O Monárquico

03-08-2010
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Especial Bruce WillisA Estranha Perfeita - The Perfect StrangerRowena Price (Halle Berry) é uma destemida repórter de um jornal nova-iorquino. Quando a sua investigação sobre um senador homossexual é abafada, demite-se e começa a trabalhar no sórdido assassinato da sua melhor amiga. E o dono de uma agência de publicidade, Harrison Hill (Bruce Willis), é o principal suspeito.A crítica americana tem dois ódios de estimação: um pelo Bruce Willis, que vem desde o tempo em que o actor passou da televisão para o cinema – transformação normalmente maldita na meca do cinema; outro por Halle Berry, por não fazer nenhum papel sério desde que se tornou a primeira actriz negra a ganhar o óscar principal – optou por papéis juvenis, descartáveis e financeiramente rentáveis.Este filme começa por ser interessante exactamente por juntar Willis e Berry, um par imprevisível, mas juntos na falta de sorte recente. Como seria de esperar, a crítica massacrou o filme, o argumento e os actores. No entanto, foi extremamente injusta, porque Bruce Willis tem aqui umas das melhores interpretações da sua carreira, num papel diferente do habitual polícia duro, mas que lhe assenta como uma luva: o de empresário implacável, bem sucedido e mulherengo. Por sua vez, Halle Berry mostra a excelente actriz que é, num esforço que merecia a redenção. Por último, Giovanni Ribisi demonstra porque é que é um dos jovens actores mais requisitados do momento, não deixando que a sua personagem seja simplesmente secundária e elevando-a alguns degraus, como fez em “Lost in Translation”.O argumento tem muitas qualidades, criando um policial rico em suspense e capaz de prender os espectadores do primeiro ao último minuto. O seu principal aliado é a realização brilhante de James Foley, exponencializando as melhores virtudes da história e capitalizando o trabalho dos actores.________________________________________________16 BlocksUm polícia envelhecido (Bruce Willis na foto) tem a tarefa rotineira de levar uma testemunha (Mos Def) a um tribunal, a 16 quarteirões de distância da esquadra. No entanto, há forças dentro da própria policia que tentarão dissuadi-lo.Bruce Willis regressa aos grandes filmes de acção, num papel que já está habituado e que repete, depois dos “Die Hard’s” e “Fúria do Último Escuteiro”, o de polícia incorruptível. Richard Donner realiza e cumpre plenamente, fazendo um filme de entretenimento a nível das produções anteriores de Willis e da “Arma Mortífera”. Outro aspecto positivo é a participação de David Morse, que aparece sempre como actor secundário, tanto na televisão como no “grande écran”, mas sempre cumprindo de forma exemplar a sua tarefa. O pior do filme é a voz de Mos Def, provavelmente a mais irritante da história do cinema e que nunca se cala.O filme decorre praticamente em tempo real, o que só abona em favor do argumento e da produção. As cenas são quase todas electrizantes e conseguem agarrar o público. Outra coisa não seria de esperar de Donner ou de Willis. Aspecto particularmente interessante é a forma como este último se apresenta desde a primeira cena: decadente e cansado - mais ainda do que em “Unbreakable”, com um visual a roçar o ridículo e sem o aspecto de herói a que nos habituou – interpreto isto como uma prova de humildade eficaz e serena, que neste “16 Blocks” resulta na perfeição.


Especial Bruce WillisA Estranha Perfeita - The Perfect StrangerRowena Price (Halle Berry) é uma destemida repórter de um jornal nova-iorquino. Quando a sua investigação sobre um senador homossexual é abafada, demite-se e começa a trabalhar no sórdido assassinato da sua melhor amiga. E o dono de uma agência de publicidade, Harrison Hill (Bruce Willis), é o principal suspeito.A crítica americana tem dois ódios de estimação: um pelo Bruce Willis, que vem desde o tempo em que o actor passou da televisão para o cinema – transformação normalmente maldita na meca do cinema; outro por Halle Berry, por não fazer nenhum papel sério desde que se tornou a primeira actriz negra a ganhar o óscar principal – optou por papéis juvenis, descartáveis e financeiramente rentáveis.Este filme começa por ser interessante exactamente por juntar Willis e Berry, um par imprevisível, mas juntos na falta de sorte recente. Como seria de esperar, a crítica massacrou o filme, o argumento e os actores. No entanto, foi extremamente injusta, porque Bruce Willis tem aqui umas das melhores interpretações da sua carreira, num papel diferente do habitual polícia duro, mas que lhe assenta como uma luva: o de empresário implacável, bem sucedido e mulherengo. Por sua vez, Halle Berry mostra a excelente actriz que é, num esforço que merecia a redenção. Por último, Giovanni Ribisi demonstra porque é que é um dos jovens actores mais requisitados do momento, não deixando que a sua personagem seja simplesmente secundária e elevando-a alguns degraus, como fez em “Lost in Translation”.O argumento tem muitas qualidades, criando um policial rico em suspense e capaz de prender os espectadores do primeiro ao último minuto. O seu principal aliado é a realização brilhante de James Foley, exponencializando as melhores virtudes da história e capitalizando o trabalho dos actores.________________________________________________16 BlocksUm polícia envelhecido (Bruce Willis na foto) tem a tarefa rotineira de levar uma testemunha (Mos Def) a um tribunal, a 16 quarteirões de distância da esquadra. No entanto, há forças dentro da própria policia que tentarão dissuadi-lo.Bruce Willis regressa aos grandes filmes de acção, num papel que já está habituado e que repete, depois dos “Die Hard’s” e “Fúria do Último Escuteiro”, o de polícia incorruptível. Richard Donner realiza e cumpre plenamente, fazendo um filme de entretenimento a nível das produções anteriores de Willis e da “Arma Mortífera”. Outro aspecto positivo é a participação de David Morse, que aparece sempre como actor secundário, tanto na televisão como no “grande écran”, mas sempre cumprindo de forma exemplar a sua tarefa. O pior do filme é a voz de Mos Def, provavelmente a mais irritante da história do cinema e que nunca se cala.O filme decorre praticamente em tempo real, o que só abona em favor do argumento e da produção. As cenas são quase todas electrizantes e conseguem agarrar o público. Outra coisa não seria de esperar de Donner ou de Willis. Aspecto particularmente interessante é a forma como este último se apresenta desde a primeira cena: decadente e cansado - mais ainda do que em “Unbreakable”, com um visual a roçar o ridículo e sem o aspecto de herói a que nos habituou – interpreto isto como uma prova de humildade eficaz e serena, que neste “16 Blocks” resulta na perfeição.

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