O Cachimbo de Magritte: Quem é, afinal, o fanático religioso?

05-08-2010
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Obama, Obama! é o título de uma crónica que o Dr. Soares assinou anteontem no DN para lembrar aos portugueses a herança que George W. Bush deixa à humanidade e introduzir os portugueses na Obamania (“Eu sou completamente fã de Obama”, esclarece o Dr.Soares). A crónica termina com um repto regional: “Tenhamos nós, europeus, confiança e saibamos lutar pelas grandes causas que orientam Obama.” Houve, porém, um elemento que me chamou à atenção especiamente. Pelo caminho, sem querer a coisa, o Dr. Soares faz uma referência ao “estranho fanatismo religioso de Bush”. Não sei em que é que o Dr. Soares estará a pensar. Estranho, porém, o silêncio do Dr. Soares em relação ao tema que mais aqueceu as primárias americanas, designadamente a ligação de Obama à Trinity United Church of Christ do Reverendo Jeremiah Wright. Digo “teve” porque Obama denunciou recentemente o pensamento de Wright (de quem foi fiel seguidor) e abandonou a igreja (onde permaneceu durante os últimos 20 anos). Entre outras pérolas do género, o Reverendo Wright atribui a responsabilidade moral dos ataques terroristas do 11 de Setembro aos americanos e acusa o governo de ter desenvolvido o virus da SIDA com o propósito de destruir os negros. É claro que muitos americanos fazem hoje a pergunta inevitável: Afinal, quem é Obama? Será Obama o homem que permaneceu durante 20 anos a ouvir os sermões radicais do Reverendo Wright? Será Obama um homem novo, um homem que teve uma revelação depois de ouvir o Reverendo Wright discursar no National Press Club? Será Obama um homem disposto a tudo para garantir os 51% que o levarão à Casa Branca? (Já agora, Dr. Soares, a palavra “fã” tem algo a ver com “fan” de “fanatic”.)


Obama, Obama! é o título de uma crónica que o Dr. Soares assinou anteontem no DN para lembrar aos portugueses a herança que George W. Bush deixa à humanidade e introduzir os portugueses na Obamania (“Eu sou completamente fã de Obama”, esclarece o Dr.Soares). A crónica termina com um repto regional: “Tenhamos nós, europeus, confiança e saibamos lutar pelas grandes causas que orientam Obama.” Houve, porém, um elemento que me chamou à atenção especiamente. Pelo caminho, sem querer a coisa, o Dr. Soares faz uma referência ao “estranho fanatismo religioso de Bush”. Não sei em que é que o Dr. Soares estará a pensar. Estranho, porém, o silêncio do Dr. Soares em relação ao tema que mais aqueceu as primárias americanas, designadamente a ligação de Obama à Trinity United Church of Christ do Reverendo Jeremiah Wright. Digo “teve” porque Obama denunciou recentemente o pensamento de Wright (de quem foi fiel seguidor) e abandonou a igreja (onde permaneceu durante os últimos 20 anos). Entre outras pérolas do género, o Reverendo Wright atribui a responsabilidade moral dos ataques terroristas do 11 de Setembro aos americanos e acusa o governo de ter desenvolvido o virus da SIDA com o propósito de destruir os negros. É claro que muitos americanos fazem hoje a pergunta inevitável: Afinal, quem é Obama? Será Obama o homem que permaneceu durante 20 anos a ouvir os sermões radicais do Reverendo Wright? Será Obama um homem novo, um homem que teve uma revelação depois de ouvir o Reverendo Wright discursar no National Press Club? Será Obama um homem disposto a tudo para garantir os 51% que o levarão à Casa Branca? (Já agora, Dr. Soares, a palavra “fã” tem algo a ver com “fan” de “fanatic”.)

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