mentesdespertas: Fado de Coimbra (I)

04-08-2010
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O fado de Coimbra está indiscutivelmente ligado às tradições académicas da respectiva Universidade. Tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta. Canta-se à noite, quase às escuras, em praças ou ruas da cidade. Os locais mais típicos são as escadarias do Mosteiro de Santa Cruz e da Sé Velha. Também era tradicional organizar serenatas, em que se cantava junto à janela da casa da dama que se pretendia conquistar.O fado de Coimbra é acompanhado igualmente por uma guitarra portuguesa e uma guitarra clássica (também aqui chamada “viola”). No entanto, a afinação e a sonoridade da guitarra portuguesa são, em Coimbra, completamente diferentes das do fado de Lisboa.Os temas mais glosados são, sem dúvida, os amores estudantis, o amor pela cidade e pela boémia e a referência irónica e crítica à disciplina e ao espírito conservador dos professores e das lições. Dos cantores ditos “clássicos”, destaques para Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.No entanto, nos anos 50 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução operada desde então na Música Popular Portuguesa.Hoje deixo-vos o grupo Ad Libitum/Questão Coimbrã, grupo entretanto desaparecido, e a canção Fado dos Olhos Claros, da autoria de Edmundo de Bettencourt, com voz de Jorge Machado. Etiquetas: fado de coimbra

O fado de Coimbra está indiscutivelmente ligado às tradições académicas da respectiva Universidade. Tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta. Canta-se à noite, quase às escuras, em praças ou ruas da cidade. Os locais mais típicos são as escadarias do Mosteiro de Santa Cruz e da Sé Velha. Também era tradicional organizar serenatas, em que se cantava junto à janela da casa da dama que se pretendia conquistar.O fado de Coimbra é acompanhado igualmente por uma guitarra portuguesa e uma guitarra clássica (também aqui chamada “viola”). No entanto, a afinação e a sonoridade da guitarra portuguesa são, em Coimbra, completamente diferentes das do fado de Lisboa.Os temas mais glosados são, sem dúvida, os amores estudantis, o amor pela cidade e pela boémia e a referência irónica e crítica à disciplina e ao espírito conservador dos professores e das lições. Dos cantores ditos “clássicos”, destaques para Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.No entanto, nos anos 50 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução operada desde então na Música Popular Portuguesa.Hoje deixo-vos o grupo Ad Libitum/Questão Coimbrã, grupo entretanto desaparecido, e a canção Fado dos Olhos Claros, da autoria de Edmundo de Bettencourt, com voz de Jorge Machado. Etiquetas: fado de coimbra

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