Manuel Alegre corrige apelo de mobilização do PS e diz que falou para toda a "gente"

12-11-2010
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Candidato recusou ideia de ter lamentado ausência do PS na campanha. Strecht Ribeiro entende que há "alguma inconsciência" no PS

Manuel Alegre tentou ontem corrigir as declarações feitas durante o fim-de-semana, esclarecendo que o apelo feito ao PS para que se mobilizasse em torno da sua candidatura abrangia toda a "gente" que se reconhece no seu "projecto solidário e humanista". "Falei para socialistas, democratas-cristãos, bloquistas, comunistas; falei para toda a gente que se identifica com o meu projecto solidário e humanista", afirmou à entrada para a primeira reunião da comissão política da sua candidatura a Belém.

Em Mangualde, refira-se, Alegre foi explícito: "Há dirigentes do partido que têm as suas responsabilidades, têm de falar, têm de se comprometer, porque este combate não é só meu, é de todos." Ontem mudou de discurso. "Estão enganados", respondeu, quando questionado sobre os seus lamentos públicos acerca da ausência de dirigentes de topo nas acções de campanha. "Lancei um alerta para a mobilização à escala nacional", rectificou.

A tentativa de desvalorizar as queixas de Alegre foi também feita pelos ministros Augusto Santos Silva e Alberto Martins. O primeiro disse que as palavras de Alegre tinham sido "mal entendidas", uma vez que, "como se vê no terreno", as "bases e os dirigentes estão empenhados na candidatura"; Martins, por seu lado, considerou que o "empenhamento será aprofundado a partir de agora".

Apesar das correcções feitas ontem, os alvos da anterior declaração de Alegre eram obviamente os dirigentes nacionais do PS, que se evaporaram depois de algumas aparições públicas. As ausências tornaram-se tanto mais notórias porquanto os bloquistas, nomeadamente os deputados, não faltaram à chamada para participar nas mais diversas iniciativas da campanha.

A importância do envolvimento do PS na candidatura já tinha sido sublinhada em Setembro pela eurodeputada Edite Estrela, que, numa carta dirigida aos militantes, escreveu que os socialistas deveriam "estar conscientes" de que as presidenciais poderão "definir o rumo político do país para os próximos anos" - o conteúdo da missiva acabou por ser interpretado pelo PSD como uma prova da fraqueza do apoio socialista a Manuel Alegre. A leitura não é exclusiva dos sociais-democratas. Também no PS há dirigentes que criticam o alheamento da direcção partidária e do Executivo, convergindo com Alegre no apelo à mobilização.

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"[O apelo] é totalmente justo", disse ao PÚBLICO Jorge Strecht Ribeiro, deputado e membro da comissão política de Alegre. Lembrando a carta de Edite Estrela, Strecht notou que "existe alguma inconsciência dos socialistas ao pensarem que as eleições vão ser um momento anódino, que não interessa", quando, frisou, "podem ser o começo do fim".

O Bloco de Esquerda (BE), porém, parece não partilhar do incómodo de Alegre. Dirigentes bloquistas têm mesmo manifestado desagrado por a comunicação social escrever que Alegre é apoiado pelo PS e pelo BE, apontando a diferença em relação a Cavaco Silva, que raramente, dizem, surge como sendo o candidato do PSD e do CDS-PP.

Ontem, José Manuel Pureza, líder parlamentar do BE, realçou a natureza "suprapartidária" de Alegre, recusando comentar as "relações com os militantes do PS".

Candidato recusou ideia de ter lamentado ausência do PS na campanha. Strecht Ribeiro entende que há "alguma inconsciência" no PS

Manuel Alegre tentou ontem corrigir as declarações feitas durante o fim-de-semana, esclarecendo que o apelo feito ao PS para que se mobilizasse em torno da sua candidatura abrangia toda a "gente" que se reconhece no seu "projecto solidário e humanista". "Falei para socialistas, democratas-cristãos, bloquistas, comunistas; falei para toda a gente que se identifica com o meu projecto solidário e humanista", afirmou à entrada para a primeira reunião da comissão política da sua candidatura a Belém.

Em Mangualde, refira-se, Alegre foi explícito: "Há dirigentes do partido que têm as suas responsabilidades, têm de falar, têm de se comprometer, porque este combate não é só meu, é de todos." Ontem mudou de discurso. "Estão enganados", respondeu, quando questionado sobre os seus lamentos públicos acerca da ausência de dirigentes de topo nas acções de campanha. "Lancei um alerta para a mobilização à escala nacional", rectificou.

A tentativa de desvalorizar as queixas de Alegre foi também feita pelos ministros Augusto Santos Silva e Alberto Martins. O primeiro disse que as palavras de Alegre tinham sido "mal entendidas", uma vez que, "como se vê no terreno", as "bases e os dirigentes estão empenhados na candidatura"; Martins, por seu lado, considerou que o "empenhamento será aprofundado a partir de agora".

Apesar das correcções feitas ontem, os alvos da anterior declaração de Alegre eram obviamente os dirigentes nacionais do PS, que se evaporaram depois de algumas aparições públicas. As ausências tornaram-se tanto mais notórias porquanto os bloquistas, nomeadamente os deputados, não faltaram à chamada para participar nas mais diversas iniciativas da campanha.

A importância do envolvimento do PS na candidatura já tinha sido sublinhada em Setembro pela eurodeputada Edite Estrela, que, numa carta dirigida aos militantes, escreveu que os socialistas deveriam "estar conscientes" de que as presidenciais poderão "definir o rumo político do país para os próximos anos" - o conteúdo da missiva acabou por ser interpretado pelo PSD como uma prova da fraqueza do apoio socialista a Manuel Alegre. A leitura não é exclusiva dos sociais-democratas. Também no PS há dirigentes que criticam o alheamento da direcção partidária e do Executivo, convergindo com Alegre no apelo à mobilização.

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"[O apelo] é totalmente justo", disse ao PÚBLICO Jorge Strecht Ribeiro, deputado e membro da comissão política de Alegre. Lembrando a carta de Edite Estrela, Strecht notou que "existe alguma inconsciência dos socialistas ao pensarem que as eleições vão ser um momento anódino, que não interessa", quando, frisou, "podem ser o começo do fim".

O Bloco de Esquerda (BE), porém, parece não partilhar do incómodo de Alegre. Dirigentes bloquistas têm mesmo manifestado desagrado por a comunicação social escrever que Alegre é apoiado pelo PS e pelo BE, apontando a diferença em relação a Cavaco Silva, que raramente, dizem, surge como sendo o candidato do PSD e do CDS-PP.

Ontem, José Manuel Pureza, líder parlamentar do BE, realçou a natureza "suprapartidária" de Alegre, recusando comentar as "relações com os militantes do PS".

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