JAZZ NO PAÍS DO IMPROVISO!

20-05-2011
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Os primeiros discos de Jazz portuguesesA propósito da questão que aqui levantámos - por se afirmar erradamente no trailer do documentário "A Tensão Jazz" que Malpertuis (1976), de Rão Kyao, é o primeiro disco de jazz nacional - é de elementar justiça e generosidade apresentar aqui, em primeira mão, aqueles que terão sido de facto os pais de todos os discos de jazz gravados e publicados em Portugal e por portugueses.Datam ambos dos anos 50 e o seu autor foi o virtuoso clarinetista (e não só) Domingos Vilaça, músico inspirado por Artie Shaw e que integrou, entre outras, as orquestras Almeida Cruz, Portugal e Caravana, mas também a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional e a orquestra Swing de Tavares Belo, para além de ter liderado o seu próprio conjunto a partir de 1953.A edição destes registos de 45 rpm (com quatro faixas) foi da Alvorada, editora detida pela portuense Rádio Triunfo. O primeiro disco, Dixieland, foi publicado em 1957 - sendo um dos primeiros do catálogo - e o segundo, Charleston, terá sido editado já no final desta década.No final dos anos 60, emergiu em Lisboa um trio que fez grande sensação e que tinha uma qualidade notável para a época. O Bossa Jazz 3 foi fundado em 1967 por Marcos Resende (pianista brasileiro a estudar em Portugal), Bernardo Moreira e Paulo Gil e gravou então para a Valentim de Carvalho. Um excerto do clássico standard "Autumn Leaves", uma das quatro faixas deste disco, pode ser ouvido aqui.Para além destes discos pioneiros há também que referir as gravações do Octeto de Jorge Costa Pinto e o Thilo's Combo, todas elas realizadas muitos anos antes do tão referido Malpertuis. É também importante corrigir o equívoco de que Estilhaços, gravado em Lisboa por Steve Lacy, em 1972, é o primeiro disco de jazz português. Ele é, com efeito, importante, mas sim como o primeiro disco de jazz gravado ao vivo entre nós, ainda que por músicos estrangeiros.

Os primeiros discos de Jazz portuguesesA propósito da questão que aqui levantámos - por se afirmar erradamente no trailer do documentário "A Tensão Jazz" que Malpertuis (1976), de Rão Kyao, é o primeiro disco de jazz nacional - é de elementar justiça e generosidade apresentar aqui, em primeira mão, aqueles que terão sido de facto os pais de todos os discos de jazz gravados e publicados em Portugal e por portugueses.Datam ambos dos anos 50 e o seu autor foi o virtuoso clarinetista (e não só) Domingos Vilaça, músico inspirado por Artie Shaw e que integrou, entre outras, as orquestras Almeida Cruz, Portugal e Caravana, mas também a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional e a orquestra Swing de Tavares Belo, para além de ter liderado o seu próprio conjunto a partir de 1953.A edição destes registos de 45 rpm (com quatro faixas) foi da Alvorada, editora detida pela portuense Rádio Triunfo. O primeiro disco, Dixieland, foi publicado em 1957 - sendo um dos primeiros do catálogo - e o segundo, Charleston, terá sido editado já no final desta década.No final dos anos 60, emergiu em Lisboa um trio que fez grande sensação e que tinha uma qualidade notável para a época. O Bossa Jazz 3 foi fundado em 1967 por Marcos Resende (pianista brasileiro a estudar em Portugal), Bernardo Moreira e Paulo Gil e gravou então para a Valentim de Carvalho. Um excerto do clássico standard "Autumn Leaves", uma das quatro faixas deste disco, pode ser ouvido aqui.Para além destes discos pioneiros há também que referir as gravações do Octeto de Jorge Costa Pinto e o Thilo's Combo, todas elas realizadas muitos anos antes do tão referido Malpertuis. É também importante corrigir o equívoco de que Estilhaços, gravado em Lisboa por Steve Lacy, em 1972, é o primeiro disco de jazz português. Ele é, com efeito, importante, mas sim como o primeiro disco de jazz gravado ao vivo entre nós, ainda que por músicos estrangeiros.

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