NA FONTE ESTÁ LEONORNa fonte está Leonorlavando a talha e chorando,as amigas perguntando:vistes lá o meu amor?VOLTASPosto o pensamento nele,porque a tudo o Amor a obriga,cantava, mas a cantigaeram suspiros por ele.Nisto estava Leonoro seu desejo enganando,às amigas perguntando:vistes lá o meu amor?O rosto sobre uma mão,os olhos no chão pregados,que, do chorar já cansados,algum descanso lhe dão.Desta sorte Leonorsuspende de quando em quandosua dor; e, em si tornando,mais pesada sente a dor.Não deita dos olhos água,que não quer que a dor se abrandeAmor, porque em mágoa grandeseca as lágrimas a mágoa.Que, depois de seu amorsoube novas, perguntando,d'improviso a vi chorando.Olhai que extremos de dor!CAMÕES
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NA FONTE ESTÁ LEONORNa fonte está Leonorlavando a talha e chorando,as amigas perguntando:vistes lá o meu amor?VOLTASPosto o pensamento nele,porque a tudo o Amor a obriga,cantava, mas a cantigaeram suspiros por ele.Nisto estava Leonoro seu desejo enganando,às amigas perguntando:vistes lá o meu amor?O rosto sobre uma mão,os olhos no chão pregados,que, do chorar já cansados,algum descanso lhe dão.Desta sorte Leonorsuspende de quando em quandosua dor; e, em si tornando,mais pesada sente a dor.Não deita dos olhos água,que não quer que a dor se abrandeAmor, porque em mágoa grandeseca as lágrimas a mágoa.Que, depois de seu amorsoube novas, perguntando,d'improviso a vi chorando.Olhai que extremos de dor!CAMÕES