Vila do Conde Quasi Diário (6º e último acto)

17-10-2009
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Neste pequeno país que temos, Com pouco dinheiro e muitos vícios, Fazemos de conta que não vemos, As frias margens dos precipícios. Dos políticos desta Nação, Não vale a pena sequer falar, Não fazem parte da solução, Nesta barcaça a afundar. Temos um Governo socialista, Que s’ esqueceu que é de esquerda, “O capitalismo é mais realista, Para um país que está na “mêrda”. Mordomias e privilégios, Para afilhados e amigos, São como decretos régios, Estado iníquo e corrompido. Grupos, bancos e afins, Contratam “yuppies” para sugar, O nosso sangue pr’ós vampiros, Que se alambazam sem suar. Quanto mais espremem, mais recebem, Ao trabalho tiram o social, Abusam, maltratam e despedem, Deslocalizam, p’ra pagar mal. Onde está a nossa Justiça? Para onde foram os sindicatos? Uma, é tão lenta que ficou riça, Outros uivam à lua e comem patos. Quem nos defende desta corja, Que vai acabar com todos nós? Teremos que voltar a por na forja, As espadas dos nossos avós? Até 2013, vamos estar em fim de festa, Apaguem as luzes e varram o chão, Apanhem os preservativos e o que resta, Uns serão reciclados e outros, não. Ou peguem nos tachos e caçarolas, E sigam o exemplo argentino, Gente que fez frente aos cartolas, Neste mundo insano e sem destino. (Poeta popular anónimo) Esta série de quadras foram-me enviadas pelo meu amigo Berlim , que finalmente dá um ar da sua graça... Bem hajas, pá!

Mais um Diário QD, mais uma martelada, e desta vez no Professor Martelo, digo, Marcelo. Marcelo Martelo continua fantástico nas bocas, disparando a torto e a direito como se da sua voz, da sua opinião, se construíssem pontes para o lado de lá – o deserto. Do alto da sua sabedoria, Martelo, após umas marceladas valentes, atribuiu - condescendente - às alterações do tempo, as trapalhadas dos políticos, caricaturas de uma batOTA há muito anunciada no infindo descampado lá para a tão propalada margem sul. Detesto-te, Martelo Marcelo! Antes os puritanos, com os seus utópicos chapéus, que uma Morcela no caldeirão da sopa. A teres razão, que as inquietações do tempo afectam, provocando o desnorte da tua classe, não tarda que tal peçonha se espalhe… E depois? De quem é a culpa? Não passas de um vírus, que se propaga através da estática e penetra em casa dos incautos que mantêm a televisão ligada! Quem vê TV, sobre mais que no WC! Só quem não quer é que não vê, que já não há LSD! É a estricnina pura resultante das endomorfinas, de quem corre por gosto e não cansa. Não cansa, mas também não vê, muito menos pensa! A peçonha pega-se à roupa, induz ao esquecimento e provoca a indiferença. E corre! E corre! E propaga-se! Afinal, que faz esta fiada de paus embaraçados junto a este muro de lamentos? Foto by Repórter Xis

em greve!

ou talvez não!...

A Cristin@, uma quasi colaboradora do QD, envia-me coisas fantásticas, que dão para pensar. Este discurso proferido por uma garota de 12 anos numa conferência das Nações Unidas no Brasil é uma delas... Para ouvir e reflectir, vezes sem conta, até que...

É sabido que a taxa de desemprego tem aumentado e sido motivo de conversas rebuscadas filosóficas intermináveis. Seria até um caso Maigretiano, não fosse o suspeito do costume ter como apelido Sócrates, não o reconhecido filósofo da Grécia Antiga que até quis ser escultor, mas sim um outro, também este meditabundo e com a agravante de que o seu pensamento traduzido em acções tem influenciado o quotidiano português através de uma filosofia errática, baseada na mentira e na imoralidade. No entanto, tal não parece afectar o populismo deste indivíduo, cuja aura persiste inexplicavelmente! Tal facto deveras estranho leva-me a pensar que, afinal, eu tenho o país que mereço, e a expectativa de um melhor não passa de pura ficção e que o melhor a fazer seria recolher-me para um canto e aceitar! E quanto mais depressa o fizesse, melhor! Porque assim, melhor seria! Mas eu assim não sou. Muito prezo a minha Liberdade que, diga-se, nunca interferiu com a de outros, os Princípios conquistados no cada vez mais distante Abril, o Conhecimento adquirido através da abertura a novas correntes de pensamento e enigmáticos caminhos artísticos. E se eu tenho o país que mereço, então também mereço estar sob a égide de uma classe de políticos que primam pela corrupção e a mentira, não sendo de todo estranho que determinados exercícios de autoritarismo sejam levados a cabo sem o mínimo de respeito pelos princípios mais elementares por que se regem as sociedades ditas democratas! O caso do processo disciplinar levantado ao Professor Fernando Charrua por este ter proferido um comentário jocoso sobre o diploma (ou a falta dele) do 1º Ministro José Sócrates é um desses casos, em que o autoritarismo e o fanatismo parecem agora prevalecer sobre uma das mais valiosas conquistas da Revolução de Abril, a liberdade de expressão, relegando para o buraco do esquecimento todo o sacrifício daqueles que lutaram por ela até à exaustão. Circunstâncias ocorridas no passado como o de Salman Rushdie, obrigado a viver escondido por ter escrito os Versículos Satânicos, e o das caricaturas de Maomé, que fizeram perigar o Ocidente num assombro de fanatismo, possuem algum paralelo com o do infeliz Professor, porque afectam a sua dignidade pelo pior dos defeitos: a intolerância.

