No Expresso de hoje, no suplemento Economia & Internacional, sairam dados interessantes sobre a Economia Portuguesa. Apesar de poderem aumentar os Quadros, bastando carregar nas fotos, peço desculpa pela sua qualidade.
Quadro 1 Este primeiro quadro é bem elucidativo de um dos principais problemas estruturais da nossa economia. Entre 1990 e 2002 a nossa despesa aumentou 9,6% enquanto o nosso nível de fiscalidade aumentou 5,3% (Contribuições e Impostos) em % do PIB (não em níveis absolutos onde subiram ainda mais). É o pior resultado a nível Europeu, tendo o Financiamento Fiscal recuado 4,3%. Calamitoso. Onde se gastou o dinheiro? Nas Transferências Sociais (só na Alemanha subiram mais em percentagem) e em Salários (de longe onde nos afastamos mais dos outros países Europeus). Calamitoso. Mais más notícias. Em 1990 os nossos impostos e contribuições eram gastos em 40% nos salários, em 2002 em 45%. Calamitoso o que Cavaco e Guterres fizeram. A única boa notícia é a diminuição do peso dos juros nos gastos do Estado (de 29% para 9%) muito por culpa dos critérios que tivemos de cumprir para a entrada do Euro na Dívida Pública. Portugal... "é hoje o país dos Quinze onde os salários absorvem maior percentagem de impostos". Mesmo assim, devido à brusca queda do pagamento de juros, estamos melhor que em 1990 mas está provado que a economia gerou menos riqueza que aquela que teima em distribuir em salários e transferências sociais. Calamitoso ao nível Europeu. Quadro 2 Este quadro é só a confirmação que mesmo em 2003 e 2004 a despesa não esteve controlada. A redução do défice fez-se através de políticas de curto prazo como receitas extraordinárias e redução do Investimento Público. Calamitoso para as próximas gerações. Só este ano prevê-se que o Investimento Público recue 24%, consequência óbvia do Quadro 1 já que os gastos em Salários e Transferências Sociais absorvem todas as receitas (que também sofreram uma grande quebra). Diz a Teoria Económica que a contenção salarial não deve acabar mas não podemos continuar a estrangular a economia uma vez que precisamos urgentemente gerar mais riqueza. E só se gera mais riqueza com Investimento Público e com incentivos à produção já que a baixa de impostos e o incentivo ao consumo não são aconselháveis agora. O que tem sido feito é contra-natura, já que em recessão o Estado não deve estrangular a actividade económica já que isso gera ainda mais problemas orçamentais. A despesa devia ser controlada nos salários e nas transferências sociais, não no Investimento Público. Se o país estagna (exemplo, aumento do IVA, país de tanga, corte cego no Investimento, mesmo o co-financiado, degradação da Saúde, Justiça e Educação) baixam as receitas do Estado e aumentam as transferências sociais via Subsídio de Desemprego. Calamitosa a política de Durão. Quadro 3 Estão fartos de más notícias? Lamento mas tenho mais uma. Portugal foi dos países que mais debilidades apresentou na Zona Euro. O Euro trouxe ganhos de 7,5%, em média, nas trocas comerciais dos países da Zona Euro. Portugal encolheu 1,8%. É o reflexo não dos problemas do Euro (já respondo ao Raio, do blog Cabalas por antecipação) já que os ganhos foram positivos, em média, mas demonstra ou que entramos artificialmente no Euro (a coesão estava incompleta e alguns indicadores foram adulterados pelas privatizações) ou que somos pouco competitivos. Escolham. Seja qual fôr a escolha, verdadeiramente calamitoso. Estamos a andar para trás. Pobre futuro o nosso...
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No Expresso de hoje, no suplemento Economia & Internacional, sairam dados interessantes sobre a Economia Portuguesa. Apesar de poderem aumentar os Quadros, bastando carregar nas fotos, peço desculpa pela sua qualidade.
Quadro 1 Este primeiro quadro é bem elucidativo de um dos principais problemas estruturais da nossa economia. Entre 1990 e 2002 a nossa despesa aumentou 9,6% enquanto o nosso nível de fiscalidade aumentou 5,3% (Contribuições e Impostos) em % do PIB (não em níveis absolutos onde subiram ainda mais). É o pior resultado a nível Europeu, tendo o Financiamento Fiscal recuado 4,3%. Calamitoso. Onde se gastou o dinheiro? Nas Transferências Sociais (só na Alemanha subiram mais em percentagem) e em Salários (de longe onde nos afastamos mais dos outros países Europeus). Calamitoso. Mais más notícias. Em 1990 os nossos impostos e contribuições eram gastos em 40% nos salários, em 2002 em 45%. Calamitoso o que Cavaco e Guterres fizeram. A única boa notícia é a diminuição do peso dos juros nos gastos do Estado (de 29% para 9%) muito por culpa dos critérios que tivemos de cumprir para a entrada do Euro na Dívida Pública. Portugal... "é hoje o país dos Quinze onde os salários absorvem maior percentagem de impostos". Mesmo assim, devido à brusca queda do pagamento de juros, estamos melhor que em 1990 mas está provado que a economia gerou menos riqueza que aquela que teima em distribuir em salários e transferências sociais. Calamitoso ao nível Europeu. Quadro 2 Este quadro é só a confirmação que mesmo em 2003 e 2004 a despesa não esteve controlada. A redução do défice fez-se através de políticas de curto prazo como receitas extraordinárias e redução do Investimento Público. Calamitoso para as próximas gerações. Só este ano prevê-se que o Investimento Público recue 24%, consequência óbvia do Quadro 1 já que os gastos em Salários e Transferências Sociais absorvem todas as receitas (que também sofreram uma grande quebra). Diz a Teoria Económica que a contenção salarial não deve acabar mas não podemos continuar a estrangular a economia uma vez que precisamos urgentemente gerar mais riqueza. E só se gera mais riqueza com Investimento Público e com incentivos à produção já que a baixa de impostos e o incentivo ao consumo não são aconselháveis agora. O que tem sido feito é contra-natura, já que em recessão o Estado não deve estrangular a actividade económica já que isso gera ainda mais problemas orçamentais. A despesa devia ser controlada nos salários e nas transferências sociais, não no Investimento Público. Se o país estagna (exemplo, aumento do IVA, país de tanga, corte cego no Investimento, mesmo o co-financiado, degradação da Saúde, Justiça e Educação) baixam as receitas do Estado e aumentam as transferências sociais via Subsídio de Desemprego. Calamitosa a política de Durão. Quadro 3 Estão fartos de más notícias? Lamento mas tenho mais uma. Portugal foi dos países que mais debilidades apresentou na Zona Euro. O Euro trouxe ganhos de 7,5%, em média, nas trocas comerciais dos países da Zona Euro. Portugal encolheu 1,8%. É o reflexo não dos problemas do Euro (já respondo ao Raio, do blog Cabalas por antecipação) já que os ganhos foram positivos, em média, mas demonstra ou que entramos artificialmente no Euro (a coesão estava incompleta e alguns indicadores foram adulterados pelas privatizações) ou que somos pouco competitivos. Escolham. Seja qual fôr a escolha, verdadeiramente calamitoso. Estamos a andar para trás. Pobre futuro o nosso...