O Cachimbo de Magritte: Notas Soltas

31-05-2010
marcar artigo


1. O PSD, como se percebe facilmente, continua muito longe da disputa «taco-a-taco com o PS» anunciada por Luís Filipe Menezes:Fonte: Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem (11.1.2008).Fonte: Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem (2.2.2008).O PS cai apenas -- digo bem, apenas -- 0,8% num mês que foi para si um verdadeiro calvário. Confrontado com uma conjuntura favorável, Menezes consegue a proeza notável de ver o seu (reduzido) capital de simpatia diminuir 1,1%.Já agora, numa nota lateral, Vítor Dias tem razão, nomeadamente quando salienta que nada nos é dito sobre os resultados brutos, ou sobre os indecisos.2. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ontem, no seu programa na RTP1, que o director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, ao reconhecer na entrevista ao Público e Rádio Renascença que «houve uma certa precipitação» na constituição dos McCann como arguidos «matou a investigação» da PJ. Discordo. Alípio Ribeiro não pode matar o que está morto. Há muito tempo que se percebeu que a PJ andava completamente à deriva. O director da PJ limitou-se a aproveitar a oportunidade para abrir caminho ao reconhecimento público do fiasco.3. De forma discreta, no meio de um apelo à transparência na vida pública, António José Seguro critica publicamente a demora do PS na aprovação parlamentar das iniciativas legislativas de combate à corrupção (Expresso, 2.2.2008: 52). Antes apelara à renovação dos partidos políticos (Expresso, 5.1.2008: 44). Há aqui um fio condutor, ou seu eu que gostaria de ver um fio condutor?4. Oops......alguma coisa correu mal......de certeza.5. Telmo Correia é contra a unidose. O ex-ministro só aceita caixas com 300 unidades...6. Sigmund Freud explica esta obsessão, seguramente.7. As declarações de Alípio Ribeiro, uma vez mais: o ministro da Justiça, depreendo, nos próximos dias fugirá dos jornalistas a sete pés. (Curiosa, esta expressão. Qual será a sua origem?) A oposição, pelo contrário, deveria explorar a situação. Luís Filipe Menezes tinha prometido fazer «oposição todos os dias», certo?8. Hoje, às 21:15, juntamente com João Gonçalves, vou estar na TV Net.Esta semana não faltam temas: as notícias do jornal Público sobre o passado de José Sócrates, a mini-remodelação governamental, a entrevista de Alípio Ribeiro, ou a Super Tuesday nos Estados Unidos. A lista poderia continuar.9. Está tudo doido!10. A propósito dos dias que correm, relembrei-me de um artigo de Manuel Castells: «Citizens do not read candidate platforms. They rely on media reports of the candidates' positions; and ultimately their voting decision is a function of the trust they deposit in a given candidate. Therefore, character, as portrayed in the media, becomes essential; because values -- what matters most for the majority of people -- are embodied in the persons of the candidates. Politicians are the faces of politics. If credibility, trust, and character become critical issues in deciding the political outcome, the destruction of credibility and character assassination become the most potent political weapons. Because all parties resort to it, all parties need to stockpile ammunition in this battle.»11. A seguir ao autoritário Aníbal Cavaco Silva veio o dialogante António Guterres. Depois não veio nada. José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes não contam, apesar de contribuirem para um novo clima favorável ao autoritário José Sócrates. Segue-se, presumo, um novo ciclo dialogante. Isto, claro, se Sócrates não encurtar os ciclos. Arriscamo-nos a ter dois em um: começa autoritário e termina dialogante...12. Aníbal Cavaco Silva por vezes faz comentários que não lembra ao careca: «é bom que tenhamos agora quatro dias em que não se fala de política para os portugueses não pensarem nisso e os próprios políticos poderem gozar com tranquilidade». Não era preferível dizer apenas que não comentava e dar a conversa por encerrada em vez de dizer isto?13. Uma pequena provocação, sem querer desvalorizar o que quer que seja. Em termos abstractos, o carácter de um político é um valor absoluto?14. Francisco: the show goes on...15. Sem que se perceba publicamente o motivo, Portugal decidiu retirar grande parte do seu contingente militar no Afeganistão. Vale a pena ler um dos editoriais de hoje do Financial Times: «NATO's Afghan test».16. O que seria de nós se Joe Berardo tivesse sentido de oportunidade? «Não fui eu quem lhe telefonou a dar os parabéns. Ele [José António Pinto Ribeiro] é que me ligou. Ficou contente» (Expresso, 2.2.2008: 3). Mal por mal, Manuel Dias Loureiro telefonou ao pai.


