O Cachimbo de Magritte: Pocilga

03-08-2010
marcar artigo


A pocilga em que isto se tornou está bem patente nesta notícia. Diz que Sócrates está furioso, o que explica a sucessão de passos irracionais na questão PT. Ao que parece, os accionistas portugueses mudaram de posição sem consulta ao Governo, ou contra o que o Governo entendia ser a posição a tomar. Vai daí, trava. É o capitalismo salazarista em todo o seu esplendor. Em nome dos «interessas nacionais» - claro. Não há pulhice que não caiba em tão amplo chapéu. Estou muito grato a personagens da nossa política como Santana Lopes e Telmo Correia, que vieram, ufanos, explicar à Pátria que fariam o mesmo. Ao menos sabemos que companhia evitar. Já Passos Coelho, como muito bem referiu o Tiago Mendes aqui, preferiu o registo absurdo da análise técnica (!) para explicar que por um lado, mas por outro, vendo bem as coisas, ponto. O regime é isto. A incapacidade de praticar a arte de governar em liberdade: conciliar os interesses nacionais, que nada têm a ver com uma zona de pasto para as clientelas partidárias, em troco da protecção administrativa de posições privadas em áreas empresariais cujo estatuto de facto é nenhum (público? privado?), com a vida fora da tutela do Estado. Da extrema-esquerda à direita, com a suposta diferença de Passos Coelho que não é nada, como convém, tudo em coro. Vamos longe.O socialismo, claro, é quando se constrói um fosso à volta de um castelo.


A pocilga em que isto se tornou está bem patente nesta notícia. Diz que Sócrates está furioso, o que explica a sucessão de passos irracionais na questão PT. Ao que parece, os accionistas portugueses mudaram de posição sem consulta ao Governo, ou contra o que o Governo entendia ser a posição a tomar. Vai daí, trava. É o capitalismo salazarista em todo o seu esplendor. Em nome dos «interessas nacionais» - claro. Não há pulhice que não caiba em tão amplo chapéu. Estou muito grato a personagens da nossa política como Santana Lopes e Telmo Correia, que vieram, ufanos, explicar à Pátria que fariam o mesmo. Ao menos sabemos que companhia evitar. Já Passos Coelho, como muito bem referiu o Tiago Mendes aqui, preferiu o registo absurdo da análise técnica (!) para explicar que por um lado, mas por outro, vendo bem as coisas, ponto. O regime é isto. A incapacidade de praticar a arte de governar em liberdade: conciliar os interesses nacionais, que nada têm a ver com uma zona de pasto para as clientelas partidárias, em troco da protecção administrativa de posições privadas em áreas empresariais cujo estatuto de facto é nenhum (público? privado?), com a vida fora da tutela do Estado. Da extrema-esquerda à direita, com a suposta diferença de Passos Coelho que não é nada, como convém, tudo em coro. Vamos longe.O socialismo, claro, é quando se constrói um fosso à volta de um castelo.

marcar artigo