Machina Speculatrix

05-08-2010
marcar artigo

Há o estranho nome do teu cão, Job,

Há o mar na tua janela em Vila do Conde

E que não é nenhum dos mares conhecidos

Quando entra de manhã nos teus dias.

Há o fogo fino, acobreado, do teu cabelo.

Há o sorriso que te perpassa nos lábios

Com a graça de um gato,

Com o traço de um gume aceradíssimo.

Há a menina que, às vezes,

Os teus olhos ainda são.

Há os teus dedos imaginando o que tocam.

Há as fotografias de toda a gente na tua vida.

Há as fotografias que não há de ti e de mim.

Há o incêndio, o tumulto, o cansaço

Que não sabes onde e como arrumar.

Há a sombra que eu sou

E o amor a cada dia mais novo em mim.

Nuno Morais, in Últimos Poemas , Quasi, 2009

Categorias

Entidades

Há o estranho nome do teu cão, Job,

Há o mar na tua janela em Vila do Conde

E que não é nenhum dos mares conhecidos

Quando entra de manhã nos teus dias.

Há o fogo fino, acobreado, do teu cabelo.

Há o sorriso que te perpassa nos lábios

Com a graça de um gato,

Com o traço de um gume aceradíssimo.

Há a menina que, às vezes,

Os teus olhos ainda são.

Há os teus dedos imaginando o que tocam.

Há as fotografias de toda a gente na tua vida.

Há as fotografias que não há de ti e de mim.

Há o incêndio, o tumulto, o cansaço

Que não sabes onde e como arrumar.

Há a sombra que eu sou

E o amor a cada dia mais novo em mim.

Nuno Morais, in Últimos Poemas , Quasi, 2009

marcar artigo