O Maior Clube do Mundo: As opções de Jesus

20-05-2011
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Quando o Benfica estava à procura de treinador, antes de chegar Quique Flores, defendi aqui no blog a contratação de Jorge Jesus. Sempre defendi que o Benfica precisava de um bom treinador mas também de alguém que tivesse conhecimento do futebol nacional, de como as equipas jogam contra umas equipas e jogam contra outras. A opção foi pelo espanhol que, vítima das particularidades do nosso campeonato, só durou um ano e o Glorioso voltou a procurar um treinador e, desta vez, escolheu Jorge Jesus.Chegou ao Benfica com um discurso ambicioso e sedento de vitórias. É isso que eu quero num treinador do Benfica, que não tenha medo de propor metas altas, que não tenha medo de sonhar, que não tenha medo de dizer que vai ganhar. Tem é, naturalmente, demonstrar em campo a força dessas palavras. E Jesus assim fez. A primeira época foi quase um sonho, pegou num conjunto fantástico de jogadores e transformou numa máquina de jogar futebol, potenciou jogadores estagnados e encantou o mundo do futebol. O trabalho comprovou as palavras.Após a conquista do título deixou-se levar pela euforia e não teve a contenção e humildade necessária de saber ganhar e concentrar-se no trabalho para a revalidação do título. Foi visto em companhias menos boas e ao ser aliciado por um chorudo contrato a norte encostou Vieira à parede que cedeu e renovou-lhe o contrato para valores milionários. Mas pior que esta “chantagem” foi a questão dos prémios, ele recebeu o seu devido prémio enquanto que os jogadores não receberam. O líder tem que dar o exemplo e Jesus não deu e perdeu, como se viu claramente nas primeiras jornadas, a confiança dos jogadores.Para agudizar toda a situação Jesus ao longo da época teve opções tácticas estranhíssimas e que, até hoje, não consigo encontrar uma explicação lógica:- O Benfica começa a pré-época sem vários jogadores devido ao Mundial que fez a equipa ressentir-se um pouco mas, passados alguns treinos e jogos, o treinador encontra a táctica correcta e as boas exibições regressam acompanhadas por vitórias gordas e empolgantes. Jesus quando questionado pelos jornalistas sobre a táctica que estava a utilizar tem a famosa tirada “não é um 433 mas também não vos digo o que é”. O SL Benfica prepara-se para iniciar a época em alta.- Chega a Supertaça, um jogo que podia definir toda uma época, e Jesus abdica da táctica que tão boa conta deu na pré-época para utilizar a táctica do ano passado que estava órfã de Di Maria e de Ramires. O resultado foi catastrófico com a perda da Supertaça e a injecção de moral dada ao adversário directo. Porquê?- Começa o campeonato e Jesus continua a abdicar da táctica da pré época e insiste em jogar da mesma forma do ano anterior mas sem jogadores necessários para essa táctica. Igualmente chocante era ver a apatia do treinador no banco sem qualquer ligação aos jogadores no relvado. Pareciam estar de costas voltadas. Teimosia irritante de desprezar a táctica que deu melhores resultados. Porquê?- A visita ao Dragão era fundamental para equilibrar as contas do campeonato e relançar a equipa no rumo certo rumo à revalidação do título. Jesus comete um hara kiri quando altera totalmente a disposição táctica da equipa em função de um jogador banal do adversário. Um treinador que se gabava de ter criado melhor lateral esquerdo do mundo e que tinha um dos melhores centrais do mundo, resolve abdicar de ambos colocando-os em posições onde não são tão bons, deixando de lado toda a sua ambição e fazendo passar para a equipa um medo sem qualquer sentido. O resultado foi uma goleada das antigas, uma humilhação pesadíssima que seria totalmente evitável se o Benfica mantivesse a sua estrutura normal. Mas pior que tudo foram as declarações após jogo em que Jesus dá rasgados elogios ao patético jogador que o fez mudar tudo ignorando completamente os seus erros e a defesa dos seus jogadores. Porquê?- Pelo meio jogava-se a Champions e a equipa mostrou-se demasiado frágil mesmo perante adversários acessíveis à nossa qualidade. Tacticamente Jesus não percebeu como se joga na Europa, como o meio campo tem que ser mais rigoroso, mais fechado e onde os erros se pagam caro. Uma prestação pobre para quem tanto prometeu. Porquê?- Com o decorrer do campeonato e o surgimento de Sálvio o Benfica consegue vencer sucessivamente e permite que os benfiquistas sonhem com títulos. Mas Jesus não promove uma rotação do plantel que permita dar intensidade de jogo aos habituais suplentes e poupar os mais utilizados nos jogos resolvidos cedo, situação que pagámos bem caro na recta final da época. Porquê?