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25-08-2010
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Parlamento

ERC já tem relatório sobre publicidade estatal

Por:Vítor Matos

22 DEZEMBRO 2009

O presidente da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) disse esta manhã na Comissão Parlamentar de Ética, que tem na sua posse desde ontem um estudo preliminar sobre a publicidade do Estado. “A ERC vai analisar não só a publicidade do poder local, institutos públicos, instituições influenciadas pelo poder central, mas também patrocínios e apoios a eventos como conferências”, revelou Azeredo Lopes aos deputados. A SÁBADO apurou junto do responsável pelo estudo que a base de dados utilizada no relatório é da Mediamonitor/Marktest, a mesma do artigo da SÁBADO que levou ao estudo da ERC.

Azeredo Lopes não disse, porém, quando vai revelar o relatório preliminar que analisa os investimentos publicitários desde 2007. “O estudo não vai ser divulgado já, porque temos de verificar variáveis que são muito complexas”, disse o presidente da ERC aos jornalistas depois da reunião na Assembleia da República, justificando que “a ERC não trabalha ao ritmo do tempo mediático ou do tempo político”.

A polémica surgiu depois de um artigo da SÁBADO publicado a 19 de Novembro, onde se percebia – através de dados da Mediamonitor/Marktest –, que a evolução e a distribuição da publicidade estatal e de empresas relacionadas com o Estado tendia a prejudicar jornais críticos do Governo como o Público e o Sol, beneficiando o Diário de Notícias (concorrente directo do Público e com vendas ligeiramente inferiores).

O estudo do organismo regulador dos media foi elaborado por José António Dias, gerente da uma empresa de comunicação, a Cool Media – marketing e comunicação, que foi membro do Júri de Ética Publicitária do ICAP (Instituto Civil de Autodisciplina da Publicidade) e director comercial da RTC de 1995 a 2002.

Na comissão parlamentar, João Serrano, deputado do PS, citou um artigo publicado ontem por cinco jornais da Controlinvest em simultâneo (Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24Horas, Global e Jogo), tendo como base um estudo da Marktest – exactamente a mesma base de dados usada pela SÁBADO e pela ERC –, e que dizia que o Correio da Manhã, da Cofina (que detém a SÁBADO), era afinal o jornal com mais publicidade do Governo. “É preocupante o clima de intriga política e algum terrorismo empresarial, porque estamos perante um sector em crise”, disse o deputado socialista, citando os termos de uma nota da direcção do Diário de Notícias publicada ontem.

O referido estudo da Controlinvest não desmente e até confirma as conclusões da SÁBADO sobre a redução da publicidade estatal e de empresas ligadas ao Estado no jornal Público – que está sempre atrás do seu concorrente directo, o Diário de Notícias, embora venda mais. E não apresenta quaisquer dados sobre semanários que englobem o Sol.

Em resposta ao deputado socialista, Azeredo Lopes afirmou: “Quanto ao clima de intriga, seguramente o regulador não vai entrar por aí. E terrorismo só conheço o que estudei no domínio da política internacional”. O presidente da ERC confirmou ainda que a Controlinvest apresentou queixa da SÁBADO, pondo em causa o rigor da informação da revista, embora ainda não a tenha lido.

Questionado sobre se achava suficiente a decisão tomada pelo Governo de criar um site onde publicava informação sobre a publicidade do Estado – que Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, disse ser distribuída “sem critérios”, Azeredo Lopes afirmou que “a transparência por si pode não ser um valor suficiente”.

Quanto às pressões sobre o semanário Sol, denunciadas pelo director daquele jornal no mesmo artigo da SÁBADO, Azeredo Lopes explicou que já ouviu os directores do jornal José António Saraiva e Mário Ramires e o administrador do BCP capital Paulo Azevedo, que tinha assento no conselho de administração do Sol, assim como Fortunato de Almeida. No âmbito do mesmo processo, o regulador vai ainda ouvir José António Lima (da direcção daquele semanário) e Joaquim Coimbra, seu antigo accionista.

