Há lágrimas que...
João Tunes escreveu há pouco ( ver aqui ) no seu blogue Água Lisa 3 , um poste intitulado «». Acha ele «lamentável» e «condenável» o sucedido, acreditando que o jovem brasileiro fugiu «às autoridades [tendo assim] acentuado suspeitas de que se tratava de um bombista suicida.»
Ao ler o poste fiquei surpreendido.
Como a Comissão de Averiguações, à hora em que escrevo, ainda não apresentou as conclusões a que chegou tendo já deixado escapar, sugestivamente, que foram 8 e não 5, como «erradamente» tinha sido noticiado, o número de projécteis que atingiram o jovem electricista, fiquei de pé atrás. Pensei: então não está aqui uma das provas de que este não é (não pode ser!) o caminho?
Esta «resposta» que consiste em atirar a matar quando não se percebe o que os outros estão a fazer é a execração das civilizações, a irracionalização da (in)segurança, e a destruição de quaisquer planos de recuo para a hipótese tão plausível de nos enganarmos como tantas vezes nos enganámos entre «terrorismos», «terroristas» e «reacções em força».
João Tunes acha uma «choradeira despropositada» as manifestações de preocupação e pesar cuja carga de indignação por certo ainda nem sequer se fez sentir. Discordo e, pelo contrário, sugiro que ponhamos os olhos no que sucedeu e nos interroguemos sobre o que distingue esta vítima da «resposta» securitária, das vítimas dos outros atentados terroristas. Menos inocente? Por certo, não!
Então é o quê?
É a primeira demonstração de que a «resposta totalizante» tomará incessantemente os «inocentes» como justificação para uma abordagem sem esperança nem retorno.
Não se compreende bem que, para efeitos de (auto)justificação ideológica, alguém se ponha a minimizar as vítimas que erraram...
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Há lágrimas que...
João Tunes escreveu há pouco ( ver aqui ) no seu blogue Água Lisa 3 , um poste intitulado «». Acha ele «lamentável» e «condenável» o sucedido, acreditando que o jovem brasileiro fugiu «às autoridades [tendo assim] acentuado suspeitas de que se tratava de um bombista suicida.»
Ao ler o poste fiquei surpreendido.
Como a Comissão de Averiguações, à hora em que escrevo, ainda não apresentou as conclusões a que chegou tendo já deixado escapar, sugestivamente, que foram 8 e não 5, como «erradamente» tinha sido noticiado, o número de projécteis que atingiram o jovem electricista, fiquei de pé atrás. Pensei: então não está aqui uma das provas de que este não é (não pode ser!) o caminho?
Esta «resposta» que consiste em atirar a matar quando não se percebe o que os outros estão a fazer é a execração das civilizações, a irracionalização da (in)segurança, e a destruição de quaisquer planos de recuo para a hipótese tão plausível de nos enganarmos como tantas vezes nos enganámos entre «terrorismos», «terroristas» e «reacções em força».
João Tunes acha uma «choradeira despropositada» as manifestações de preocupação e pesar cuja carga de indignação por certo ainda nem sequer se fez sentir. Discordo e, pelo contrário, sugiro que ponhamos os olhos no que sucedeu e nos interroguemos sobre o que distingue esta vítima da «resposta» securitária, das vítimas dos outros atentados terroristas. Menos inocente? Por certo, não!
Então é o quê?
É a primeira demonstração de que a «resposta totalizante» tomará incessantemente os «inocentes» como justificação para uma abordagem sem esperança nem retorno.
Não se compreende bem que, para efeitos de (auto)justificação ideológica, alguém se ponha a minimizar as vítimas que erraram...