Os filhos de Abril: A "anomalia" do mais normal

23-12-2009
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Recebemos o seguinte contributo do Romeu Afonso,A “anomalia” do mais normalNo rescaldo das eleições espanholas e pegando em algumas palavras sábias de Vital Moreira (Público, 11 de Março de 2008), encontramos nos resultados das mesmas, uma “anomalia”.Qual? A bipolarização entre PSOE e PP. Ambos subiram em votos e em deputados (em relação a 2004) e se juntos atingiram 85% dos votos, mais claro ficou ainda a distribuição de deputados, onde as duas forças juntas têm agora cerca de 90% dos legisladores.As Leis de Duverger, tiveram nesta eleição o destapar de uma possível falha, precisamente naquela que se julgava menos atacável: sistemas eleitorais maioritários – como o Reino Unido – tendem a gerar sistemas bipartidários enquanto que, os sistemas eleitorais proporcionais – como o espanhol e o português – tendem para sistemas multipartidários.No caso espanhol, acresce a existência de partidos regionais, que pela sua força em determinadas províncias deveria anular a tendência bipartidária, pois mesmo obtendo poucos votos a nível nacional teriam representação. A explicação será porventura simples (existe simplicidade nas escolhas pessoais???) e passará pela federação de todas as direitas no PP, o declínio do comunismo e a abrangência ideológica do PSOE. A somar a estas teremos sempre de acrescentar o cada vez mais “vendido”: voto útil.O novo parlamento será portanto um conjunto de duas forças maiores, secundadas lá muito, muito longe pela Esquerda Unida e União Progresso e Democracia.Ora transportando esta questão para Portugal, temos que, os círculos eleitorais são parecidos (os círculos em Espanha correspondem às províncias e não às comunidades) e portanto podemos fazer uma análise comparativa.Portugal não tem partidos regionais, mas também não tem federações de direitas ou esquerdas nem partidos de abrangência ideológica (se tiver algum será o PS???) e assim sendo em questão de representação parlamentar podemos chamar ao caso português um “pentapartidismo”. Em que caminho estamos? Haverá amanhã uma luta PS / PSD ou o nosso Comunismo, Populismo e Extremismo (saudável) de Esquerda vão continuar a dar outras cores à nossa Assembleia.Como alguém dizia: Não percam os próximos episódios, porque nós também não!


Recebemos o seguinte contributo do Romeu Afonso,A “anomalia” do mais normalNo rescaldo das eleições espanholas e pegando em algumas palavras sábias de Vital Moreira (Público, 11 de Março de 2008), encontramos nos resultados das mesmas, uma “anomalia”.Qual? A bipolarização entre PSOE e PP. Ambos subiram em votos e em deputados (em relação a 2004) e se juntos atingiram 85% dos votos, mais claro ficou ainda a distribuição de deputados, onde as duas forças juntas têm agora cerca de 90% dos legisladores.As Leis de Duverger, tiveram nesta eleição o destapar de uma possível falha, precisamente naquela que se julgava menos atacável: sistemas eleitorais maioritários – como o Reino Unido – tendem a gerar sistemas bipartidários enquanto que, os sistemas eleitorais proporcionais – como o espanhol e o português – tendem para sistemas multipartidários.No caso espanhol, acresce a existência de partidos regionais, que pela sua força em determinadas províncias deveria anular a tendência bipartidária, pois mesmo obtendo poucos votos a nível nacional teriam representação. A explicação será porventura simples (existe simplicidade nas escolhas pessoais???) e passará pela federação de todas as direitas no PP, o declínio do comunismo e a abrangência ideológica do PSOE. A somar a estas teremos sempre de acrescentar o cada vez mais “vendido”: voto útil.O novo parlamento será portanto um conjunto de duas forças maiores, secundadas lá muito, muito longe pela Esquerda Unida e União Progresso e Democracia.Ora transportando esta questão para Portugal, temos que, os círculos eleitorais são parecidos (os círculos em Espanha correspondem às províncias e não às comunidades) e portanto podemos fazer uma análise comparativa.Portugal não tem partidos regionais, mas também não tem federações de direitas ou esquerdas nem partidos de abrangência ideológica (se tiver algum será o PS???) e assim sendo em questão de representação parlamentar podemos chamar ao caso português um “pentapartidismo”. Em que caminho estamos? Haverá amanhã uma luta PS / PSD ou o nosso Comunismo, Populismo e Extremismo (saudável) de Esquerda vão continuar a dar outras cores à nossa Assembleia.Como alguém dizia: Não percam os próximos episódios, porque nós também não!

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