que não mudam... Fotog. by Repórter Xis

Fotos by Repórter Xis Lá venho eu mais uma vez com as opiniões cobertas de teia de aranha. Assim o é! Mas, creio, isso não será muito importante, portanto… Sexta-Feira passada cheguei atrasado à cerimónia de divulgação dos fantásticos resultados relativos às 7 Maravilhas do Concelho. Depois de uma tão propalada divulgação, com votação em tudo quanto era esquina, esperava a Praça José Régio regiamente ocupada, não digo por milhares mas, vá lá, umas centenas de adeptos maravilhados! Qual o meu espanto ao deparar com cerca de duas dezenas de curiosos, sendo que uma boa parte eram militantes camarários e artistas contratados! Enfim, muito pouca adesão que contrastava vivamente com a votação via Internet e que, segredaram-me, atingiu o espantoso nº de duzentos e tal mil votos, sensivelmente o dobro de almas vivas que pululam por este belo concelho. Ok! Gostei do espectáculo circense, pleno de movimento, luz e cor. A Praça José Régio, bem explorada, pode ser palco de múltiplas actividades quase diárias e uma mais valia cultural a ser explorada no decorrer do estio que se avizinha. Fico curioso, relativamente ao seu aproveitamento no decorrer do verão. Bom, neste dia eu estava extremamente cansado e a pé há várias horas, pelo que não esperei pela divulgação dos resultados. Me contaram depois que o edil camarário optou por validar duas votações de forma independente, e não uma, contribuindo para uma confusão que não é rara na nossa autarquia, quando pretende atingir objectivos. Creio que o Kafka tinha razão relativamente a este ponto. Assim sendo, ficamos com dois vencedores: o resultante da votação na net – a Cividade de Bagunte, maravilhosa e quasi esquecida, e o decorrente da modesta votação nas urnas – o Mosteiro de Santa Clara –, um futuro projecto hoteleiro cuja remodelação de interiores está a cargo do mundialmente famoso e maravilhoso (ai!) Siza Vieira. O Blog O Antivilacondense do Kafka, aproveitando o balanço da futura nau catrineta em pleno ave, resolveu efectuar uma auscultação paralela ao que ele considera os 7 pesadelos vilacondenses , e aos quais o jornal O Primeiro de Janeiro dedicou a sua atenção. Aqueles que votaram são, claramente, do contra ou gente lixada com o espírito camarário. Então, não é que o pesadelo mais mediático é a pérola vilacondense, a obra de um hOmem sÓ, o Programa Pólis?

funktastic photo send by Dupont Ontem não era dia para escrever sobre a festa do 22º título dos campeões azuis e brancos, por motivos óbvios! Estava demasiado ocupado a festejar… O FCP é, sem margem para dúvidas, um grande clube. Esta época foi por demais atribulada para o Porto, e só a vontade de vencer muito própria dos grandes campeões conseguiu contrariar toda uma série de adversidades e actos de quem procurava vencer o campeonato através de métodos muito pouco ou nada desportivos. Não faltaram apitos dourados, dossiers vermelhos e livros de alterne com o intuito de derrubar o presidente Jorge Nuno, como se da sua permanência dependesse o título. É verdade que ajuda, mas nem sempre foi assim! Coisa de obcecados que nutrem uma espécie de ódio de estimação pelo nosso presidente e os impede de conduzir os seus clubes com a clarividência necessária. Enfim, ontem os adeptos portistas foram duplamente distinguidos: o campeonato nacional e a notícia da reeleição de Jorge Nuno em frente aos desígnios do clube por mais três anos. Fantástico, não é? Quanto ao derradeiro jogo com o Desportivo das Aves, pouco tenho a dizer. Ao fim da primeira parte, roía as unhas como milhares de adeptos e, a quatro minutos do fim, rejubilava com a entrada do Vítor Baía, como outros tantos. Em relação a Jesualdo Ferreira, ainda não se sabe se vai continuar como treinador do clube. Os adeptos não nutrem grande simpatia pelo actual treinador e eu, confesso, também não. Acho Jesualdo Ferreira um excelente técnico de futebol, mas péssimo estratega. E esta falta de sentido táctico do jogo foi, quanto a mim, a causa de muitas das dificuldades sentidas ao longo da época. Não posso esquecer de endereçar os parabéns a outro grande portista, Jorge Costa, que conseguiu o 4º lugar da tabela como treinador do Braga e que lhe dá acesso à Taça UEFA. Este é um dos meus desejos, que Jorge Costa se afirme como um grande treinador e um dia regresse ao clube que mais o admira, nesta qualidade. E agora vou continuar a festejar…

