Serpente Emplumada: viagem

25-05-2011
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Sem amanhã o gume da viagem jugula a despedida Lume de prata aceso no vítreo despontar das lágrimas Toda a lua reflectida na inteira presença da morte O chão tem ondulações de rocha e profundezas arremessadas de dentro Só o mar tem fundo Onde há mergulho é o abismo A água amniótica do sem princípio No reverso da qual o íntimo é praia sobre si própria projectada para além Náufrago do instante o que se larga à demanda Ao largo de qualquer terra firme Argonauta do esquecimento Sem procurar encontra-se impenitente Aquém da inocência e da incompletude São suas todas as horas perdidas contas de vidro antigo Presas umas às outras pela desatenção alucinada Os lábios gretados pelo sol rubro da espera Desenham voos silenciosos de prece e abandono Não tem dono o sofrimento repleto de despojos do longe já pretérito O mais insuportável dos cárceres é o infinito


Sem amanhã o gume da viagem jugula a despedida Lume de prata aceso no vítreo despontar das lágrimas Toda a lua reflectida na inteira presença da morte O chão tem ondulações de rocha e profundezas arremessadas de dentro Só o mar tem fundo Onde há mergulho é o abismo A água amniótica do sem princípio No reverso da qual o íntimo é praia sobre si própria projectada para além Náufrago do instante o que se larga à demanda Ao largo de qualquer terra firme Argonauta do esquecimento Sem procurar encontra-se impenitente Aquém da inocência e da incompletude São suas todas as horas perdidas contas de vidro antigo Presas umas às outras pela desatenção alucinada Os lábios gretados pelo sol rubro da espera Desenham voos silenciosos de prece e abandono Não tem dono o sofrimento repleto de despojos do longe já pretérito O mais insuportável dos cárceres é o infinito

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