- Recebemos o clube corrupto num jogo em que tínhamos que vencer pela nossa honra e Jesus volta a surpreender colocando Airton a lateral direito quando tinha Luis Filipe disponível. Não foi pelo Airton que perdemos mas impediu que a equipa tivesse dinâmica na ala direita porque Airton é lento e sem rotinas para aquela posição. O jogo não corria de feição e a ter que ganhar Jesus faz uma substituição aos 85 minutos de jogo. O que se pensa obter quando se coloca um jogador a 5 minutos do fim? Porquê?- Incapazes de impedir a festa dos corruptos no nosso santuário voltamos a recebê-los para a Taça de Portugal com uma vantagem de 2-0 conseguida no antro da corrupção. Após 45 minutos de jogo perfeitamente tranquilo era evidente que a equipa corrupta iria atacar com tudo na segunda parte, Jesus não o terá percebido e deixou a equipa sem mexidas até ser tarde demais. A natural ofensiva azul resultou no maior vexame que enquanto benfiquista sofri na vida e Jesus, mais uma vez, resolve fazer a última substituição aos 88 minutos. 88 minutos. Nem sei se o jogador chegou a tocar na bola. Porquê?- Restava a Liga Europa. A equipa foi poupada durante várias jornadas do campeonato mas no relvado esse descanso não se reflectia em intensidade de jogo. Os jogadores rebentavam bem antes dos 90 minutos e eram incapazes de gerir resultados. Fomos eliminados por um Braga mesmo tendo vantagem a meio da eliminatória. Sem força física e anímica com uma final europeia à vista. Porquê?- Acabamos o campeonato com 31 golos sofridos. Uma série longuíssima (deixei de contar aos 18) de jogos sempre a sofrer golos. Equipa de rastos. Opções muito estranhas nos jogos com os corruptos. Uma táctica com bons resultados que foi afastada. Um discurso completamente diferente do utilizado no ano passado. Elogios aos adversários e sem defender os nossos jogadores. Porquê?Jorge Jesus percebe de futebol, não tenho dúvidas sobre isso. E é por não ter dúvidas sobre isso que não consigo encontrar uma justificação lógica para as suas opções, começo a pensar noutras razões e fico incomodado. A diferença de uma época para a outra foi tão acentuada que não faz sentido. O benfiquismo que me corre nas veias não me deixa ir mais longe nas minhas palavras.Etiquetas: Jorge Jesus

Quando o Benfica estava à procura de treinador, antes de chegar Quique Flores, defendi aqui no blog a contratação de Jorge Jesus. Sempre defendi que o Benfica precisava de um bom treinador mas também de alguém que tivesse conhecimento do futebol nacional, de como as equipas jogam contra umas equipas e jogam contra outras. A opção foi pelo espanhol que, vítima das particularidades do nosso campeonato, só durou um ano e o Glorioso voltou a procurar um treinador e, desta vez, escolheu Jorge Jesus.Chegou ao Benfica com um discurso ambicioso e sedento de vitórias. É isso que eu quero num treinador do Benfica, que não tenha medo de propor metas altas, que não tenha medo de sonhar, que não tenha medo de dizer que vai ganhar. Tem é, naturalmente, demonstrar em campo a força dessas palavras. E Jesus assim fez. A primeira época foi quase um sonho, pegou num conjunto fantástico de jogadores e transformou numa máquina de jogar futebol, potenciou jogadores estagnados e encantou o mundo do futebol. O trabalho comprovou as palavras.Após a conquista do título deixou-se levar pela euforia e não teve a contenção e humildade necessária de saber ganhar e concentrar-se no trabalho para a revalidação do título. Foi visto em companhias menos boas e ao ser aliciado por um chorudo contrato a norte encostou Vieira à parede que cedeu e renovou-lhe o contrato para valores milionários. Mas pior que esta “chantagem” foi a questão dos prémios, ele recebeu o seu devido prémio enquanto que os jogadores não receberam. O líder tem que dar o exemplo e Jesus não deu e perdeu, como se viu claramente nas primeiras jornadas, a confiança dos jogadores.Para agudizar toda a situação Jesus ao longo da época teve opções tácticas estranhíssimas e que, até hoje, não consigo encontrar uma explicação lógica:- O Benfica começa a pré-época sem vários jogadores devido ao Mundial que fez a equipa ressentir-se um pouco mas, passados alguns treinos e jogos, o treinador encontra a táctica correcta e as boas exibições regressam acompanhadas por vitórias gordas e empolgantes. Jesus quando questionado pelos jornalistas sobre a táctica que estava a utilizar tem a famosa tirada “não é um 433 mas também não vos digo o que é”. O SL Benfica prepara-se para iniciar a época em alta.