CAMPEÃO 2006/2007

Apenas 15 dias separaram os U2 do Boss... Estavamos no boom dos grandes concertos em estádios. Que dose! Ainda mal refeito do concerto do Boss, e tinha já os U2 na melhor fase da sua carreira. O concerto começou de forma espectacular, com um Bono tranfigurado em The Fly, a dançar ao som de "Zoo Station" no canto superior direito do palco, sendo projectado nos gigantescos ecrans. A partir daí foi a loucura total, com os U2 a percorrerem todos os seus êxitos. Eu, impacientemente, aguardava o tema "One", que muito me dizia. Todo o backline, desde equipamento de palco, luzes e instrumentos estava fabuloso. E o som do The Edge é simplesmente fantástico. Um concerto inesquecível e em que eu nunca esquecerei a versão e a voz do Bono num tema de Lou Reed, Satellite of Love... Fica aqui o vídeo do tema "One", num exercício em que a música e o vídeo se complementam de forma admirável. ONE Não resisto. Encontrei o tema Satellite of Love no utube, o mesmo a que eu assisti. espero que gostem... SATELLITE OF LOVE

Não tenho actualizado a minha lista de blogs como deve ser. Culpa minha... Não é por falta de interesse mas sim de tempo, essa coisa maluca que avança avança e não pára, pelo que me questiono se vale a pena determinadas atitudes ou coisas que tais... Vão ver que não! Assim sendo, e depois de uma busca aturada, entraram os seguintes para a lista dos Vileiros: agora no momento , mais um blog mindelense no feminino, da Beta que sonha com o Brasil e entretanto vai discorrendo pensamentos leves sobre a ROM e coisas que tais. de Bagunte, dois blogs: o bagunte digital , que se assune passo a passo rumo ao futuro (?) e o nas asas do tempo , dedicado à intemporalidade através da fotomagia. Interessante! o conde da vila , um blog estranhíssimo, que fala de tudo um pouco sem eito nem jeito, não linka e não referencia ninguém a não ser ele próprio... coisas de conde, mas vale a pena. o psinotícias , mais um blog feminino, este das caxinas, uma coisa complicadíssima que navega pelo cisma e chega ao psicológico... não deveria ser sempre assim?! não podia deixar de lado o partido surrealista do antónio pedro ribeiro. aliás, todos temos um pouco de surrealistas, não é? talvez não... words in the wind , desabafos, devaneios, poemas e afins ao sabor do vento... e da isabel, que só agora descobri e é lindíssimo. uma visita obrigatória. e por fim, music videos para melómanos e não só, sempre com a marca de qualidade a que o fernando nos habituou. Saíram alguns blogs da lista que eu muito apreciava, como é o caso do Lápis de Cor e do Capas de Culto . Já outros tinham sido eliminados da minha lista, para pena minha, pelo que decidi criar um campo com todos aqueles com quem virtualmente aqui privei. Assim sendo, e para quem assim o entender, podem ser consultados no final da coluna direita com o nome Vileiros no Limbo . Quem sabe, um dia destes, não ressurgem? Outros, como A Cruz e o Crescente da Luna e o Objecto Cardíaco do Valter Mãe, desaparecem definitivamente. O primeiro, porque estranhamente está transformado num blog restrito; o segundo porque sofreu de uma crise cardíaca e desapareceu sem deixar rasto, talvez para as arábias! não é por nada, mas ainda vamos ver o Valter de ghutra a recitar em árabe... ou aramaico...

A gaja indecorosa aproximou-se da mesa com o pretexto de cumprimentar Calixto, quando na realidade o seu olhar se fixava nos dois que o acompanhavam. Calixto a conhecia muito bem. Tão bem quanto as cascáveis dos desertos, e sabia que o seu veneno conseguia ser ainda mais mortífero. Calixto ignorou-a, mas ela é que não desarmava. O tratava por “senhor isto” e “senhor aquilo”. Incomodava-o tal tratamento, ela bem o sabia. Olhou-a de frente e disse-lhe: - Dor, tu estás velha! Velha, feia e gorda!

Sempre gostei muito desta fotografia do Xis, o ar compenetrado dos jogadores e um completamente alheio, mais interessado no movimento do mar. Aqui se reuniam os pescadores quando o mar não permitia que se fizessem ao largo. Ainda o fazem mas, felizmente, o espaço está agora resguardado da borrasca. Foto by Repórter Xis em 19equalquercoisa

Hoje, dia 13, comemoram-se as aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, com todas as implicações e repercussões que hoje conhecemos no mundo católico. Este dia é também comemorado em outros locais que não Fátima, como por exemplo, Bagunte, a maior freguesia do concelho de Vila do Conde. Bagunte é linda e ainda muito rural... Pelo menos, para já, enquanto não se lembrarem de começar a dissecar as enormes quintas que lá existem. Bagunte está em festa e, quando cheguei, os locais ainda ultimavam os preparativos para a procissão, com direito a tapetes de flores. Estranho que a Igreja Católica tenha aproveitado esta altura para anunciar a construção de uma Basílica em Fátima, para a qual vai dispender 60 milhões de euros . Já era esperado em Fátima uma afluência fora do normal, como se veio a verificar. Os tempos mudaram, para pior. Não há emprego, não há dinheiro, não há pão na mesa de muitos. Não admira que se procure saciar a alma quando não existe o alimento que alimenta o corpo. A Igreja tem destas coisas, coisas que não lembram nem ao diabo. Sessenta milhões podiam ser bem melhor aplicados na contenção da pobreza e da fome, por exemplo. Mas não, é preferível construir basílicas. Fotog. by Repórter Xis Mas tal não admira. Quem conhece o Vaticano, concerteza deparou-se com carros em alta velocidade à prova de bala, vidros escuros, enquanto seguranças empurram os peregrinos como de lixo se tratassem. Imaginam quem vai dentro desses carros? Os mesmo que aparecem depois em Fátima. Enfim, desculpem qualquer coisa de menos agradável que eu aqui tenha dito... e visitem Bagunte, porque vale a pena. Mais sobre os mistérios desta freguesia podem ser vistos e lidos aqui e aqui .

