O Monárquico

03-08-2010
marcar artigo


Nome de código: CloverfieldNunca visitei Nova Iorque, mas como dizem (e cantam) Paul Simon e Art Garfunkel, “New York, Like a scene from all those movies, but you’re real enough to me”. Depois de todos os filmes, sinto conhecer bem Manhattan, as suas ruas e bairros, o Central Park, as suas pontes e esconderijos.Este filme é sobre uma situação apocalíptica em Manhattan, onde um gigantesco monstro ataca e se prepara para destruir toda a cidade. O objectivo é também metafórico, fazendo um paralelismo com todos os ataques terroristas a que a “Big Apple” tem sido sujeita nos últimos tempos. Um pouco distanciados do “11 de Setembro”, os espectadores são levados a recordar aquele dia fatídico e a desenterrar memórias terríveis. E é, portanto, a meu ver de profundo mau gosto esta produção, mas entendo que esta é uma forma terapêutica de exorcizar os males do “país do cinema” e do exibicionismo.Quando comecei a ver este filme, lembrei-me porque nunca vi o “Blairwitch Project”. Só o deve ver quem não enjoa com as câmaras amadoras, que tremem a todo o momento, se viram repentinamente e não acompanham totamente o enquadramento do cenário - mesmo para quem gosta, deve ser extremamente cansativo acompanhá-lo desta forma. Muitos dos cinemas norte-americanos colocaram cartazes à entrada a dizer, “Warning: hand held camera movements may cause motion sickness”.Filmar o filme desta maneira é uma boa forma de reduzir os custos e disfarçar a falta de qualidade dos efeitos especiais e os potenciais defeitos duma produção. Ora bem, o que não parece faltar a este filme é exactamente o esbanjamento de dinheiro nos mais avançados truques tecnológicos. Por isso é uma contradição, um risco muito discutivelmente conseguido, porque em qualquer circunstância é no mínimo . Aliás, é um trabalho que foi obviamente muito bem planeado, cena a cena, mais do que numa obra de cinema “normal”.Os actores não são conhecidos (com experiências anteriores só em televisão) e não será por aqui que alcançarão a fama, porque este tipo de filmagem não beneficia em nada o trabalho dos actores. O realizador chama-se Matt Reeves e é um nome a (não) fixar, até porque acredito firmemente que toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade.


Nome de código: CloverfieldNunca visitei Nova Iorque, mas como dizem (e cantam) Paul Simon e Art Garfunkel, “New York, Like a scene from all those movies, but you’re real enough to me”. Depois de todos os filmes, sinto conhecer bem Manhattan, as suas ruas e bairros, o Central Park, as suas pontes e esconderijos.Este filme é sobre uma situação apocalíptica em Manhattan, onde um gigantesco monstro ataca e se prepara para destruir toda a cidade. O objectivo é também metafórico, fazendo um paralelismo com todos os ataques terroristas a que a “Big Apple” tem sido sujeita nos últimos tempos. Um pouco distanciados do “11 de Setembro”, os espectadores são levados a recordar aquele dia fatídico e a desenterrar memórias terríveis. E é, portanto, a meu ver de profundo mau gosto esta produção, mas entendo que esta é uma forma terapêutica de exorcizar os males do “país do cinema” e do exibicionismo.Quando comecei a ver este filme, lembrei-me porque nunca vi o “Blairwitch Project”. Só o deve ver quem não enjoa com as câmaras amadoras, que tremem a todo o momento, se viram repentinamente e não acompanham totamente o enquadramento do cenário - mesmo para quem gosta, deve ser extremamente cansativo acompanhá-lo desta forma. Muitos dos cinemas norte-americanos colocaram cartazes à entrada a dizer, “Warning: hand held camera movements may cause motion sickness”.Filmar o filme desta maneira é uma boa forma de reduzir os custos e disfarçar a falta de qualidade dos efeitos especiais e os potenciais defeitos duma produção. Ora bem, o que não parece faltar a este filme é exactamente o esbanjamento de dinheiro nos mais avançados truques tecnológicos. Por isso é uma contradição, um risco muito discutivelmente conseguido, porque em qualquer circunstância é no mínimo . Aliás, é um trabalho que foi obviamente muito bem planeado, cena a cena, mais do que numa obra de cinema “normal”.Os actores não são conhecidos (com experiências anteriores só em televisão) e não será por aqui que alcançarão a fama, porque este tipo de filmagem não beneficia em nada o trabalho dos actores. O realizador chama-se Matt Reeves e é um nome a (não) fixar, até porque acredito firmemente que toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade.

marcar artigo