O Monárquico

03-08-2010
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Modelo teórico simplificado sobre as presidenciais A questão do candidato monárquico Vou fazer uma análise, através de um modelo simplificado assente no processo democrático imperfeito existente na sociedade portuguesa. Em primeiro lugar, coloco os seguintes pressupostos óbvios: existirão dois candidatos fortes, do PS e PSD, com hipótese real de serem eleitos; existirá ainda um terceiro candidato da esquerda com alguma notoriedade, que na segunda volta apoiará o candidato do PS; os três candidatos referidos falarão basicamente dos mesmos temas; a comunicação social dará especial relevo aos dois candidatos mais fortes e o terceiro candidato ficará aquém das expectativas de voz mediática; os restantes candidatos raramente serão chamados a debates e terão uma visibilidade global quase nula.
Problemas de um candidato monárquico:
- dificuldade em fazer entender ao povo português da contradição subjacente à sua candidatura a um lugar republicano;
- falta de consenso interno, por causa das divisões óbvias e extensas no seio da monarquia portuguesa, com muitos monárquicos a demarcarem-se logo de ínicio da candidatura;
- acusações de tentativa de protagonismo pessoal;
- falta de uma ideologia única partilhada por todos os monárquicos;
- dificuldade em arranjar assinaturas suficientes para ser candidato oficial;
- voto útil nos dois candidatos mais fortes trará uma votação insignificante;
- dificuldade em ser escutado pelo povo português, pela falta de cobertura mediática;
- falta de apoio mínimo na maioria dos distritos do país;
- falta de fundos para uma campanha minimamente visível, incluindo colocar pessoas a ouvir o candidato numa conferência;
- falta de uma estratégia nacional;
- outras dificuldades inerentes a um candidato sem apoios de nenhum grupo económico, ou partido;
A relevância de um “outsider” será tanto maior:
- quanto maior a distância perante a posição dos outros candidatos;
- quanto maior importância e pertinência tiver o seu discurso central;
- quanto mais apoios tiver por parte das minorias nacionais;
- quanto maior simpatia ganhar junto de “lobbies” e grupos de interesse;
- quanto maior a preparação ideológica, cultural e intelectual do candidato;
- quanto maior a flexibilidade, força e disponibilidade para passar a mensagem em qualquer lugar e hora;
Para além de tudo isto, teria de ser uma pessoa com carisma, personalidade, convicção e coragem, apta a despojar-se de pensamentos individualistas, capaz de se abstrair dos seus problemas pessoais, sem gosto pelo protagonismo, habituada a falar em público, sem nada a ganhar (pessoalmente) com as eleições.
Diogo Dantas


Modelo teórico simplificado sobre as presidenciais A questão do candidato monárquico Vou fazer uma análise, através de um modelo simplificado assente no processo democrático imperfeito existente na sociedade portuguesa. Em primeiro lugar, coloco os seguintes pressupostos óbvios: existirão dois candidatos fortes, do PS e PSD, com hipótese real de serem eleitos; existirá ainda um terceiro candidato da esquerda com alguma notoriedade, que na segunda volta apoiará o candidato do PS; os três candidatos referidos falarão basicamente dos mesmos temas; a comunicação social dará especial relevo aos dois candidatos mais fortes e o terceiro candidato ficará aquém das expectativas de voz mediática; os restantes candidatos raramente serão chamados a debates e terão uma visibilidade global quase nula.
Problemas de um candidato monárquico:
- dificuldade em fazer entender ao povo português da contradição subjacente à sua candidatura a um lugar republicano;
- falta de consenso interno, por causa das divisões óbvias e extensas no seio da monarquia portuguesa, com muitos monárquicos a demarcarem-se logo de ínicio da candidatura;
- acusações de tentativa de protagonismo pessoal;
- falta de uma ideologia única partilhada por todos os monárquicos;
- dificuldade em arranjar assinaturas suficientes para ser candidato oficial;
- voto útil nos dois candidatos mais fortes trará uma votação insignificante;
- dificuldade em ser escutado pelo povo português, pela falta de cobertura mediática;
- falta de apoio mínimo na maioria dos distritos do país;
- falta de fundos para uma campanha minimamente visível, incluindo colocar pessoas a ouvir o candidato numa conferência;
- falta de uma estratégia nacional;
- outras dificuldades inerentes a um candidato sem apoios de nenhum grupo económico, ou partido;
A relevância de um “outsider” será tanto maior:
- quanto maior a distância perante a posição dos outros candidatos;
- quanto maior importância e pertinência tiver o seu discurso central;
- quanto mais apoios tiver por parte das minorias nacionais;
- quanto maior simpatia ganhar junto de “lobbies” e grupos de interesse;
- quanto maior a preparação ideológica, cultural e intelectual do candidato;
- quanto maior a flexibilidade, força e disponibilidade para passar a mensagem em qualquer lugar e hora;
Para além de tudo isto, teria de ser uma pessoa com carisma, personalidade, convicção e coragem, apta a despojar-se de pensamentos individualistas, capaz de se abstrair dos seus problemas pessoais, sem gosto pelo protagonismo, habituada a falar em público, sem nada a ganhar (pessoalmente) com as eleições.
Diogo Dantas

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