abstenham-se de ver este pequeno filme, pois não é aconselhável... Foi a Cristin@ que mo aconselhou, e eu aceitei. Mas, garanto, melhor pensar duas vezes antes de o visionar! Agora, a escolha é sua...

Quando vê Calixto, a gaja indecorosa mostra-lhe os dentes procurando disfarçar o mal-estar que sente. Calixto, dissimuladamente, confronta-a com frases escusadas: “Que fazes?”, “Para onde vais?”, “De onde vens?”. Está a ser perverso, Calixto, nesse momento! A gaja é-lhe indiferente mas obriga-a a falar, contra a sua vontade. Obriga-a a mostrar-lhe os dentes e isso dá-lhe um gozo fodido. O que Calixto gostaria mesmo, era de lhe partir os dentes.

Foto by Rep Xis em data incerta Pormenor dos antigos estaleiros de Vila do Conde

Tenho cinco minutos. Cinco minutos que vou tentar transformar em mais um QD diário, vá-se lá saber porque! Vícios, vícios… Bem, ultimamente, o nosso líder rosa tem estado praticamente invisível. Não sei se será "boa" tanta invisibilidade, discrição, o que lhe quiserem chamar... e tal terá, concerteza, uma boa razão! E porque não com o famoso propalado difundido jantar do PSD no Rancho do Monte no passado sábado?! Vão ver que sim. Eu, no lugar dele, ficaria uma semana a rir sozinho, tal foram as bacoradas que saíram da boca de alguns intervenientes, principalmente do líder laranja Marques Mendes. Atentem a esta pérola, entre outras: “Conheço a realidade daqui, o clima de medo, intimidação e até de retaliação que sempre tem existido na Póvoa de Varzim”. Todos sabemos que o mediático baixinho gosta de uma boa onda, que conhece termos como “flat” e “Big Rider”. Mas tanto desconhecimento geográfico qualquer dia leva-o a confundir a Madeira com os Açores, Angola com Timor. O líder do PSD local, Pedro Brás Marques, devia estar algo apreensivo com tanta ignorância, a perguntar-se o que terá falhado. Um copo a mais? Sei lá! Mas que algo de estranho se passa com os líderes políticos, isso não duvido. Um não encontra o diploma que lhe confere o grau de engenheiro; outro não sabe por onde anda e depois, obviamente, também não sabe o que diz. Eu quero acreditar que Marques Mendes veio mesmo relaxar um pouco das confusões que existem lá para o sul, na Câmara alfacinha. Sim, porque confusões dessas, só mesmo no Sul. A decotada Fatinha de Felgueiras não conta porque é mulher e nós, portugueses, somos ainda uns cavalheiros e, não menos importante, o nosso Mário é “amigo” dela. Também quem deve estar a gozar que nem um doido é o Pedro Santana Lopes e, se há coisa de que um baixinho não tolera, é que se riam dele, da sua pequenez. Enfim, a vida continua e, o melhor a fazer, é mesmo levá-la a rir.

Vila do Conde é uma terra de poetas, segundo dizem. Há, efectivamente, alguns por aí! Mas, na realidade, a maior parte não passam de uns meros escribas, mais preocupados em difundir a sua imagem através de métodos estéticos de gosto duvidoso do que propriamente pela qualidade da sua escrita, à qual falta o desespero e a intensidade, a capacidade de traduzir a profusão de sentimentos através do uso da palavra. Enfim, de um Calixto! Mas, de entre todos, um se destaca e que eu aprecio. Uma pessoa verdadeiramente complexa que encontrou na expressão do poema o exorcismo dos demónios que invadem o seu íntimo, traduzido em paixões, ódios, amores e desamores, desespero e frustrações. Estou a falar de António Pedro Ribeiro , poeta, músico, revolucionário, um hobo por opção… Ao ler a sua última publicação «Saloon», um poema atraiu a minha atenção. É difícil explicar. Posso-o fazer expondo uma situação pessoal que me acontece com alguma frequência quando visito um museu ou exposição. Há sempre trabalhos fantásticos, telas e esculturas fabulosas, trabalhadas com mestria e sensibilidade. No entanto, de entre o Todo, algo em particular me detém, espanta e preenche de forma incompreensível! Em suma, só o posso explicar como estando em presença da Arte. O poema do Pedro teve este efeito em mim. Provocou-me o espanto pela simplicidade e força da palavra, e o riso pelo objecto tão comum ao ser humano. Afinal, quem nunca se sentiu assim? O difícil é exprimi-lo como… POEMA ÚLTIMO O meu cérebro a fugir pelo quarto. E eu, apavorado, a correr atrás dele.

