Blogue Aduaneiro, Alfândegas, Customs, Douanes, Aduanas, Comércio Mundial, Import-Export: Parar para pensar

22-05-2011
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Relembro, a propósito desta entrevista de Jacques Sapir, o que escrevi aqui há uns dias:"Se a globalização permitiu algum reequilíbrio geográfico na distribuição da riqueza mundial isso não quer dizer que o fosso entre os mais pobres e os mais ricos tenha diminuído. Pelo contrário. Como não existe um mecanismo regulador ou redistributivo mundial, os mais pobres do mundo (estejam eles nos países ricos ou nos países pobres), aqueles que não possuem a capacidade (ou não têm a possibilidade) de trabalhar estão cada vez mais pobres, isto é, têm cada vez menos recursos comparados com os mais ricos do mundo. (...) a escravatura, o trabalho infantil, etc., não podem servir para "tornar os pobres menos pobres"."Saliento este excerto da entrevista de Jaques Sapir:"Tem sido um defensor do proteccionismo, uma ideia que é a oposta da defendida pela maior parte dos responsáveis políticos nos seus discurso...É verdade. Acho que esse é um enorme erro feito por vários Governos. Actualmente, o comércio livre não é sustentável.Porquê?Porque é livre mas não é justo. Em vários países, há uma grande disparidade entre a produtividade e o nível dos salários, a proteccção social e as condições ambientais. Nos últimos 15 anos, assistimos a um aumento muito forte da produtividade em vários países asiáticos e na Europa de Leste, mas os salários e a protecção social não subiram da mesma forma. Por isso é que acho que o comércio lívre não é, nesta fase, sustentável. O problema não é haver proteccionismo. Estou convencido que ele vai surgir de uma forma ou de outra. O que é importante saber é como é que vamos introduzir a protecção que precisamos. Ou o fazemos de uma forma desordenada, em que cada um trata de si próprio, ou conseguimos chegar a um acordo entre países para definir o que é um comércio justo. O que defende é que os EUA e a Europa limitem a entrada de produtos chineses nas suas fronteiras?Não a entrada. O que se faz é subir os preços. Não apoio a ideia de introdução de quotas. O que precisamos é de tarifas. A produtividade chinesa está entre 30 e 40 por cento da produtividade da Europa Ocidental, mas os salários são dez vezes mais baixos. E isto é um problema. Se os salários na China subirem, as tarifas podem ser retiradas. Mas até que tal aconteça – e demorará sempre algum tempo – temos de proteger as famílias."Manuel


Relembro, a propósito desta entrevista de Jacques Sapir, o que escrevi aqui há uns dias:"Se a globalização permitiu algum reequilíbrio geográfico na distribuição da riqueza mundial isso não quer dizer que o fosso entre os mais pobres e os mais ricos tenha diminuído. Pelo contrário. Como não existe um mecanismo regulador ou redistributivo mundial, os mais pobres do mundo (estejam eles nos países ricos ou nos países pobres), aqueles que não possuem a capacidade (ou não têm a possibilidade) de trabalhar estão cada vez mais pobres, isto é, têm cada vez menos recursos comparados com os mais ricos do mundo. (...) a escravatura, o trabalho infantil, etc., não podem servir para "tornar os pobres menos pobres"."Saliento este excerto da entrevista de Jaques Sapir:"Tem sido um defensor do proteccionismo, uma ideia que é a oposta da defendida pela maior parte dos responsáveis políticos nos seus discurso...É verdade. Acho que esse é um enorme erro feito por vários Governos. Actualmente, o comércio livre não é sustentável.Porquê?Porque é livre mas não é justo. Em vários países, há uma grande disparidade entre a produtividade e o nível dos salários, a proteccção social e as condições ambientais. Nos últimos 15 anos, assistimos a um aumento muito forte da produtividade em vários países asiáticos e na Europa de Leste, mas os salários e a protecção social não subiram da mesma forma. Por isso é que acho que o comércio lívre não é, nesta fase, sustentável. O problema não é haver proteccionismo. Estou convencido que ele vai surgir de uma forma ou de outra. O que é importante saber é como é que vamos introduzir a protecção que precisamos. Ou o fazemos de uma forma desordenada, em que cada um trata de si próprio, ou conseguimos chegar a um acordo entre países para definir o que é um comércio justo. O que defende é que os EUA e a Europa limitem a entrada de produtos chineses nas suas fronteiras?Não a entrada. O que se faz é subir os preços. Não apoio a ideia de introdução de quotas. O que precisamos é de tarifas. A produtividade chinesa está entre 30 e 40 por cento da produtividade da Europa Ocidental, mas os salários são dez vezes mais baixos. E isto é um problema. Se os salários na China subirem, as tarifas podem ser retiradas. Mas até que tal aconteça – e demorará sempre algum tempo – temos de proteger as famílias."Manuel

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