À chantagem retórica de Jorge Costa devemos perguntar: O voto em Alegre tem poder?

21-01-2011
marcar artigo

Jorge Costa é um hábil político de aparelho. Se o partido a que pertence fosse um ser vivo, este abnegado militante seria a sua febre, o seu inchaço. Antes de qualquer infecção ou derrame gerar males maiores, Jorge Costa apita, dando o alerta. Transforma derrames em hematomas e tenta baixar o risco de temperaturas convulsas com poderosos anti-inflamatórios e violentos antibióticos. Com Jorge Costa o corpo recupera nem que seja por via da necrose.

O seu mais recente grito de guerra diz-nos alguma coisa sobre o estado do seu partido, ainda que por linhas travessas, e muito sobre a força da candidatura presidencial que co-dirige. No meio do barulho há porém uma boa notícia. A esquerda alegre passou a ter outro tema de campanha que não se esgota em Cavaco Silva, e o voto em branco (os nulos e a abstenção) passou a ser o alvo da sua ira.

Apavorado com o poder do voto em branco, Jorge Costa pergunta se o voto em branco tem poder, para de seguida acusar que quem não se convence das candidaturas existentes está a votar em Cavaco Silva. Jorge Costa, que parece perder demasiado tempo com algo tão inócuo, deixa entender que na verdade é este o grande concorrente do candidato do BE, do PS e do governo, mesmo sem levar a campanha para as ruas e sem ter os milhares de euros que os outros têm para o deboche. Por isso os seus adeptos cool têm passado os dias à volta do assunto e por isso também Jorge Costa, entre outros allegros mais vivace, cirandam por todas as esquinas a gritar dramáticos alertas cor-de-rosa.

Ao contrário do que afirma, não “são apenas uma expressão vazia” e ao contrário do que garante, o voto branco também funciona para quem quer tomar posição na luta social e política. Jorge Costa acusa que “à esquerda, o apelo ao voto branco é uma desistência absoluta” porque sabe que a esquerda grande que defende acabou por fazer com que tivesse que organizar uma campanha de direita, com José Sócrates à cabeça da arruada. Se a ideia é traduzir em actos o avanço de Cavaco, estou certo que o senhor Silva terá mais a agradecer a quem lhe facilitou o caminho da vitória, do que à queles que decidam usar do poder de não fazer parte da palhaçada. É a natureza das alternativas, em particular daquela que representa, que tornou a segunda volta irrelevante, não só por sabermos que não poderá derrotar Cavaco, como ainda que se o fizesse, estaria apenas disposta em ser o garante da estabilidade política e o domador da instabilidade social.

A insistência nesta chantagem só pretende dissimular o erro sem perceber que com esta demagogia a única coisa que estão a conseguir é aumentar ainda mais a profundidade do poço para onde se atiraram tão convictamente.

Ver o vídeo do melhor momento da campanha do Alegre, até ao momento.

Jorge Costa é um hábil político de aparelho. Se o partido a que pertence fosse um ser vivo, este abnegado militante seria a sua febre, o seu inchaço. Antes de qualquer infecção ou derrame gerar males maiores, Jorge Costa apita, dando o alerta. Transforma derrames em hematomas e tenta baixar o risco de temperaturas convulsas com poderosos anti-inflamatórios e violentos antibióticos. Com Jorge Costa o corpo recupera nem que seja por via da necrose.

O seu mais recente grito de guerra diz-nos alguma coisa sobre o estado do seu partido, ainda que por linhas travessas, e muito sobre a força da candidatura presidencial que co-dirige. No meio do barulho há porém uma boa notícia. A esquerda alegre passou a ter outro tema de campanha que não se esgota em Cavaco Silva, e o voto em branco (os nulos e a abstenção) passou a ser o alvo da sua ira.

Apavorado com o poder do voto em branco, Jorge Costa pergunta se o voto em branco tem poder, para de seguida acusar que quem não se convence das candidaturas existentes está a votar em Cavaco Silva. Jorge Costa, que parece perder demasiado tempo com algo tão inócuo, deixa entender que na verdade é este o grande concorrente do candidato do BE, do PS e do governo, mesmo sem levar a campanha para as ruas e sem ter os milhares de euros que os outros têm para o deboche. Por isso os seus adeptos cool têm passado os dias à volta do assunto e por isso também Jorge Costa, entre outros allegros mais vivace, cirandam por todas as esquinas a gritar dramáticos alertas cor-de-rosa.

Ao contrário do que afirma, não “são apenas uma expressão vazia” e ao contrário do que garante, o voto branco também funciona para quem quer tomar posição na luta social e política. Jorge Costa acusa que “à esquerda, o apelo ao voto branco é uma desistência absoluta” porque sabe que a esquerda grande que defende acabou por fazer com que tivesse que organizar uma campanha de direita, com José Sócrates à cabeça da arruada. Se a ideia é traduzir em actos o avanço de Cavaco, estou certo que o senhor Silva terá mais a agradecer a quem lhe facilitou o caminho da vitória, do que à queles que decidam usar do poder de não fazer parte da palhaçada. É a natureza das alternativas, em particular daquela que representa, que tornou a segunda volta irrelevante, não só por sabermos que não poderá derrotar Cavaco, como ainda que se o fizesse, estaria apenas disposta em ser o garante da estabilidade política e o domador da instabilidade social.

A insistência nesta chantagem só pretende dissimular o erro sem perceber que com esta demagogia a única coisa que estão a conseguir é aumentar ainda mais a profundidade do poço para onde se atiraram tão convictamente.

Ver o vídeo do melhor momento da campanha do Alegre, até ao momento.

marcar artigo