Sol

27-07-2010
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Onde está aquele livro? Na estante B6, a sudoeste da prateleira da sala central, entre os livros de turismo e de auto-ajuda. Mas afinal não está lá... A partir daí, é o rebuliço do costume: o funcionário da livraria procura, em vão, num sofisticado terminal que tem no balcão. O livro saiu do sítio e não é um computador que vai encontrá-lo

Quem diz um livro numa loja de grandes dimensões, diz um documento. Onde foi parar aquele papel, fundamental para apresentar nas Finanças? E agora?

Estas são apenas algumas das situações que podem ser resolvidas por uma equipa conjunta do ISCTE e do Instituto Superior Técnico (IST), que se lançou a conceber uma solução tecnológica simples. Tudo começou com o contacto de uma empresa que estava justamente interessada em fazer uma inventariação automática numa livraria. Mas não era um desafio qualquer: a nova solução para deveria recorrer à tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) e ser barata.

A solução concebida acabou por ultrapassar o pedido inicial e pode aplicar-se a várias situações. Ao ponto de a equipa passar a ter «uma alternativa ao código de barras», explica Jorge Costa, do ISCTE.

A tecnologia consiste num simples chip identificador (em forma de etiqueta), onde se podem inscrever o código do produto e informações relevantes, como o preço. O produto vai responder ao sinal de rádio de uma antena. «O identificador responde com a contra-senha a identificar o produto». É um processo clássico, semelhante ao da ‘via verde’, por exemplo.

Mas há diversas variantes mais vantajosas neste sistema. Os identificadores funcionam em frequência UHF e cada etiqueta custa apenas 10 cêntimos. Além disso, para poupar as lojas ao inconveniente de terem várias antenas dispostas nos escaparates, é possível ‘embeber’ as antenas em superfícies insuspeitas. Uma estante, um tapete rolante de supermercado ou até uma folha de papel – daí a possibilidade de localizar facilmente documentos – podem receber a tecnologia e funcionar com um circuito electrónico incorporado. «Esse circuito pode ser impresso em qualquer suporte, inclusive em plástico ou em papel», esclarece Carlos Fernandes, do IST.

O sistema pode ser ligado ao terminal informático nas caixas de uma loja de roupa, de uma livraria ou até de um supermercado. Costa e Fernandes demonstram, num computador, vários suportes ligados. Num tapete rolante semelhante aos dos supermercados, é possível dispor vários produtos ao mesmo tempo – cada um deles com o respectivo identificador – enquanto a ‘antena’ (instalada no tapete) os ‘lê’ em simultâneo. Quem vai às compras pode colocar todos os produtos no tapete e ver o preço total da sua conta em segundos.

Para já, o grupo procura aperfeiçoar a tecnologia e novas ideias para sua aplicação. Já a submeteram a patente internacional e esperam que se vulgarize o suficiente para que os custos desçam ainda mais. Neste momento, já é possível ‘embeber’ uma prateleira com a tecnologia por 80 euros. Agora, resta à indústria manter o seu interesse, que foi o mote desta descoberta.

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Onde está aquele livro? Na estante B6, a sudoeste da prateleira da sala central, entre os livros de turismo e de auto-ajuda. Mas afinal não está lá... A partir daí, é o rebuliço do costume: o funcionário da livraria procura, em vão, num sofisticado terminal que tem no balcão. O livro saiu do sítio e não é um computador que vai encontrá-lo

Quem diz um livro numa loja de grandes dimensões, diz um documento. Onde foi parar aquele papel, fundamental para apresentar nas Finanças? E agora?

Estas são apenas algumas das situações que podem ser resolvidas por uma equipa conjunta do ISCTE e do Instituto Superior Técnico (IST), que se lançou a conceber uma solução tecnológica simples. Tudo começou com o contacto de uma empresa que estava justamente interessada em fazer uma inventariação automática numa livraria. Mas não era um desafio qualquer: a nova solução para deveria recorrer à tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) e ser barata.

A solução concebida acabou por ultrapassar o pedido inicial e pode aplicar-se a várias situações. Ao ponto de a equipa passar a ter «uma alternativa ao código de barras», explica Jorge Costa, do ISCTE.

A tecnologia consiste num simples chip identificador (em forma de etiqueta), onde se podem inscrever o código do produto e informações relevantes, como o preço. O produto vai responder ao sinal de rádio de uma antena. «O identificador responde com a contra-senha a identificar o produto». É um processo clássico, semelhante ao da ‘via verde’, por exemplo.

Mas há diversas variantes mais vantajosas neste sistema. Os identificadores funcionam em frequência UHF e cada etiqueta custa apenas 10 cêntimos. Além disso, para poupar as lojas ao inconveniente de terem várias antenas dispostas nos escaparates, é possível ‘embeber’ as antenas em superfícies insuspeitas. Uma estante, um tapete rolante de supermercado ou até uma folha de papel – daí a possibilidade de localizar facilmente documentos – podem receber a tecnologia e funcionar com um circuito electrónico incorporado. «Esse circuito pode ser impresso em qualquer suporte, inclusive em plástico ou em papel», esclarece Carlos Fernandes, do IST.

O sistema pode ser ligado ao terminal informático nas caixas de uma loja de roupa, de uma livraria ou até de um supermercado. Costa e Fernandes demonstram, num computador, vários suportes ligados. Num tapete rolante semelhante aos dos supermercados, é possível dispor vários produtos ao mesmo tempo – cada um deles com o respectivo identificador – enquanto a ‘antena’ (instalada no tapete) os ‘lê’ em simultâneo. Quem vai às compras pode colocar todos os produtos no tapete e ver o preço total da sua conta em segundos.

Para já, o grupo procura aperfeiçoar a tecnologia e novas ideias para sua aplicação. Já a submeteram a patente internacional e esperam que se vulgarize o suficiente para que os custos desçam ainda mais. Neste momento, já é possível ‘embeber’ uma prateleira com a tecnologia por 80 euros. Agora, resta à indústria manter o seu interesse, que foi o mote desta descoberta.

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