- Chega a Supertaça, um jogo que podia definir toda uma época, e Jesus abdica da táctica que tão boa conta deu na pré-época para utilizar a táctica do ano passado que estava órfã de Di Maria e de Ramires. O resultado foi catastrófico com a perda da Supertaça e a injecção de moral dada ao adversário directo. Porquê?- Começa o campeonato e Jesus continua a abdicar da táctica da pré época e insiste em jogar da mesma forma do ano anterior mas sem jogadores necessários para essa táctica. Igualmente chocante era ver a apatia do treinador no banco sem qualquer ligação aos jogadores no relvado. Pareciam estar de costas voltadas. Teimosia irritante de desprezar a táctica que deu melhores resultados. Porquê?- A visita ao Dragão era fundamental para equilibrar as contas do campeonato e relançar a equipa no rumo certo rumo à revalidação do título. Jesus comete um hara kiri quando altera totalmente a disposição táctica da equipa em função de um jogador banal do adversário. Um treinador que se gabava de ter criado melhor lateral esquerdo do mundo e que tinha um dos melhores centrais do mundo, resolve abdicar de ambos colocando-os em posições onde não são tão bons, deixando de lado toda a sua ambição e fazendo passar para a equipa um medo sem qualquer sentido. O resultado foi uma goleada das antigas, uma humilhação pesadíssima que seria totalmente evitável se o Benfica mantivesse a sua estrutura normal. Mas pior que tudo foram as declarações após jogo em que Jesus dá rasgados elogios ao patético jogador que o fez mudar tudo ignorando completamente os seus erros e a defesa dos seus jogadores. Porquê?- Pelo meio jogava-se a Champions e a equipa mostrou-se demasiado frágil mesmo perante adversários acessíveis à nossa qualidade. Tacticamente Jesus não percebeu como se joga na Europa, como o meio campo tem que ser mais rigoroso, mais fechado e onde os erros se pagam caro. Uma prestação pobre para quem tanto prometeu. Porquê?- Com o decorrer do campeonato e o surgimento de Sálvio o Benfica consegue vencer sucessivamente e permite que os benfiquistas sonhem com títulos. Mas Jesus não promove uma rotação do plantel que permita dar intensidade de jogo aos habituais suplentes e poupar os mais utilizados nos jogos resolvidos cedo, situação que pagámos bem caro na recta final da época. Porquê?- Recebemos o clube corrupto num jogo em que tínhamos que vencer pela nossa honra e Jesus volta a surpreender colocando Airton a lateral direito quando tinha Luis Filipe disponível. Não foi pelo Airton que perdemos mas impediu que a equipa tivesse dinâmica na ala direita porque Airton é lento e sem rotinas para aquela posição. O jogo não corria de feição e a ter que ganhar Jesus faz uma substituição aos 85 minutos de jogo. O que se pensa obter quando se coloca um jogador a 5 minutos do fim? Porquê?- Incapazes de impedir a festa dos corruptos no nosso santuário voltamos a recebê-los para a Taça de Portugal com uma vantagem de 2-0 conseguida no antro da corrupção. Após 45 minutos de jogo perfeitamente tranquilo era evidente que a equipa corrupta iria atacar com tudo na segunda parte, Jesus não o terá percebido e deixou a equipa sem mexidas até ser tarde demais. A natural ofensiva azul resultou no maior vexame que enquanto benfiquista sofri na vida e Jesus, mais uma vez, resolve fazer a última substituição aos 88 minutos. 88 minutos. Nem sei se o jogador chegou a tocar na bola. Porquê?- Restava a Liga Europa. A equipa foi poupada durante várias jornadas do campeonato mas no relvado esse descanso não se reflectia em intensidade de jogo. Os jogadores rebentavam bem antes dos 90 minutos e eram incapazes de gerir resultados. Fomos eliminados por um Braga mesmo tendo vantagem a meio da eliminatória. Sem força física e anímica com uma final europeia à vista. Porquê?- Acabamos o campeonato com 31 golos sofridos. Uma série longuíssima (deixei de contar aos 18) de jogos sempre a sofrer golos. Equipa de rastos. Opções muito estranhas nos jogos com os corruptos. Uma táctica com bons resultados que foi afastada. Um discurso completamente diferente do utilizado no ano passado. Elogios aos adversários e sem defender os nossos jogadores. Porquê?Jorge Jesus percebe de futebol, não tenho dúvidas sobre isso. E é por não ter dúvidas sobre isso que não consigo encontrar uma justificação lógica para as suas opções, começo a pensar noutras razões e fico incomodado. A diferença de uma época para a outra foi tão acentuada que não faz sentido. O benfiquismo que me corre nas veias não me deixa ir mais longe nas minhas palavras.Etiquetas: Jorge Jesus

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