Especial Cinema - Hannibal RisingDoença com vários sintomas de obra-prima, que nos vai contagiando cada vez mais desde o primeiro minuto. No final estamos já completamente imersos numa febre que desejamos não terminar. A morbidez dos assassínios consegue ter uma dimensão perfeitamente lasciva e quase legitimadora, mesmo para o espectador mais normal. E não é preciso ser-se criminólogo para se apreciar e analizar apaixonadamente a personalidade de Hannibal Lecter.O filme começa por desiludir ao dar uma explicação racional para a bestialidade de Hannibal, mas os vários elementos com que vamos sendo envolvidos ao longo da fita, conseguem que essa justificação peça uma abordagem muito mais complexa e sombria. Aliás, “A origem do mal”, a tradução para português, é como de costume lastimável. Os espanhóis foram pelo mesmo erro. A intenção do autor parece ser como "o início", não centrado na explicação original sobre o carácter psicopatológico de Lecter.A obra resulta principalmente por duas razões: o argumento adaptado foi escrito pelo mesmo homem que assinou o livro, conferindo-lhe inteira legitimidade para interpretar as cenas da melhor forma possível; em segundo lugar, a realização é completamente fiel ao espírito e letra do argumento, mediante a labuta de um pedreiro que esculpe a escrupulosamente a pedra de maneira matemática.Depois nota-se que os responsáveis, Thomas Harris (escritor) e Peter Webber (realizador), fazem este Hannibal Rising com imensa paixão e admiração pelo persongem a que Anthony Hopkins deu vida há alguns anos atrás. E este estado de alma é, em qualquer ofício, responsável pelas grandes realizações do espírito humano. O resultado é infinitamente melhor do que a produção “hollywoodesca”, com maior sensibilidade, talento e qualidade. Imperdível.
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Especial Cinema - Hannibal RisingDoença com vários sintomas de obra-prima, que nos vai contagiando cada vez mais desde o primeiro minuto. No final estamos já completamente imersos numa febre que desejamos não terminar. A morbidez dos assassínios consegue ter uma dimensão perfeitamente lasciva e quase legitimadora, mesmo para o espectador mais normal. E não é preciso ser-se criminólogo para se apreciar e analizar apaixonadamente a personalidade de Hannibal Lecter.O filme começa por desiludir ao dar uma explicação racional para a bestialidade de Hannibal, mas os vários elementos com que vamos sendo envolvidos ao longo da fita, conseguem que essa justificação peça uma abordagem muito mais complexa e sombria. Aliás, “A origem do mal”, a tradução para português, é como de costume lastimável. Os espanhóis foram pelo mesmo erro. A intenção do autor parece ser como "o início", não centrado na explicação original sobre o carácter psicopatológico de Lecter.A obra resulta principalmente por duas razões: o argumento adaptado foi escrito pelo mesmo homem que assinou o livro, conferindo-lhe inteira legitimidade para interpretar as cenas da melhor forma possível; em segundo lugar, a realização é completamente fiel ao espírito e letra do argumento, mediante a labuta de um pedreiro que esculpe a escrupulosamente a pedra de maneira matemática.Depois nota-se que os responsáveis, Thomas Harris (escritor) e Peter Webber (realizador), fazem este Hannibal Rising com imensa paixão e admiração pelo persongem a que Anthony Hopkins deu vida há alguns anos atrás. E este estado de alma é, em qualquer ofício, responsável pelas grandes realizações do espírito humano. O resultado é infinitamente melhor do que a produção “hollywoodesca”, com maior sensibilidade, talento e qualidade. Imperdível.