In Concreto: Voltemos à água...

26-05-2011
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Os deputados do PSD eleitos pela ilha Terceira pediram hoje "responsabilidades" à secretaria regional do ambiente e do mar relativamente "aos graves constrangimentos da falta de água em Angra do Heroísmo", realçando "o incumprimento dos objectivos previstos no plano regional da água (PRA) – aprovado em 2003 -", nomeadamente "a falta de monitorização dos recursos hídricos e as medidas de protecção às origens da água na ilha". (...)Recordando que, "em Outubro de 2003 o governo adjudicou, por 170 mil euros, um estudo sobre a gestão e abastecimento da água na região", (...), o PSD solicita "as conclusões desse estudo e a divulgação das medidas tomadas em sequência do mesmo", esclarecem.No tocante a "apurar responsabilidades" a missiva laranja não se fica por aqui, já que "também a secretaria regional das obras públicas e equipamentos deve ter a noção dos danos causados pelas obras na via Vitorino Nemésio", estrutura onde "a falta de planeamento e coordenação com a autarquia angrense", nomeadamente "na identificação das condutas que atravessam o local", levou "a múltiplas rupturas que determinaram o desperdício de elevadas quantidades de água", explicam.Clélio Meneses, Carla Bretão e António Ventura querem igualmente saber "que tipo de licença foi atribuída à pedreira em actividade na zona do Cabrito" e "se foram exigidos registos dos rebentamentos", pedindo ao governo "dados sobre a licença de exploração da pedreira em causa, com enfoque nas obrigações a cumprir", uma vez que a actividade daquela unidade "é aventada como causadora de danos no subsolo".Os deputados também se referem ao "descrédito das supostas explicações" do estudo encomendado pela autarquia angrense para apurar as razões da falta de água, já que "dados do instituto de meteorologia e do Prof. Eduardo Brito – Universidade dos Açores - afastaram a falta de chuva como causa", pois "confirmam padrões de comportamento considerados normais ao nível da pluviosidade em 2007/2008", levantando a questão de "as interrupções verificadas nos meses de Junho e Julho terem sido causadas pelas obras na via rápida", concluem. Uma intervenção global do PSD sobre o problema da água, condensando assim toda a matéria e dúvidas ao longo de todo o processo. É a melhor intervenção da oposição, dado que até agora as intervenções eram de pequeno alcance e sobre questões isoladas. Nesta nota de imprensa, saliente-se um dado que para mim é novo, o estudo de 2003 sobre a gestão e abastecimento de água, algo interessante, porque se a seca dever-se a situações estruturais de gestão e abastecimento da água, saberemos assim que o problema já estava diagnosticado tecnicamente e que trata-se de pura falha política - isto assumindo que o problema é de carácter natural e previsível e não seja uma situação excepcional ou devendo-se a outras externalidades. Quanto às externalidades supervenientes temos dois pontos que já são conhecidos e que já foram debatidos neste espaço. A negligência nas obras da Via Vitorino Nemésio, na qual não se procedeu com o devido cuidado para se salvaguardar as condutas de água. Problemática interessante, mas não creio que esteja na base do problema dado que as rupturas são situações pontuais e não é plausível que seja causa de uma situação permanente como a seca. De qualquer forma, houve negligência e desperdício de enormes quantidades de água. Segundo ponto, a pedreira. O funcionamento da pedreira tem sido muitas vezes adiantado como causa da seca ao interferir no normal curso da água, no entanto nunca foi concretizado estes rumores. Também, diga-se nunca houve do Governo Regional abertura sobre os dados da licença de exploração, espero que agora sejam tornados públicos para que se possa retirar ilações sobre a real interferência da pedreira. Condeno assim qualquer recusa sobre a não divulgação dos documentos pedidos. Por último o ping-pong dos estudos e dos especialistas que se contradizem sobre a pluviosidade, - tema abordado no último post sobre o problema - acredito que não seja a raiz do problema e no confronto de opiniões cientificas volto a escrever, "por questões de independência da UAÇ sou levado a confiar mais nos seus estudos, também porque a instituição desde sempre registou grande conhecimento e atenção pelo problema da água", acrescente-se também o Instituto de Metrologia que defendem que os níveis de pluviosidade deste ano estão dentro dos parâmetros normais. Diga-se que ficava bem ao PSD/Terceira uma palavra sobre a gestão da água no Concelho da Praia da Vitória, pois a Praia da Vitória também faz parte da Ilha Terceira e grande parte dos problemas referidos também afectam o concelho da Praia da Vitória. Estamos a falar de duas realidades com os mesmos recursos - AH e PV - e com resultados completamente diferentes. A legitimidade para criticar é igual à legitimidade para elogiar.


