O Cachimbo de Magritte: Faça você mesmo (Eyjafjallajokul, tenha paciência)

03-08-2010
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Com recurso a uma pequena cábula:. A dívida de um país em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) evolui em função dos custos de endividamento, da taxa de crescimento do PIB e do saldo orçamental primário (saldo sem juros):.. Dívida=[(1+j)/(1+c)]*Dívida-saldo primário, ondej=taxa de juro nominalc= crescimento nominal do PIB. Para manter a dívida em proporção do produto estável (isto é, sem crescer), é preciso.. saldo primário=[(j-c)/(1+c)]*Dívida... Se os custos de endividamento são inferiores ao crescimento e o saldo orçamental está equilibrado, o país vai resolver o seu problema de dívida;... Se os custos de endividamento são maiores do que o crescimento, o país tem de ter um excedente orçamental primário suficientemente grande para estabilizar, primeiro, e, depois, reduzir a dívida.Exemplo:Considere uma dívida de 80%Uma taxa de juro de 5%Um crescimento de 0%O saldo primário tem de ser de 4% para estabilizar a dívida.Portugal tem hoje um défice primário de 6,5%: tudo o resto igual, tem de fazer um ajustamento de 10,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto, para que a dívida estabilize (se o crescimento fosse de 1%, o saldo exigido seria de 3% e o ajustamento de 9,5 pontos percentuais). Claro que, ao fazer esse ajustamento, a economia, em princípio, encolhe, de modo que o crescimento em princípio não será zero, de modo que o saldo primário exigido será maior e, enquanto não for, a dívida aumenta, de modo que o saldo primário exigido aumenta, de modo que o risco aumenta, de modo que o juro aumenta, de modo que o saldo primário exigido aumenta, de modo que o ajustamento exigido aumenta, de modo que a economia encolhe... etc., etc, etc. Está a ver o problema? A aritmética pode ser assaz desagradável.


Com recurso a uma pequena cábula:. A dívida de um país em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) evolui em função dos custos de endividamento, da taxa de crescimento do PIB e do saldo orçamental primário (saldo sem juros):.. Dívida=[(1+j)/(1+c)]*Dívida-saldo primário, ondej=taxa de juro nominalc= crescimento nominal do PIB. Para manter a dívida em proporção do produto estável (isto é, sem crescer), é preciso.. saldo primário=[(j-c)/(1+c)]*Dívida... Se os custos de endividamento são inferiores ao crescimento e o saldo orçamental está equilibrado, o país vai resolver o seu problema de dívida;... Se os custos de endividamento são maiores do que o crescimento, o país tem de ter um excedente orçamental primário suficientemente grande para estabilizar, primeiro, e, depois, reduzir a dívida.Exemplo:Considere uma dívida de 80%Uma taxa de juro de 5%Um crescimento de 0%O saldo primário tem de ser de 4% para estabilizar a dívida.Portugal tem hoje um défice primário de 6,5%: tudo o resto igual, tem de fazer um ajustamento de 10,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto, para que a dívida estabilize (se o crescimento fosse de 1%, o saldo exigido seria de 3% e o ajustamento de 9,5 pontos percentuais). Claro que, ao fazer esse ajustamento, a economia, em princípio, encolhe, de modo que o crescimento em princípio não será zero, de modo que o saldo primário exigido será maior e, enquanto não for, a dívida aumenta, de modo que o saldo primário exigido aumenta, de modo que o risco aumenta, de modo que o juro aumenta, de modo que o saldo primário exigido aumenta, de modo que o ajustamento exigido aumenta, de modo que a economia encolhe... etc., etc, etc. Está a ver o problema? A aritmética pode ser assaz desagradável.

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