Malta da Tropa que curte Bola: O 21º Título do FC Porto

15-10-2009
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Apesar de para a história isso pouco contar, o recente título do FC Porto não foi, nem de perto nem de longe, dos mais brilhantes do seu palmarés.Com um futebol bastante ofensivo e dinâmico, o Porto de Co Adriannse cedo conquistou os adeptos nortenhos, ávidos de bom futebol e vitórias. Mas cedo também se notou que essa superioridade era ilusória – Se por um lado a equipa exibia classe frente a adversários mais fracos, contra adversários menos fracos (Rangers, Artmédia, etc) demonstrou uma debilidade preocupante.Mais evidentes se tornaram estes problemas com a escandalosa eliminação na liga dos campeões, com um grupo extremamente acessível. No jogo contra o Artmédia, em casa, quando a equipa vencia por 2-0 e que acabou por perder por 3-2, ficou bem patente o lado mais negro da equipa: Ingénua, fraca psicologicamente e desequilibrada tacticamente.Por estranho que pareça, esta forte machadada nas ambições desportivas acabaram por trazer consequências muito positivas. Co Adriannse (qual Scolari) apercebeu-se (Finalmente!) que jogar contra o Setúbal e Gil Vicente é bem diferente de jogar contra outros clubes, e adoptou uma postura de jogo mais rigorosa e competitiva – ajustando por vezes a equipa nos jogos mais importantes (como o fez contra o Sporting).Curiosamente, e depois de ter sido acusado de não conseguir vencer nenhum dos embates contra adversários da mesma dimensão, é em dois destes jogos que o FC Porto ganha a época; é certo que foram os dois contra o Sporting (já destinado a estas coisas), mas, se no primeiro, para a taça, o Porto teve a sorte do jogo – num jogo em que, na minha opinião os Leões foram muitas vezes superiores – No jogo para o campeonato, em que o Sporting tinha obrigatoriamente de vencer, vimos um Porto extremamente sólido que, sem deslumbrar, não permitiu, sequer, que o adversário se acercasse da sua grande área.Pela primeira vez na época, num jogo a doer, os dragões deixavam de lado os sentimentos nostálgicos e paravam finalmente de sonhar com Mourinho, Deco & Companhia.O Porto conquistara em Alvalade, não só os 3 pontos mais importantes do campeonato e consequentemente o título, mas também a maioridade.Depois de uma relação extremamente atribulada, e sabemos como estas coisas sempre serão extremamente voláteis, esta equipa (treinador incluído) conquista, com todo o mérito, o coração dos adeptos.E se, como disse inicialmente, apesar deste não ter sido o título conseguido com maior brilhantismo (o Porto não foi, ao contrário de outras épocas, inequivocamente superior aos seus adversários directos ou jogou um futebol espectacular) este foi, no entanto, um dos mais importantes títulos conquistados nos últimos anos.Porquê?A exemplo de alguns clubes europeus de média dimensão (quando comparados com Reais Madrid´s, Chelseas e que tais) às grandes conquistas seguem-se períodos de seca. Isto deve-se ao facto de não conseguirem manter as suas principais estrelas, vendo-se assim obrigados a vendê-los aos gigantes. Natural. O Ajax, há anos que fornece os grandes europeus, e se a nível externo o clube funciona por ciclos, internamente, nunca deixa de lutar pelo título, mais, a saída das estrelas da equipa representa sempre a entrada de novos e talentosos jogadores formados no clube.No Porto, esta transição não foi feita. Comprou-se mal, geriu-se mal, esbanjou-se muito. Ainda de bicos de pés pelas duas fabulosas e incontestáveis vitórias conquistadas em duas épocas o Porto julgou que poderia manter esse nível competitivo nos anos seguintes. A uma enxurrada de jogadores, de qualidade muito duvidosa e comprados a preços astronómicos (recordo-me, por exemplo, de Luis Fabiano) até à mudança de treinadores (3 numa época, nunca antes visto num clube que é também conhecido por ser extremamente protector dos seus treinadores) os erros foram mais que muitos e a estratégia aparentemente inexistente.Num clube habituado, muito habituado mesmo, a ganhar, mais uma época sem vencer o campeonato, ainda para mais com uma campanha europeia desastrosa, poderia aumentar alguns focos de instabilidade que o clube inéditamente viveu no decorrer deste ano – a separação da SAD com os Super-Dragões e dos adeptos com estes últimos disso é exemplo.Nota Final:Não posso deixar de falar aqui no grande Jorge Costa, um verdadeiro símbolo do clube e um modelo de pura raça e coragem. Hoje, se calhar mais do que qualquer um, devias estar aqui a comemorar este título. Espero que voltes rapidamente.