Os deputados do PSD eleitos pela ilha Terceira pediram hoje "responsabilidades" à secretaria regional do ambiente e do mar relativamente "aos graves constrangimentos da falta de água em Angra do Heroísmo", realçando "o incumprimento dos objectivos previstos no plano regional da água (PRA) – aprovado em 2003 -", nomeadamente "a falta de monitorização dos recursos hídricos e as medidas de protecção às origens da água na ilha". (...)Recordando que, "em Outubro de 2003 o governo adjudicou, por 170 mil euros, um estudo sobre a gestão e abastecimento da água na região", (...), o PSD solicita "as conclusões desse estudo e a divulgação das medidas tomadas em sequência do mesmo", esclarecem.No tocante a "apurar responsabilidades" a missiva laranja não se fica por aqui, já que "também a secretaria regional das obras públicas e equipamentos deve ter a noção dos danos causados pelas obras na via Vitorino Nemésio", estrutura onde "a falta de planeamento e coordenação com a autarquia angrense", nomeadamente "na identificação das condutas que atravessam o local", levou "a múltiplas rupturas que determinaram o desperdício de elevadas quantidades de água", explicam.Clélio Meneses, Carla Bretão e António Ventura querem igualmente saber "que tipo de licença foi atribuída à pedreira em actividade na zona do Cabrito" e "se foram exigidos registos dos rebentamentos", pedindo ao governo "dados sobre a licença de exploração da pedreira em causa, com enfoque nas obrigações a cumprir", uma vez que a actividade daquela unidade "é aventada como causadora de danos no subsolo".Os deputados também se referem ao "descrédito das supostas explicações" do estudo encomendado pela autarquia angrense para apurar as razões da falta de água, já que "dados do instituto de meteorologia e do Prof. Eduardo Brito – Universidade dos Açores - afastaram a falta de chuva como causa", pois "confirmam padrões de comportamento considerados normais ao nível da pluviosidade em 2007/2008", levantando a questão de "as interrupções verificadas nos meses de Junho e Julho terem sido causadas pelas obras na via rápida", concluem. Uma intervenção global do PSD sobre o problema da água, condensando assim toda a matéria e dúvidas ao longo de todo o processo. É a melhor intervenção da oposição, dado que até agora as intervenções eram de pequeno alcance e sobre questões isoladas. Nesta nota de imprensa, saliente-se um dado que para mim é novo, o estudo de 2003 sobre a gestão e abastecimento de água, algo interessante, porque se a seca dever-se a situações estruturais de gestão e abastecimento da água, saberemos assim que o problema já estava diagnosticado tecnicamente e que trata-se de pura falha política - isto assumindo que o problema é de carácter natural e previsível e não seja uma situação excepcional ou devendo-se a outras externalidades. Quanto às externalidades supervenientes temos dois pontos que já são conhecidos e que já foram debatidos neste espaço. A negligência nas obras da Via Vitorino Nemésio, na qual não se procedeu com o devido cuidado para se salvaguardar as condutas de água. Problemática interessante, mas não creio que esteja na base do problema dado que as rupturas são situações pontuais e não é plausível que seja causa de uma situação permanente como a seca. De qualquer forma, houve negligência e desperdício de enormes quantidades de água. Segundo ponto, a pedreira. O funcionamento da pedreira tem sido muitas vezes adiantado como causa da seca ao interferir no normal curso da água, no entanto nunca foi concretizado estes rumores. Também, diga-se nunca houve do Governo Regional abertura sobre os dados da licença de exploração, espero que agora sejam tornados públicos para que se possa retirar ilações sobre a real interferência da pedreira. Condeno assim qualquer recusa sobre a não divulgação dos documentos pedidos. Por último o ping-pong dos estudos e dos especialistas que se contradizem sobre a pluviosidade, - tema abordado no último post sobre o problema - acredito que não seja a raiz do problema e no confronto de opiniões cientificas volto a escrever, "por questões de independência da UAÇ sou levado a confiar mais nos seus estudos, também porque a instituição desde sempre registou grande conhecimento e atenção pelo problema da água", acrescente-se também o Instituto de Metrologia que defendem que os níveis de pluviosidade deste ano estão dentro dos parâmetros normais. Diga-se que ficava bem ao PSD/Terceira uma palavra sobre a gestão da água no Concelho da Praia da Vitória, pois a Praia da Vitória também faz parte da Ilha Terceira e grande parte dos problemas referidos também afectam o concelho da Praia da Vitória. Estamos a falar de duas realidades com os mesmos recursos - AH e PV - e com resultados completamente diferentes. A legitimidade para criticar é igual à legitimidade para elogiar.

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