UMA REFERÊNCIA NA INFORMAÇÃO ALPIARCENSE: OS POLITICOS DA CDU VIVEM NA FICÇÃO DE QUE SÃO MORALMENTE SUPERIORES A TODOS OS OUTROS

24-01-2011
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Entristece-me profundamente a situação de Alpiarça no que diz respeito à vida política e às contas da Câmara.Parece-me que em Alpiarça desaguaram, desde há muitos anos, as águas pestilentas da política nacional, em que os equívocos são elevados a um grau desmesurado.Os políticos da CDU vivem na ficção de que são moralmente superiores a todos os outros...Os do PS acreditam que, sem a sua abnegada acção, Alpiarça já se teria transformado numa espécie de Cuba... Os do PSD e do CDS nem sabem ao que andam, se é que andam a fazer alguma coisa...Há cinquenta anos, Alpiarça tinha uma elite que se assumia como comissária do salazarismo. Era o tempo das grandes casas agrícolas, da classe média com médicos à antiga, funcionários, comerciantes, homens de ofícios. Depois, na parte nascente da vila ( lá para "os Eneias... Outeiro do Carvalhal... Eucaliptal... Vale do Rato...) viviam os assalariados rurais, gente que viera de fora para os trabalhos sazonais e que se fixara pouco a pouco. Era um proletariado aguerrido, combativo, revoltado pelas condições infra-humanas a que os grandes senhores o sujeitavam na vida do campo.Esta realidades esbateram-se com o 25 de Abril, e ainda bem. Mas as sequelas foram terríveis.Os explorados de antigamente deram a base de apoio em que cresceu o PCP, força política que acabou por se tornar hegemónica e que secou tudo em volta. Quem não era do PCP era ostracizado, desconsiderado.Os que não aceitaram esta hegemonia foram pouco a pouco crescendo, mas a carga negativa manchava tudo o que faziam. Porque as gentes do PCP são incapazes de aceitar o jogo democrático quando estão em maioria. Os que não pensam como eles são apodados de corruptos, traidores do povo, gananciosos, vendidos ao capital. Como vivem a militância política como uma religião, transformam o natural confronto de ideias e práticas numa questão moral, o que é gravíssimo, pois inquina toda a vida social.Alpiarça vive neste clima deletério, agravado pela fuga das tais elites que se esconderam ou ausentaram com o 25 de Abril. Alpiarça parece-me um deserto social, em que todos estão contra todos e ninguém é capaz de falar com ninguém, a não ser com os que têm o mesmo emblema na lapela do casaco.Apagada e vil tristeza em que caíste, pobre terra de José Relvas.Por: Méom


Entristece-me profundamente a situação de Alpiarça no que diz respeito à vida política e às contas da Câmara.Parece-me que em Alpiarça desaguaram, desde há muitos anos, as águas pestilentas da política nacional, em que os equívocos são elevados a um grau desmesurado.Os políticos da CDU vivem na ficção de que são moralmente superiores a todos os outros...Os do PS acreditam que, sem a sua abnegada acção, Alpiarça já se teria transformado numa espécie de Cuba... Os do PSD e do CDS nem sabem ao que andam, se é que andam a fazer alguma coisa...Há cinquenta anos, Alpiarça tinha uma elite que se assumia como comissária do salazarismo. Era o tempo das grandes casas agrícolas, da classe média com médicos à antiga, funcionários, comerciantes, homens de ofícios. Depois, na parte nascente da vila ( lá para "os Eneias... Outeiro do Carvalhal... Eucaliptal... Vale do Rato...) viviam os assalariados rurais, gente que viera de fora para os trabalhos sazonais e que se fixara pouco a pouco. Era um proletariado aguerrido, combativo, revoltado pelas condições infra-humanas a que os grandes senhores o sujeitavam na vida do campo.Esta realidades esbateram-se com o 25 de Abril, e ainda bem. Mas as sequelas foram terríveis.Os explorados de antigamente deram a base de apoio em que cresceu o PCP, força política que acabou por se tornar hegemónica e que secou tudo em volta. Quem não era do PCP era ostracizado, desconsiderado.Os que não aceitaram esta hegemonia foram pouco a pouco crescendo, mas a carga negativa manchava tudo o que faziam. Porque as gentes do PCP são incapazes de aceitar o jogo democrático quando estão em maioria. Os que não pensam como eles são apodados de corruptos, traidores do povo, gananciosos, vendidos ao capital. Como vivem a militância política como uma religião, transformam o natural confronto de ideias e práticas numa questão moral, o que é gravíssimo, pois inquina toda a vida social.Alpiarça vive neste clima deletério, agravado pela fuga das tais elites que se esconderam ou ausentaram com o 25 de Abril. Alpiarça parece-me um deserto social, em que todos estão contra todos e ninguém é capaz de falar com ninguém, a não ser com os que têm o mesmo emblema na lapela do casaco.Apagada e vil tristeza em que caíste, pobre terra de José Relvas.Por: Méom

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