Apesar de para a história isso pouco contar, o recente título do FC Porto não foi, nem de perto nem de longe, dos mais brilhantes do seu palmarés.Com um futebol bastante ofensivo e dinâmico, o Porto de Co Adriannse cedo conquistou os adeptos nortenhos, ávidos de bom futebol e vitórias. Mas cedo também se notou que essa superioridade era ilusória – Se por um lado a equipa exibia classe frente a adversários mais fracos, contra adversários menos fracos (Rangers, Artmédia, etc) demonstrou uma debilidade preocupante.Mais evidentes se tornaram estes problemas com a escandalosa eliminação na liga dos campeões, com um grupo extremamente acessível. No jogo contra o Artmédia, em casa, quando a equipa vencia por 2-0 e que acabou por perder por 3-2, ficou bem patente o lado mais negro da equipa: Ingénua, fraca psicologicamente e desequilibrada tacticamente.Por estranho que pareça, esta forte machadada nas ambições desportivas acabaram por trazer consequências muito positivas. Co Adriannse (qual Scolari) apercebeu-se (Finalmente!) que jogar contra o Setúbal e Gil Vicente é bem diferente de jogar contra outros clubes, e adoptou uma postura de jogo mais rigorosa e competitiva – ajustando por vezes a equipa nos jogos mais importantes (como o fez contra o Sporting).Curiosamente, e depois de ter sido acusado de não conseguir vencer nenhum dos embates contra adversários da mesma dimensão, é em dois destes jogos que o FC Porto ganha a época; é certo que foram os dois contra o Sporting (já destinado a estas coisas), mas, se no primeiro, para a taça, o Porto teve a sorte do jogo – num jogo em que, na minha opinião os Leões foram muitas vezes superiores – No jogo para o campeonato, em que o Sporting tinha obrigatoriamente de vencer, vimos um Porto extremamente sólido que, sem deslumbrar, não permitiu, sequer, que o adversário se acercasse da sua grande área.Pela primeira vez na época, num jogo a doer, os dragões deixavam de lado os sentimentos nostálgicos e paravam finalmente de sonhar com Mourinho, Deco & Companhia.O Porto conquistara em Alvalade, não só os 3 pontos mais importantes do campeonato e consequentemente o título, mas também a maioridade.Depois de uma relação extremamente atribulada, e sabemos como estas coisas sempre serão extremamente voláteis, esta equipa (treinador incluído) conquista, com todo o mérito, o coração dos adeptos.E se, como disse inicialmente, apesar deste não ter sido o título conseguido com maior brilhantismo (o Porto não foi, ao contrário de outras épocas, inequivocamente superior aos seus adversários directos ou jogou um futebol espectacular) este foi, no entanto, um dos mais importantes títulos conquistados nos últimos anos.Porquê?A exemplo de alguns clubes europeus de média dimensão (quando comparados com Reais Madrid´s, Chelseas e que tais) às grandes conquistas seguem-se períodos de seca. Isto deve-se ao facto de não conseguirem manter as suas principais estrelas, vendo-se assim obrigados a vendê-los aos gigantes. Natural. O Ajax, há anos que fornece os grandes europeus, e se a nível externo o clube funciona por ciclos, internamente, nunca deixa de lutar pelo título, mais, a saída das estrelas da equipa representa sempre a entrada de novos e talentosos jogadores formados no clube.No Porto, esta transição não foi feita. Comprou-se mal, geriu-se mal, esbanjou-se muito. Ainda de bicos de pés pelas duas fabulosas e incontestáveis vitórias conquistadas em duas épocas o Porto julgou que poderia manter esse nível competitivo nos anos seguintes. A uma enxurrada de jogadores, de qualidade muito duvidosa e comprados a preços astronómicos (recordo-me, por exemplo, de Luis Fabiano) até à mudança de treinadores (3 numa época, nunca antes visto num clube que é também conhecido por ser extremamente protector dos seus treinadores) os erros foram mais que muitos e a estratégia aparentemente inexistente.Num clube habituado, muito habituado mesmo, a ganhar, mais uma época sem vencer o campeonato, ainda para mais com uma campanha europeia desastrosa, poderia aumentar alguns focos de instabilidade que o clube inéditamente viveu no decorrer deste ano – a separação da SAD com os Super-Dragões e dos adeptos com estes últimos disso é exemplo.Nota Final:Não posso deixar de falar aqui no grande Jorge Costa, um verdadeiro símbolo do clube e um modelo de pura raça e coragem. Hoje, se calhar mais do que qualquer um, devias estar aqui a comemorar este título. Espero que voltes rapidamente.

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