O Cachimbo de Magritte: Liberalismo=Direita-(moral+valores)?!

28-05-2010
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Fiquei desiludido com este texto sobre a "direita no século XXI" do André Abrantes Amaral no Insurgente. Não foi só por, afinal, a "direita" ser apenas outra palavra para o que os anglo-saxónicos gostam de chamar "liberalismo clássico" e, portanto, a "direita do século XXI" revelar-se como o liberalismo dos séculos XIX e XX. Não foi só isso. Foi esta impressão com que fiquei de que o texto era contraditório. .Com tanta apologia da "liberdade" e da "escolha", desvalorizando-se a "moral e os valores" (escreve AAA: "A escolha é a palavra chave da direita. Já não mais a moral e os valores."), fica por esclarecer qual o sentido de se insistir na "defesa de um valor básico que é a liberdade, alicerçada num princípio basilar que é a responsabilidade". Talvez se pudesse reformular o que está citado acima e dizer o seguinte: "A escolha é a palavra chave da direita. Já não mais a moral e os valores. Excepto a moral da escolha e o valor da liberdade." Parece-me mais apropriado assim. Reflecte melhor o facto de a "moral e os valores" serem coisas peganhentas. E é capaz de ser o único modo de salvar um texto em que se pode ler ainda que a "direita do século XXI" assume "a defesa da pessoa humana e das suas boas decisões individuais, da sua inteligência e da aceitação dos seus resultados." .Quando queremos correr com a "moral e os valores" pelo solene portão de entrada, normalmente acabam por entrar pela porta das traseiras, sem que o dono da casa se aperceba.


Fiquei desiludido com este texto sobre a "direita no século XXI" do André Abrantes Amaral no Insurgente. Não foi só por, afinal, a "direita" ser apenas outra palavra para o que os anglo-saxónicos gostam de chamar "liberalismo clássico" e, portanto, a "direita do século XXI" revelar-se como o liberalismo dos séculos XIX e XX. Não foi só isso. Foi esta impressão com que fiquei de que o texto era contraditório. .Com tanta apologia da "liberdade" e da "escolha", desvalorizando-se a "moral e os valores" (escreve AAA: "A escolha é a palavra chave da direita. Já não mais a moral e os valores."), fica por esclarecer qual o sentido de se insistir na "defesa de um valor básico que é a liberdade, alicerçada num princípio basilar que é a responsabilidade". Talvez se pudesse reformular o que está citado acima e dizer o seguinte: "A escolha é a palavra chave da direita. Já não mais a moral e os valores. Excepto a moral da escolha e o valor da liberdade." Parece-me mais apropriado assim. Reflecte melhor o facto de a "moral e os valores" serem coisas peganhentas. E é capaz de ser o único modo de salvar um texto em que se pode ler ainda que a "direita do século XXI" assume "a defesa da pessoa humana e das suas boas decisões individuais, da sua inteligência e da aceitação dos seus resultados." .Quando queremos correr com a "moral e os valores" pelo solene portão de entrada, normalmente acabam por entrar pela porta das traseiras, sem que o dono da casa se aperceba.

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