Menos de um terço dos médicos que se reformaram aceitou voltar ao SNS

30-01-2011
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Hospital Pediátrico Dona Estefânia deixa de albergar hospital, mas ministra garante que espaço terá outros serviços dedicados à criança

Menos de um terço dos médicos que pediram a reforma na sequência das novas regras de aposentação da função pública aceitou regressar ao Serviço Nacional de Saúde, disse ontem no Parlamento a ministra da Saúde, Ana Jorge. Estima-se que perto de 600 clínicos tenham pedido a sua reforma no ano passado, "um problema que foi subestimado pelo Governo", notou o deputado bloquista João Semedo. O Ministério da Saúde tentou estancar "a sangria desatada", como lhe chamaram vários deputados, autorizando o regresso de clínicos aposentados com regras especiais. Mas "estes regimes tiveram um sucesso muito abaixo do esperado. O Governo empurrou para fora centenas de médicos e falhou no seu regresso", sublinhou o deputado comunista Bernardino Soares.

Ana Jorge disse aos deputados que 127 médicos regressaram ao Sistema Nacional de Saúde ao abrigo do regime especial, apenas 38 eram reformas antecipadas, a juntar a outras 60 candidaturas que estão em apreciação. A medicina geral e familiar - uma das áreas mais carenciadas - ocupa o grosso dos regressos. Questionada pelos deputados, a governante respondeu que continua a haver 500 mil portugueses sem médico de família, um problema que deverá continuar a existir pelo menos até 2014-2015.

Outro dos temas da agenda era o encerramento do Hospital Pediátrico Dona Estefânia, que deverá ser integrado num futuro hospital que ainda vai ser construído na zona oriental de Lisboa. Sentado a assistir ao debate esteve o cirurgião pediátrico Gentil Martins, que faz parte de uma plataforma de profissionais ligados ao hospital que defende a sua manutenção, num movimento que já juntou milhares de pessoas numa petição contra o fecho.

As dúvidas dos deputados foram muitas. O deputado do CDS-PP João Serpa Oliva disse que com este fecho Lisboa passaria a ser a única capital europeia sem um hospital pediátrico, mais incompreensível ainda quando no Norte vai passar a existir um centro materno-infantil e em Coimbra um hospital pediátrico, notou a deputada social-democrata Clara Carneiro. A ministra notou que uma parte do Centro Materno-Infantil do Norte é dentro do Hospital de Santo António.

Ana Jorge confirmou que o hospital da Estefânia vai mesmo fechar, mas que todas suas equipas e profissionais serão transferidos para a nova unidade. João Semedo questionou Ana Jorge quanto à existência de serviços separados e a ministra garantiu que "serão estanques", com uma entrada para consulta e uma Urgência diferentes, no lado oposto à dos adultos e com pessoal diferente. A única área onde poderá haver partilha é nos exames de Imagiologia, mas haverá horas e espaços definidos e técnicos só para as crianças, reiterou. Isso mesmo é visível num desenho que já existe, embora não exista ainda o projecto de arquitectura. Quanto ao apetecível e amplo espaço do Dona Estefânia, localizado no centro da cidade, Ana Jorge disse que se vai manter com serviços dedicados à criança. Ali poderão vir a funcionar um centro de acolhimento temporário, uma unidade de cuidados continuados, uma área de investigação dedicada à criança, uma ludoteca e um jardim de acesso à população, solução que ainda está a ser negociada com a Câmara de Lisboa. "O que interessa é que há garantia que fique um espaço dedicado à criança".

Hospital Pediátrico Dona Estefânia deixa de albergar hospital, mas ministra garante que espaço terá outros serviços dedicados à criança

Menos de um terço dos médicos que pediram a reforma na sequência das novas regras de aposentação da função pública aceitou regressar ao Serviço Nacional de Saúde, disse ontem no Parlamento a ministra da Saúde, Ana Jorge. Estima-se que perto de 600 clínicos tenham pedido a sua reforma no ano passado, "um problema que foi subestimado pelo Governo", notou o deputado bloquista João Semedo. O Ministério da Saúde tentou estancar "a sangria desatada", como lhe chamaram vários deputados, autorizando o regresso de clínicos aposentados com regras especiais. Mas "estes regimes tiveram um sucesso muito abaixo do esperado. O Governo empurrou para fora centenas de médicos e falhou no seu regresso", sublinhou o deputado comunista Bernardino Soares.

Ana Jorge disse aos deputados que 127 médicos regressaram ao Sistema Nacional de Saúde ao abrigo do regime especial, apenas 38 eram reformas antecipadas, a juntar a outras 60 candidaturas que estão em apreciação. A medicina geral e familiar - uma das áreas mais carenciadas - ocupa o grosso dos regressos. Questionada pelos deputados, a governante respondeu que continua a haver 500 mil portugueses sem médico de família, um problema que deverá continuar a existir pelo menos até 2014-2015.

Outro dos temas da agenda era o encerramento do Hospital Pediátrico Dona Estefânia, que deverá ser integrado num futuro hospital que ainda vai ser construído na zona oriental de Lisboa. Sentado a assistir ao debate esteve o cirurgião pediátrico Gentil Martins, que faz parte de uma plataforma de profissionais ligados ao hospital que defende a sua manutenção, num movimento que já juntou milhares de pessoas numa petição contra o fecho.

As dúvidas dos deputados foram muitas. O deputado do CDS-PP João Serpa Oliva disse que com este fecho Lisboa passaria a ser a única capital europeia sem um hospital pediátrico, mais incompreensível ainda quando no Norte vai passar a existir um centro materno-infantil e em Coimbra um hospital pediátrico, notou a deputada social-democrata Clara Carneiro. A ministra notou que uma parte do Centro Materno-Infantil do Norte é dentro do Hospital de Santo António.

Ana Jorge confirmou que o hospital da Estefânia vai mesmo fechar, mas que todas suas equipas e profissionais serão transferidos para a nova unidade. João Semedo questionou Ana Jorge quanto à existência de serviços separados e a ministra garantiu que "serão estanques", com uma entrada para consulta e uma Urgência diferentes, no lado oposto à dos adultos e com pessoal diferente. A única área onde poderá haver partilha é nos exames de Imagiologia, mas haverá horas e espaços definidos e técnicos só para as crianças, reiterou. Isso mesmo é visível num desenho que já existe, embora não exista ainda o projecto de arquitectura. Quanto ao apetecível e amplo espaço do Dona Estefânia, localizado no centro da cidade, Ana Jorge disse que se vai manter com serviços dedicados à criança. Ali poderão vir a funcionar um centro de acolhimento temporário, uma unidade de cuidados continuados, uma área de investigação dedicada à criança, uma ludoteca e um jardim de acesso à população, solução que ainda está a ser negociada com a Câmara de Lisboa. "O que interessa é que há garantia que fique um espaço dedicado à criança".

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