Neste pequeno país que temos, Com pouco dinheiro e muitos vícios, Fazemos de conta que não vemos, As frias margens dos precipícios. Dos políticos desta Nação, Não vale a pena sequer falar, Não fazem parte da solução, Nesta barcaça a afundar. Temos um Governo socialista, Que s’ esqueceu que é de esquerda, “O capitalismo é mais realista, Para um país que está na “mêrda”. Mordomias e privilégios, Para afilhados e amigos, São como decretos régios, Estado iníquo e corrompido. Grupos, bancos e afins, Contratam “yuppies” para sugar, O nosso sangue pr’ós vampiros, Que se alambazam sem suar. Quanto mais espremem, mais recebem, Ao trabalho tiram o social, Abusam, maltratam e despedem, Deslocalizam, p’ra pagar mal. Onde está a nossa Justiça? Para onde foram os sindicatos? Uma, é tão lenta que ficou riça, Outros uivam à lua e comem patos. Quem nos defende desta corja, Que vai acabar com todos nós? Teremos que voltar a por na forja, As espadas dos nossos avós? Até 2013, vamos estar em fim de festa, Apaguem as luzes e varram o chão, Apanhem os preservativos e o que resta, Uns serão reciclados e outros, não. Ou peguem nos tachos e caçarolas, E sigam o exemplo argentino, Gente que fez frente aos cartolas, Neste mundo insano e sem destino. (Poeta popular anónimo) Esta série de quadras foram-me enviadas pelo meu amigo Berlim , que finalmente dá um ar da sua graça... Bem hajas, pá!

Mais um Diário QD, mais uma martelada, e desta vez no Professor Martelo, digo, Marcelo. Marcelo Martelo continua fantástico nas bocas, disparando a torto e a direito como se da sua voz, da sua opinião, se construíssem pontes para o lado de lá – o deserto. Do alto da sua sabedoria, Martelo, após umas marceladas valentes, atribuiu - condescendente - às alterações do tempo, as trapalhadas dos políticos, caricaturas de uma batOTA há muito anunciada no infindo descampado lá para a tão propalada margem sul. Detesto-te, Martelo Marcelo! Antes os puritanos, com os seus utópicos chapéus, que uma Morcela no caldeirão da sopa. A teres razão, que as inquietações do tempo afectam, provocando o desnorte da tua classe, não tarda que tal peçonha se espalhe… E depois? De quem é a culpa? Não passas de um vírus, que se propaga através da estática e penetra em casa dos incautos que mantêm a televisão ligada! Quem vê TV, sobre mais que no WC! Só quem não quer é que não vê, que já não há LSD! É a estricnina pura resultante das endomorfinas, de quem corre por gosto e não cansa. Não cansa, mas também não vê, muito menos pensa! A peçonha pega-se à roupa, induz ao esquecimento e provoca a indiferença. E corre! E corre! E propaga-se! Afinal, que faz esta fiada de paus embaraçados junto a este muro de lamentos? Foto by Repórter Xis

em greve!

ou talvez não!...

A Cristin@, uma quasi colaboradora do QD, envia-me coisas fantásticas, que dão para pensar. Este discurso proferido por uma garota de 12 anos numa conferência das Nações Unidas no Brasil é uma delas... Para ouvir e reflectir, vezes sem conta, até que...

É sabido que a taxa de desemprego tem aumentado e sido motivo de conversas rebuscadas filosóficas intermináveis. Seria até um caso Maigretiano, não fosse o suspeito do costume ter como apelido Sócrates, não o reconhecido filósofo da Grécia Antiga que até quis ser escultor, mas sim um outro, também este meditabundo e com a agravante de que o seu pensamento traduzido em acções tem influenciado o quotidiano português através de uma filosofia errática, baseada na mentira e na imoralidade. No entanto, tal não parece afectar o populismo deste indivíduo, cuja aura persiste inexplicavelmente! Tal facto deveras estranho leva-me a pensar que, afinal, eu tenho o país que mereço, e a expectativa de um melhor não passa de pura ficção e que o melhor a fazer seria recolher-me para um canto e aceitar! E quanto mais depressa o fizesse, melhor! Porque assim, melhor seria! Mas eu assim não sou. Muito prezo a minha Liberdade que, diga-se, nunca interferiu com a de outros, os Princípios conquistados no cada vez mais distante Abril, o Conhecimento adquirido através da abertura a novas correntes de pensamento e enigmáticos caminhos artísticos. E se eu tenho o país que mereço, então também mereço estar sob a égide de uma classe de políticos que primam pela corrupção e a mentira, não sendo de todo estranho que determinados exercícios de autoritarismo sejam levados a cabo sem o mínimo de respeito pelos princípios mais elementares por que se regem as sociedades ditas democratas! O caso do processo disciplinar levantado ao Professor Fernando Charrua por este ter proferido um comentário jocoso sobre o diploma (ou a falta dele) do 1º Ministro José Sócrates é um desses casos, em que o autoritarismo e o fanatismo parecem agora prevalecer sobre uma das mais valiosas conquistas da Revolução de Abril, a liberdade de expressão, relegando para o buraco do esquecimento todo o sacrifício daqueles que lutaram por ela até à exaustão. Circunstâncias ocorridas no passado como o de Salman Rushdie, obrigado a viver escondido por ter escrito os Versículos Satânicos, e o das caricaturas de Maomé, que fizeram perigar o Ocidente num assombro de fanatismo, possuem algum paralelo com o do infeliz Professor, porque afectam a sua dignidade pelo pior dos defeitos: a intolerância.

