Morreu João Bénard da Costa

11-02-2011
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A Cinemateca Portuguesa anunciou em comunicado que o corpo do seu director, João Bénard da Costa, estará na Igreja de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, ao final da tarde de hoje. Numa última homenagem ao cinéfilo que dirigiu a instituição desde 1991 (e que era membro da direcção desde 1980), a Cinemateca – que suspende hoje as suas sessões – vai projectar, em data e hora a anunciar, o filme da vida de Bénard: Johnny Guitar, de Nicholas Ray. Num inquérito de jornal em que lhe pediam para dizer qual o seu filme preferido, Bénard respondia: Johnny Guitar, de Nicholas Ray; porque era ele; porque era eu”.

“Os filmes da sua vida e o seu filme da vida não se distinguiam, e traziam sempre ecos afectivos, memórias culturais, reflexos dos debates que também viveu”, escreve a direcção da Cinemateca no comunicado. “João Bénard da Costa viu muitos filmes, todos os filmes, uma vida inteira de filmes, mas também via sempre filmes que mais ninguém via, porque neles descrevia o que lá estava e não estava, isto é, aquilo que não era aparente e óbvio antes de o lermos nos seus textos”.

O texto recorda também que Bénard “sempre deu a ver os filmes que amava e os outros também, porque a História do Cinema é inclusiva e não exclusiva”. E sublinha que ao longo das três décadas em que foi subdirector e depois director da Cinemateca “nunca abandonou esse credo fundamental de dar a ver e de ensinar como se vê. De descobrir e dar a descobrir”.

No início deste ano, Bénard da Costa foi submetido a uma operação a um cancro.

Bénard da Costa, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, foi um dos fundadores da revista "O Tempo e o Modo", dirigiu o Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e presidia à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal. Dedicou-se ainda à crítica e ao ensaio, tendo participado como actor em vários filmes, grande parte dos quais de Manoel de Oliveira. Pelo trabalho à frente da Cinemateca, Bénard da Costa foi condecorado em Setembro passado pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, com a medalha de mérito cultural.

Na última crónica que escreveu para o PÚBLICO, datada de 7 de Dezembro de 2008, João Bénard da Costa refere, em tom autobiográfico, já no final do texto, intitulado "Tempo Turvo: regresso a Cristina Campo": "Nesta crónica, se falei noutra coisa, foi só porque me distraí muito. Dos meus defeitos, talvez seja o maior".

Reacções de pesar sucedem-se

O presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC) classificou hoje de "perda irreparável" a morte de João Bénard da Costa, apontando-o como "uma referência fundamental da cultura portuguesa". Guilherme d´Oliveira Martins recordou que Bénard da Costa foi "um dirigente activo" do CNC no princípio dos anos 1970 e um "grande escritor". "Era um homem de talento e sabedoria", sublinhou, lembrando ainda que foi, com Alçada Baptista, "uma das almas da revista 'O Tempo e o Modo'".

"A Cinemateca Portuguesa foi a sua paixão. Legou-nos aí um trabalho fundamental", disse ainda, indicando que a "melhor homenagem que lhe devemos é não deixar cair os seus projectos ligados à aproximação do público em relação à história do cinema, que se confunde com a história do mundo no último século. Os seus textos sobre literatura e sobre as artes são referências. Era um grande amigo".

A Cinemateca Portuguesa anunciou em comunicado que o corpo do seu director, João Bénard da Costa, estará na Igreja de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, ao final da tarde de hoje. Numa última homenagem ao cinéfilo que dirigiu a instituição desde 1991 (e que era membro da direcção desde 1980), a Cinemateca – que suspende hoje as suas sessões – vai projectar, em data e hora a anunciar, o filme da vida de Bénard: Johnny Guitar, de Nicholas Ray. Num inquérito de jornal em que lhe pediam para dizer qual o seu filme preferido, Bénard respondia: Johnny Guitar, de Nicholas Ray; porque era ele; porque era eu”.

“Os filmes da sua vida e o seu filme da vida não se distinguiam, e traziam sempre ecos afectivos, memórias culturais, reflexos dos debates que também viveu”, escreve a direcção da Cinemateca no comunicado. “João Bénard da Costa viu muitos filmes, todos os filmes, uma vida inteira de filmes, mas também via sempre filmes que mais ninguém via, porque neles descrevia o que lá estava e não estava, isto é, aquilo que não era aparente e óbvio antes de o lermos nos seus textos”.

O texto recorda também que Bénard “sempre deu a ver os filmes que amava e os outros também, porque a História do Cinema é inclusiva e não exclusiva”. E sublinha que ao longo das três décadas em que foi subdirector e depois director da Cinemateca “nunca abandonou esse credo fundamental de dar a ver e de ensinar como se vê. De descobrir e dar a descobrir”.

No início deste ano, Bénard da Costa foi submetido a uma operação a um cancro.

Bénard da Costa, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, foi um dos fundadores da revista "O Tempo e o Modo", dirigiu o Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e presidia à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal. Dedicou-se ainda à crítica e ao ensaio, tendo participado como actor em vários filmes, grande parte dos quais de Manoel de Oliveira. Pelo trabalho à frente da Cinemateca, Bénard da Costa foi condecorado em Setembro passado pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, com a medalha de mérito cultural.

Na última crónica que escreveu para o PÚBLICO, datada de 7 de Dezembro de 2008, João Bénard da Costa refere, em tom autobiográfico, já no final do texto, intitulado "Tempo Turvo: regresso a Cristina Campo": "Nesta crónica, se falei noutra coisa, foi só porque me distraí muito. Dos meus defeitos, talvez seja o maior".

Reacções de pesar sucedem-se

O presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC) classificou hoje de "perda irreparável" a morte de João Bénard da Costa, apontando-o como "uma referência fundamental da cultura portuguesa". Guilherme d´Oliveira Martins recordou que Bénard da Costa foi "um dirigente activo" do CNC no princípio dos anos 1970 e um "grande escritor". "Era um homem de talento e sabedoria", sublinhou, lembrando ainda que foi, com Alçada Baptista, "uma das almas da revista 'O Tempo e o Modo'".

"A Cinemateca Portuguesa foi a sua paixão. Legou-nos aí um trabalho fundamental", disse ainda, indicando que a "melhor homenagem que lhe devemos é não deixar cair os seus projectos ligados à aproximação do público em relação à história do cinema, que se confunde com a história do mundo no último século. Os seus textos sobre literatura e sobre as artes são referências. Era um grande amigo".

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