O Cachimbo de Magritte: A sucessora

18-12-2009
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Maria João Seixas é a nova directora da Cinemateca. Não a conheço o suficiente para dizer se será ou não uma boa escolha, mas a sua nomeação mostra que a nova Ministra da Cultura está a arrumar rapidamente alguns dossiers complicados que António Pinto Ribeiro lhe deixou. É um ponto a favor de Gabriela Canavilhas e o exemplo do Museu de Arte Popular parece ter dado o mote. Recorde-se que João Bénard da Costa, o director da Cinemateca cuja vida se confundia há décadas com a da própria casa, se demitiu no ano passado por motivos de saúde - e sem sucessão à vista. Desde então, a gestão corrente tem sido assegurada por Pedro Mexia, que foi agora reconduzido como subdirector.Maria João Seixas tem pela frente, portanto, um enorme desafio: o de fazer esquecer Bénard. Pode começar por resolver dois problemas herdados do seu carismático antecessor. O primeiro é o do alargamento do público da Cinemateca. Um público fiel, mas muito reduzido. Um equipamento cultural como este não pode estar apenas ao serviço de meio milhar de lisboetas, mesmo que sem eles não faça sentido. O outro é o da criação de um pólo da Cinemateca no Porto. É uma antiga, e nunca atendida, exigência dos cinéfilos do Norte. Bénard da Costa opunha-se, argumentando que o transporte das películas podia causar-lhes danos, mas dificilmente se compreende que a segunda cidade do país não tenha cinema fora do circuito comercial ou dos festivais.Em suma, falta democratizar e descentralizar a Cinemateca. Maria João Seixas, que já foi argumentista, está agora na cadeira de realizadora. Talvez do filme da sua vida. Adenda: Um email amigo avisa-me, entretanto, que Gabriela Canavilhas já prometeu a abertura do pólo portuense da Cinemateca para o próximo ano. A notícia escapou-me, mas confirma a minha primeira impressão da Ministra: decide depressa e vem apagar fogos. O que não é necessariamente um mal. Resta saber se será uma política.


Maria João Seixas é a nova directora da Cinemateca. Não a conheço o suficiente para dizer se será ou não uma boa escolha, mas a sua nomeação mostra que a nova Ministra da Cultura está a arrumar rapidamente alguns dossiers complicados que António Pinto Ribeiro lhe deixou. É um ponto a favor de Gabriela Canavilhas e o exemplo do Museu de Arte Popular parece ter dado o mote. Recorde-se que João Bénard da Costa, o director da Cinemateca cuja vida se confundia há décadas com a da própria casa, se demitiu no ano passado por motivos de saúde - e sem sucessão à vista. Desde então, a gestão corrente tem sido assegurada por Pedro Mexia, que foi agora reconduzido como subdirector.Maria João Seixas tem pela frente, portanto, um enorme desafio: o de fazer esquecer Bénard. Pode começar por resolver dois problemas herdados do seu carismático antecessor. O primeiro é o do alargamento do público da Cinemateca. Um público fiel, mas muito reduzido. Um equipamento cultural como este não pode estar apenas ao serviço de meio milhar de lisboetas, mesmo que sem eles não faça sentido. O outro é o da criação de um pólo da Cinemateca no Porto. É uma antiga, e nunca atendida, exigência dos cinéfilos do Norte. Bénard da Costa opunha-se, argumentando que o transporte das películas podia causar-lhes danos, mas dificilmente se compreende que a segunda cidade do país não tenha cinema fora do circuito comercial ou dos festivais.Em suma, falta democratizar e descentralizar a Cinemateca. Maria João Seixas, que já foi argumentista, está agora na cadeira de realizadora. Talvez do filme da sua vida. Adenda: Um email amigo avisa-me, entretanto, que Gabriela Canavilhas já prometeu a abertura do pólo portuense da Cinemateca para o próximo ano. A notícia escapou-me, mas confirma a minha primeira impressão da Ministra: decide depressa e vem apagar fogos. O que não é necessariamente um mal. Resta saber se será uma política.

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