que não mudam... Fotog. by Repórter Xis

Fotos by Repórter Xis Lá venho eu mais uma vez com as opiniões cobertas de teia de aranha. Assim o é! Mas, creio, isso não será muito importante, portanto… Sexta-Feira passada cheguei atrasado à cerimónia de divulgação dos fantásticos resultados relativos às 7 Maravilhas do Concelho. Depois de uma tão propalada divulgação, com votação em tudo quanto era esquina, esperava a Praça José Régio regiamente ocupada, não digo por milhares mas, vá lá, umas centenas de adeptos maravilhados! Qual o meu espanto ao deparar com cerca de duas dezenas de curiosos, sendo que uma boa parte eram militantes camarários e artistas contratados! Enfim, muito pouca adesão que contrastava vivamente com a votação via Internet e que, segredaram-me, atingiu o espantoso nº de duzentos e tal mil votos, sensivelmente o dobro de almas vivas que pululam por este belo concelho. Ok! Gostei do espectáculo circense, pleno de movimento, luz e cor. A Praça José Régio, bem explorada, pode ser palco de múltiplas actividades quase diárias e uma mais valia cultural a ser explorada no decorrer do estio que se avizinha. Fico curioso, relativamente ao seu aproveitamento no decorrer do verão. Bom, neste dia eu estava extremamente cansado e a pé há várias horas, pelo que não esperei pela divulgação dos resultados. Me contaram depois que o edil camarário optou por validar duas votações de forma independente, e não uma, contribuindo para uma confusão que não é rara na nossa autarquia, quando pretende atingir objectivos. Creio que o Kafka tinha razão relativamente a este ponto. Assim sendo, ficamos com dois vencedores: o resultante da votação na net – a Cividade de Bagunte, maravilhosa e quasi esquecida, e o decorrente da modesta votação nas urnas – o Mosteiro de Santa Clara –, um futuro projecto hoteleiro cuja remodelação de interiores está a cargo do mundialmente famoso e maravilhoso (ai!) Siza Vieira. O Blog O Antivilacondense do Kafka, aproveitando o balanço da futura nau catrineta em pleno ave, resolveu efectuar uma auscultação paralela ao que ele considera os 7 pesadelos vilacondenses , e aos quais o jornal O Primeiro de Janeiro dedicou a sua atenção. Aqueles que votaram são, claramente, do contra ou gente lixada com o espírito camarário. Então, não é que o pesadelo mais mediático é a pérola vilacondense, a obra de um hOmem sÓ, o Programa Pólis?

funktastic photo send by Dupont Ontem não era dia para escrever sobre a festa do 22º título dos campeões azuis e brancos, por motivos óbvios! Estava demasiado ocupado a festejar… O FCP é, sem margem para dúvidas, um grande clube. Esta época foi por demais atribulada para o Porto, e só a vontade de vencer muito própria dos grandes campeões conseguiu contrariar toda uma série de adversidades e actos de quem procurava vencer o campeonato através de métodos muito pouco ou nada desportivos. Não faltaram apitos dourados, dossiers vermelhos e livros de alterne com o intuito de derrubar o presidente Jorge Nuno, como se da sua permanência dependesse o título. É verdade que ajuda, mas nem sempre foi assim! Coisa de obcecados que nutrem uma espécie de ódio de estimação pelo nosso presidente e os impede de conduzir os seus clubes com a clarividência necessária. Enfim, ontem os adeptos portistas foram duplamente distinguidos: o campeonato nacional e a notícia da reeleição de Jorge Nuno em frente aos desígnios do clube por mais três anos. Fantástico, não é? Quanto ao derradeiro jogo com o Desportivo das Aves, pouco tenho a dizer. Ao fim da primeira parte, roía as unhas como milhares de adeptos e, a quatro minutos do fim, rejubilava com a entrada do Vítor Baía, como outros tantos. Em relação a Jesualdo Ferreira, ainda não se sabe se vai continuar como treinador do clube. Os adeptos não nutrem grande simpatia pelo actual treinador e eu, confesso, também não. Acho Jesualdo Ferreira um excelente técnico de futebol, mas péssimo estratega. E esta falta de sentido táctico do jogo foi, quanto a mim, a causa de muitas das dificuldades sentidas ao longo da época. Não posso esquecer de endereçar os parabéns a outro grande portista, Jorge Costa, que conseguiu o 4º lugar da tabela como treinador do Braga e que lhe dá acesso à Taça UEFA. Este é um dos meus desejos, que Jorge Costa se afirme como um grande treinador e um dia regresse ao clube que mais o admira, nesta qualidade. E agora vou continuar a festejar…

