O Monárquico

03-08-2010
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Gente do Norte - “...Aquele homem do norte, muito dedicado ao Rei D. Carlos – o Martins da Rocha.
- Quem é?
- É um homem que El-Rei D. Carlos, quando passou em Trás-os-Montes, encontrou a pescar trutas no Rio Tinhela e a quem tirou um Kodak, a ele e à filha. Havia muito que Martins da Rocha era amigo de El-Rei e quando morreu o Senhor D. Carlos apresentou-se em Lisboa e nunca mais saiu de ao pé dos cadáveres, que velou, como pessoa de família. No dia da aclamação de El-Rei D. Manuel, ofereceu-se para ir disfarçado de trintanário, no coche real, para defender o Rei se alguém se aproximasse. Não foi aceite o oferecimento, mas ele acompanhou o coche durante todo o trajecto. E agora mal soube da revolução veio por aí abaixo e lá foi ter a Mafra, com as algibeiras cheias de dinheiro e, por bagagem, um panamá e um revólver. No dia seguinte, seriam nove da manhã, alguém fora do paço me mandou chamar e me comunicou que estava proclamada a República e hasteada a bandeira verde e encarnada na Câmara Municipal.”
In “O Embarque – Um Dia Na História De Portugal”, por D. Tomas de Mello Breyner, 4.º Conde de Mafra
Descobri recentemente este livro e não resisti a fazer uma pequena transcrição, por duas razões: a primeira, para realçar o eterno voluntarismo, a força altruísta e a raça das gentes do Norte ; a segunda, porque o Senhor Martins da Rocha em questão é meu bisavô. Diogo Dantas


Gente do Norte - “...Aquele homem do norte, muito dedicado ao Rei D. Carlos – o Martins da Rocha.
- Quem é?
- É um homem que El-Rei D. Carlos, quando passou em Trás-os-Montes, encontrou a pescar trutas no Rio Tinhela e a quem tirou um Kodak, a ele e à filha. Havia muito que Martins da Rocha era amigo de El-Rei e quando morreu o Senhor D. Carlos apresentou-se em Lisboa e nunca mais saiu de ao pé dos cadáveres, que velou, como pessoa de família. No dia da aclamação de El-Rei D. Manuel, ofereceu-se para ir disfarçado de trintanário, no coche real, para defender o Rei se alguém se aproximasse. Não foi aceite o oferecimento, mas ele acompanhou o coche durante todo o trajecto. E agora mal soube da revolução veio por aí abaixo e lá foi ter a Mafra, com as algibeiras cheias de dinheiro e, por bagagem, um panamá e um revólver. No dia seguinte, seriam nove da manhã, alguém fora do paço me mandou chamar e me comunicou que estava proclamada a República e hasteada a bandeira verde e encarnada na Câmara Municipal.”
In “O Embarque – Um Dia Na História De Portugal”, por D. Tomas de Mello Breyner, 4.º Conde de Mafra
Descobri recentemente este livro e não resisti a fazer uma pequena transcrição, por duas razões: a primeira, para realçar o eterno voluntarismo, a força altruísta e a raça das gentes do Norte ; a segunda, porque o Senhor Martins da Rocha em questão é meu bisavô. Diogo Dantas

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