar. (...)" in Diário de NotícasConclui-se daqui uma coisa: Sócrates poderia saber algo que o levava a atrasar a candidatura de Alegre. Uma melhor opção? Soares. Estaria, portanto, Soares e/ou os seus colaboradores a preparar uma candidatura há vários meses? Muitos dados indicam que sim. E isso põe em causa Soares.Pedro

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