CAMPEÃO 2006/2007

Apenas 15 dias separaram os U2 do Boss... Estavamos no boom dos grandes concertos em estádios. Que dose! Ainda mal refeito do concerto do Boss, e tinha já os U2 na melhor fase da sua carreira. O concerto começou de forma espectacular, com um Bono tranfigurado em The Fly, a dançar ao som de "Zoo Station" no canto superior direito do palco, sendo projectado nos gigantescos ecrans. A partir daí foi a loucura total, com os U2 a percorrerem todos os seus êxitos. Eu, impacientemente, aguardava o tema "One", que muito me dizia. Todo o backline, desde equipamento de palco, luzes e instrumentos estava fabuloso. E o som do The Edge é simplesmente fantástico. Um concerto inesquecível e em que eu nunca esquecerei a versão e a voz do Bono num tema de Lou Reed, Satellite of Love... Fica aqui o vídeo do tema "One", num exercício em que a música e o vídeo se complementam de forma admirável. ONE Não resisto. Encontrei o tema Satellite of Love no utube, o mesmo a que eu assisti. espero que gostem... SATELLITE OF LOVE

Não tenho actualizado a minha lista de blogs como deve ser. Culpa minha... Não é por falta de interesse mas sim de tempo, essa coisa maluca que avança avança e não pára, pelo que me questiono se vale a pena determinadas atitudes ou coisas que tais... Vão ver que não! Assim sendo, e depois de uma busca aturada, entraram os seguintes para a lista dos Vileiros: agora no momento , mais um blog mindelense no feminino, da Beta que sonha com o Brasil e entretanto vai discorrendo pensamentos leves sobre a ROM e coisas que tais. de Bagunte, dois blogs: o bagunte digital , que se assune passo a passo rumo ao futuro (?) e o nas asas do tempo , dedicado à intemporalidade através da fotomagia. Interessante! o conde da vila , um blog estranhíssimo, que fala de tudo um pouco sem eito nem jeito, não linka e não referencia ninguém a não ser ele próprio... coisas de conde, mas vale a pena. o psinotícias , mais um blog feminino, este das caxinas, uma coisa complicadíssima que navega pelo cisma e chega ao psicológico... não deveria ser sempre assim?! não podia deixar de lado o partido surrealista do antónio pedro ribeiro. aliás, todos temos um pouco de surrealistas, não é? talvez não... words in the wind , desabafos, devaneios, poemas e afins ao sabor do vento... e da isabel, que só agora descobri e é lindíssimo. uma visita obrigatória. e por fim, music videos para melómanos e não só, sempre com a marca de qualidade a que o fernando nos habituou. Saíram alguns blogs da lista que eu muito apreciava, como é o caso do Lápis de Cor e do Capas de Culto . Já outros tinham sido eliminados da minha lista, para pena minha, pelo que decidi criar um campo com todos aqueles com quem virtualmente aqui privei. Assim sendo, e para quem assim o entender, podem ser consultados no final da coluna direita com o nome Vileiros no Limbo . Quem sabe, um dia destes, não ressurgem? Outros, como A Cruz e o Crescente da Luna e o Objecto Cardíaco do Valter Mãe, desaparecem definitivamente. O primeiro, porque estranhamente está transformado num blog restrito; o segundo porque sofreu de uma crise cardíaca e desapareceu sem deixar rasto, talvez para as arábias! não é por nada, mas ainda vamos ver o Valter de ghutra a recitar em árabe... ou aramaico...

A gaja indecorosa aproximou-se da mesa com o pretexto de cumprimentar Calixto, quando na realidade o seu olhar se fixava nos dois que o acompanhavam. Calixto a conhecia muito bem. Tão bem quanto as cascáveis dos desertos, e sabia que o seu veneno conseguia ser ainda mais mortífero. Calixto ignorou-a, mas ela é que não desarmava. O tratava por “senhor isto” e “senhor aquilo”. Incomodava-o tal tratamento, ela bem o sabia. Olhou-a de frente e disse-lhe: - Dor, tu estás velha! Velha, feia e gorda!

Sempre gostei muito desta fotografia do Xis, o ar compenetrado dos jogadores e um completamente alheio, mais interessado no movimento do mar. Aqui se reuniam os pescadores quando o mar não permitia que se fizessem ao largo. Ainda o fazem mas, felizmente, o espaço está agora resguardado da borrasca. Foto by Repórter Xis em 19equalquercoisa

Hoje, dia 13, comemoram-se as aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, com todas as implicações e repercussões que hoje conhecemos no mundo católico. Este dia é também comemorado em outros locais que não Fátima, como por exemplo, Bagunte, a maior freguesia do concelho de Vila do Conde. Bagunte é linda e ainda muito rural... Pelo menos, para já, enquanto não se lembrarem de começar a dissecar as enormes quintas que lá existem. Bagunte está em festa e, quando cheguei, os locais ainda ultimavam os preparativos para a procissão, com direito a tapetes de flores. Estranho que a Igreja Católica tenha aproveitado esta altura para anunciar a construção de uma Basílica em Fátima, para a qual vai dispender 60 milhões de euros . Já era esperado em Fátima uma afluência fora do normal, como se veio a verificar. Os tempos mudaram, para pior. Não há emprego, não há dinheiro, não há pão na mesa de muitos. Não admira que se procure saciar a alma quando não existe o alimento que alimenta o corpo. A Igreja tem destas coisas, coisas que não lembram nem ao diabo. Sessenta milhões podiam ser bem melhor aplicados na contenção da pobreza e da fome, por exemplo. Mas não, é preferível construir basílicas. Fotog. by Repórter Xis Mas tal não admira. Quem conhece o Vaticano, concerteza deparou-se com carros em alta velocidade à prova de bala, vidros escuros, enquanto seguranças empurram os peregrinos como de lixo se tratassem. Imaginam quem vai dentro desses carros? Os mesmo que aparecem depois em Fátima. Enfim, desculpem qualquer coisa de menos agradável que eu aqui tenha dito... e visitem Bagunte, porque vale a pena. Mais sobre os mistérios desta freguesia podem ser vistos e lidos aqui e aqui .