1. O PSD, como se percebe facilmente, continua muito longe da disputa «taco-a-taco com o PS» anunciada por Luís Filipe Menezes:Fonte: Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem (11.1.2008).Fonte: Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem (2.2.2008).O PS cai apenas -- digo bem, apenas -- 0,8% num mês que foi para si um verdadeiro calvário. Confrontado com uma conjuntura favorável, Menezes consegue a proeza notável de ver o seu (reduzido) capital de simpatia diminuir 1,1%.Já agora, numa nota lateral, Vítor Dias tem razão, nomeadamente quando salienta que nada nos é dito sobre os resultados brutos, ou sobre os indecisos.2. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ontem, no seu programa na RTP1, que o director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, ao reconhecer na entrevista ao Público e Rádio Renascença que «houve uma certa precipitação» na constituição dos McCann como arguidos «matou a investigação» da PJ. Discordo. Alípio Ribeiro não pode matar o que está morto. Há muito tempo que se percebeu que a PJ andava completamente à deriva. O director da PJ limitou-se a aproveitar a oportunidade para abrir caminho ao reconhecimento público do fiasco.3. De forma discreta, no meio de um apelo à transparência na vida pública, António José Seguro critica publicamente a demora do PS na aprovação parlamentar das iniciativas legislativas de combate à corrupção (Expresso, 2.2.2008: 52). Antes apelara à renovação dos partidos políticos (Expresso, 5.1.2008: 44). Há aqui um fio condutor, ou seu eu que gostaria de ver um fio condutor?4. Oops......alguma coisa correu mal......de certeza.5. Telmo Correia é contra a unidose. O ex-ministro só aceita caixas com 300 unidades...6. Sigmund Freud explica esta obsessão, seguramente.7. As declarações de Alípio Ribeiro, uma vez mais: o ministro da Justiça, depreendo, nos próximos dias fugirá dos jornalistas a sete pés. (Curiosa, esta expressão. Qual será a sua origem?) A oposição, pelo contrário, deveria explorar a situação. Luís Filipe Menezes tinha prometido fazer «oposição todos os dias», certo?8. Hoje, às 21:15, juntamente com João Gonçalves, vou estar na TV Net.Esta semana não faltam temas: as notícias do jornal Público sobre o passado de José Sócrates, a mini-remodelação governamental, a entrevista de Alípio Ribeiro, ou a Super Tuesday nos Estados Unidos. A lista poderia continuar.9. Está tudo doido!10. A propósito dos dias que correm, relembrei-me de um artigo de Manuel Castells: «Citizens do not read candidate platforms. They rely on media reports of the candidates' positions; and ultimately their voting decision is a function of the trust they deposit in a given candidate. Therefore, character, as portrayed in the media, becomes essential; because values -- what matters most for the majority of people -- are embodied in the persons of the candidates. Politicians are the faces of politics. If credibility, trust, and character become critical issues in deciding the political outcome, the destruction of credibility and character assassination become the most potent political weapons. Because all parties resort to it, all parties need to stockpile ammunition in this battle.»11. A seguir ao autoritário Aníbal Cavaco Silva veio o dialogante António Guterres. Depois não veio nada. José Manuel Durão Barroso e Pedro Santana Lopes não contam, apesar de contribuirem para um novo clima favorável ao autoritário José Sócrates. Segue-se, presumo, um novo ciclo dialogante. Isto, claro, se Sócrates não encurtar os ciclos. Arriscamo-nos a ter dois em um: começa autoritário e termina dialogante...12. Aníbal Cavaco Silva por vezes faz comentários que não lembra ao careca: «é bom que tenhamos agora quatro dias em que não se fala de política para os portugueses não pensarem nisso e os próprios políticos poderem gozar com tranquilidade». Não era preferível dizer apenas que não comentava e dar a conversa por encerrada em vez de dizer isto?13. Uma pequena provocação, sem querer desvalorizar o que quer que seja. Em termos abstractos, o carácter de um político é um valor absoluto?14. Francisco: the show goes on...15. Sem que se perceba publicamente o motivo, Portugal decidiu retirar grande parte do seu contingente militar no Afeganistão. Vale a pena ler um dos editoriais de hoje do Financial Times: «NATO's Afghan test».16. O que seria de nós se Joe Berardo tivesse sentido de oportunidade? «Não fui eu quem lhe telefonou a dar os parabéns. Ele [José António Pinto Ribeiro] é que me ligou. Ficou contente» (Expresso, 2.2.2008: 3). Mal por mal, Manuel Dias Loureiro telefonou ao pai.

marcar artigo