Parlamento

ERC já tem relatório sobre publicidade estatal

Por:Vítor Matos

22 DEZEMBRO 2009

O presidente da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) disse esta manhã na Comissão Parlamentar de Ética, que tem na sua posse desde ontem um estudo preliminar sobre a publicidade do Estado. “A ERC vai analisar não só a publicidade do poder local, institutos públicos, instituições influenciadas pelo poder central, mas também patrocínios e apoios a eventos como conferências”, revelou Azeredo Lopes aos deputados. A SÁBADO apurou junto do responsável pelo estudo que a base de dados utilizada no relatório é da Mediamonitor/Marktest, a mesma do artigo da SÁBADO que levou ao estudo da ERC.

Azeredo Lopes não disse, porém, quando vai revelar o relatório preliminar que analisa os investimentos publicitários desde 2007. “O estudo não vai ser divulgado já, porque temos de verificar variáveis que são muito complexas”, disse o presidente da ERC aos jornalistas depois da reunião na Assembleia da República, justificando que “a ERC não trabalha ao ritmo do tempo mediático ou do tempo político”.

A polémica surgiu depois de um artigo da SÁBADO publicado a 19 de Novembro, onde se percebia – através de dados da Mediamonitor/Marktest –, que a evolução e a distribuição da publicidade estatal e de empresas relacionadas com o Estado tendia a prejudicar jornais críticos do Governo como o Público e o Sol, beneficiando o Diário de Notícias (concorrente directo do Público e com vendas ligeiramente inferiores).

O estudo do organismo regulador dos media foi elaborado por José António Dias, gerente da uma empresa de comunicação, a Cool Media – marketing e comunicação, que foi membro do Júri de Ética Publicitária do ICAP (Instituto Civil de Autodisciplina da Publicidade) e director comercial da RTC de 1995 a 2002.

Na comissão parlamentar, João Serrano, deputado do PS, citou um artigo publicado ontem por cinco jornais da Controlinvest em simultâneo (Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24Horas, Global e Jogo), tendo como base um estudo da Marktest – exactamente a mesma base de dados usada pela SÁBADO e pela ERC –, e que dizia que o Correio da Manhã, da Cofina (que detém a SÁBADO), era afinal o jornal com mais publicidade do Governo. “É preocupante o clima de intriga política e algum terrorismo empresarial, porque estamos perante um sector em crise”, disse o deputado socialista, citando os termos de uma nota da direcção do Diário de Notícias publicada ontem.

O referido estudo da Controlinvest não desmente e até confirma as conclusões da SÁBADO sobre a redução da publicidade estatal e de empresas ligadas ao Estado no jornal Público – que está sempre atrás do seu concorrente directo, o Diário de Notícias, embora venda mais. E não apresenta quaisquer dados sobre semanários que englobem o Sol.

Em resposta ao deputado socialista, Azeredo Lopes afirmou: “Quanto ao clima de intriga, seguramente o regulador não vai entrar por aí. E terrorismo só conheço o que estudei no domínio da política internacional”. O presidente da ERC confirmou ainda que a Controlinvest apresentou queixa da SÁBADO, pondo em causa o rigor da informação da revista, embora ainda não a tenha lido.

Questionado sobre se achava suficiente a decisão tomada pelo Governo de criar um site onde publicava informação sobre a publicidade do Estado – que Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, disse ser distribuída “sem critérios”, Azeredo Lopes afirmou que “a transparência por si pode não ser um valor suficiente”.

Quanto às pressões sobre o semanário Sol, denunciadas pelo director daquele jornal no mesmo artigo da SÁBADO, Azeredo Lopes explicou que já ouviu os directores do jornal José António Saraiva e Mário Ramires e o administrador do BCP capital Paulo Azevedo, que tinha assento no conselho de administração do Sol, assim como Fortunato de Almeida. No âmbito do mesmo processo, o regulador vai ainda ouvir José António Lima (da direcção daquele semanário) e Joaquim Coimbra, seu antigo accionista.

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