Presépio Vivo: um projecto de cidadania A nossa vida é baseada em sonhos e projectos.Todos nós desejamos alcançar algo.Um grupo pessoas da nossa comunidade impulsionado pelo Grupo de Jovens da Vila das Lajes – Arcanjos – abraçou um projecto que nos faz reflectir o nosso sentido de cidadania.Cidadania define-se pela “responsabilidade perante nós e perante os outros, consciência de deveres e de direitos, um impulso para a solidariedade e para a participação, sentido de comunidade e de partilha, insatisfação perante o que é injusto ou está mal, vontade de aperfeiçoar, de servir, de realizar, é espírito de inovação, de audácia, de risco, pensamento que age e acção que se pensa” (Jorge Sampaio in Educação para a Cidadania). Perante esta belíssima definição gostaria de acrescentar a sabedoria dos meus velhos, a quem a sociedade em geral cada vez mais esquece. Escutando atentamente os meus avós sobre as suas vivências do seu quotidiano pude sentir o espírito de cidadania. A vida comunitária era diferente. Todos se ajudam mutuamente, partilhando o que tinham. As pessoas participavam activamente nas actividades organizadas e nas instituições. Quando havia algo que a comunidade necessitava todos se juntavam em prol da sua execução. Actualmente consigo discernir alguns traços de cidadania, mas nada que se compare ao que se vivia há algumas décadas atrás. Hoje assiste-se a uma queda crescente do ser cidadão cidadania.Hoje temos cada vez mais pessoas e famílias fechadas sobre si, construindo murros e barreiras à comunicação directa;Hoje cada vez mais temos dificuldade em conseguir pessoas para fazer parte de grupos e de direcções das instituições;Hoje não se partilha;Hoje não exerce o direito de voto;Hoje busca-se intensamente o ter menosprezando o ser;Hoje vive-se na auto-suficência.Este grupo de pessoas de pessoas pretende demonstrar o sentido da cidadania.Qual a nossa motivação? Servir os outros. Tornar os outros felizes. Contribuir para o bem-comum. Qual a mensagem deste presépio? Se deixarmos de pensar apenas em nós seremos muitos mais felizes e o mundo também o será. Sei e estou consciente da crise que se atravessa, mas não esqueçamos que sempre ouve crises e muitas maiores do que esta.Temos direitos, mas não devemos esquecer que temos deveres. O sentido de cidadania é um dever que cabe a cada um de nós. Se negligenciarmos este nosso dever e reivindicarmos os nossos direitos, eles escarpar-nos-ão.Termino deixando um abraço ao Tibério Dinis, que tem desenvolvido o seu sentido de cidadania contribuindo para a reflexão e partilha de assuntos que nos tocam a todos nós. César Toste, 25 anos de idade, lajense, coordenador do Grupo de Jovens Arcanjos da Vila das Lajes e enfermeiro no H.S.E.A.H, EPE.
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Presépio Vivo: um projecto de cidadania A nossa vida é baseada em sonhos e projectos.Todos nós desejamos alcançar algo.Um grupo pessoas da nossa comunidade impulsionado pelo Grupo de Jovens da Vila das Lajes – Arcanjos – abraçou um projecto que nos faz reflectir o nosso sentido de cidadania.Cidadania define-se pela “responsabilidade perante nós e perante os outros, consciência de deveres e de direitos, um impulso para a solidariedade e para a participação, sentido de comunidade e de partilha, insatisfação perante o que é injusto ou está mal, vontade de aperfeiçoar, de servir, de realizar, é espírito de inovação, de audácia, de risco, pensamento que age e acção que se pensa” (Jorge Sampaio in Educação para a Cidadania). Perante esta belíssima definição gostaria de acrescentar a sabedoria dos meus velhos, a quem a sociedade em geral cada vez mais esquece. Escutando atentamente os meus avós sobre as suas vivências do seu quotidiano pude sentir o espírito de cidadania. A vida comunitária era diferente. Todos se ajudam mutuamente, partilhando o que tinham. As pessoas participavam activamente nas actividades organizadas e nas instituições. Quando havia algo que a comunidade necessitava todos se juntavam em prol da sua execução. Actualmente consigo discernir alguns traços de cidadania, mas nada que se compare ao que se vivia há algumas décadas atrás. Hoje assiste-se a uma queda crescente do ser cidadão cidadania.Hoje temos cada vez mais pessoas e famílias fechadas sobre si, construindo murros e barreiras à comunicação directa;Hoje cada vez mais temos dificuldade em conseguir pessoas para fazer parte de grupos e de direcções das instituições;Hoje não se partilha;Hoje não exerce o direito de voto;Hoje busca-se intensamente o ter menosprezando o ser;Hoje vive-se na auto-suficência.Este grupo de pessoas de pessoas pretende demonstrar o sentido da cidadania.Qual a nossa motivação? Servir os outros. Tornar os outros felizes. Contribuir para o bem-comum. Qual a mensagem deste presépio? Se deixarmos de pensar apenas em nós seremos muitos mais felizes e o mundo também o será. Sei e estou consciente da crise que se atravessa, mas não esqueçamos que sempre ouve crises e muitas maiores do que esta.Temos direitos, mas não devemos esquecer que temos deveres. O sentido de cidadania é um dever que cabe a cada um de nós. Se negligenciarmos este nosso dever e reivindicarmos os nossos direitos, eles escarpar-nos-ão.Termino deixando um abraço ao Tibério Dinis, que tem desenvolvido o seu sentido de cidadania contribuindo para a reflexão e partilha de assuntos que nos tocam a todos nós. César Toste, 25 anos de idade, lajense, coordenador do Grupo de Jovens Arcanjos da Vila das Lajes e enfermeiro no H.S.E.A.H, EPE.