abstenham-se de ver este pequeno filme, pois não é aconselhável... Foi a Cristin@ que mo aconselhou, e eu aceitei. Mas, garanto, melhor pensar duas vezes antes de o visionar! Agora, a escolha é sua...

Quando vê Calixto, a gaja indecorosa mostra-lhe os dentes procurando disfarçar o mal-estar que sente. Calixto, dissimuladamente, confronta-a com frases escusadas: “Que fazes?”, “Para onde vais?”, “De onde vens?”. Está a ser perverso, Calixto, nesse momento! A gaja é-lhe indiferente mas obriga-a a falar, contra a sua vontade. Obriga-a a mostrar-lhe os dentes e isso dá-lhe um gozo fodido. O que Calixto gostaria mesmo, era de lhe partir os dentes.

Foto by Rep Xis em data incerta Pormenor dos antigos estaleiros de Vila do Conde

Tenho cinco minutos. Cinco minutos que vou tentar transformar em mais um QD diário, vá-se lá saber porque! Vícios, vícios… Bem, ultimamente, o nosso líder rosa tem estado praticamente invisível. Não sei se será "boa" tanta invisibilidade, discrição, o que lhe quiserem chamar... e tal terá, concerteza, uma boa razão! E porque não com o famoso propalado difundido jantar do PSD no Rancho do Monte no passado sábado?! Vão ver que sim. Eu, no lugar dele, ficaria uma semana a rir sozinho, tal foram as bacoradas que saíram da boca de alguns intervenientes, principalmente do líder laranja Marques Mendes. Atentem a esta pérola, entre outras: “Conheço a realidade daqui, o clima de medo, intimidação e até de retaliação que sempre tem existido na Póvoa de Varzim”. Todos sabemos que o mediático baixinho gosta de uma boa onda, que conhece termos como “flat” e “Big Rider”. Mas tanto desconhecimento geográfico qualquer dia leva-o a confundir a Madeira com os Açores, Angola com Timor. O líder do PSD local, Pedro Brás Marques, devia estar algo apreensivo com tanta ignorância, a perguntar-se o que terá falhado. Um copo a mais? Sei lá! Mas que algo de estranho se passa com os líderes políticos, isso não duvido. Um não encontra o diploma que lhe confere o grau de engenheiro; outro não sabe por onde anda e depois, obviamente, também não sabe o que diz. Eu quero acreditar que Marques Mendes veio mesmo relaxar um pouco das confusões que existem lá para o sul, na Câmara alfacinha. Sim, porque confusões dessas, só mesmo no Sul. A decotada Fatinha de Felgueiras não conta porque é mulher e nós, portugueses, somos ainda uns cavalheiros e, não menos importante, o nosso Mário é “amigo” dela. Também quem deve estar a gozar que nem um doido é o Pedro Santana Lopes e, se há coisa de que um baixinho não tolera, é que se riam dele, da sua pequenez. Enfim, a vida continua e, o melhor a fazer, é mesmo levá-la a rir.

Vila do Conde é uma terra de poetas, segundo dizem. Há, efectivamente, alguns por aí! Mas, na realidade, a maior parte não passam de uns meros escribas, mais preocupados em difundir a sua imagem através de métodos estéticos de gosto duvidoso do que propriamente pela qualidade da sua escrita, à qual falta o desespero e a intensidade, a capacidade de traduzir a profusão de sentimentos através do uso da palavra. Enfim, de um Calixto! Mas, de entre todos, um se destaca e que eu aprecio. Uma pessoa verdadeiramente complexa que encontrou na expressão do poema o exorcismo dos demónios que invadem o seu íntimo, traduzido em paixões, ódios, amores e desamores, desespero e frustrações. Estou a falar de António Pedro Ribeiro , poeta, músico, revolucionário, um hobo por opção… Ao ler a sua última publicação «Saloon», um poema atraiu a minha atenção. É difícil explicar. Posso-o fazer expondo uma situação pessoal que me acontece com alguma frequência quando visito um museu ou exposição. Há sempre trabalhos fantásticos, telas e esculturas fabulosas, trabalhadas com mestria e sensibilidade. No entanto, de entre o Todo, algo em particular me detém, espanta e preenche de forma incompreensível! Em suma, só o posso explicar como estando em presença da Arte. O poema do Pedro teve este efeito em mim. Provocou-me o espanto pela simplicidade e força da palavra, e o riso pelo objecto tão comum ao ser humano. Afinal, quem nunca se sentiu assim? O difícil é exprimi-lo como… POEMA ÚLTIMO O meu cérebro a fugir pelo quarto. E eu, apavorado, a correr atrás dele.

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